Jesus

APOIO NA COMERCIALIZAÇÃO DE SOJA, MILHO, SORGO E TODOS OS PRODUTOS AGRÍCOLAS.

Obrigado Senhor por guiar minha vida na direção dos caminhos que preparaste para mim.



sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Commodities têm pior mês desde 2008

As commodities agrícolas tiveram em setembro, até o fechamento de ontem, o pior desempenho desde o ápice de crise financeira detonada pela quebra do banco Lehman Brothers, em 2008. Segundo o Valor Data, os contratos futuros de segunda posição - geralmente, os de maior liquidez - recuaram em sete dos dez mercados monitorados, considerando-se os preços médios praticados.

Na bolsa de Chicago, o trigo registrou a maior queda média mensal (-4,23%), seguido por milho (-2,54%), farelo (-2,10%) e soja (-0,94%). No mercado nova-iorquino, a maior queda foi a do cacau (-5,60%), acompanhada por açúcar (-4,23%) e suco de laranja (3,84%). Na contramão, tiveram ganhos os contratos de algodão (2,96%), café (0,99%) e óleo de soja (0,08%).

Mas as médias mensais não captaram o tamanho do estrago provocado pelo recrudescimento da crise nos países desenvolvidos. Quando considerada a variação acumulada no mês, as perdas foram generalizadas, sendo que a maioria dos mercados agrícolas amargou perdas de dois dígitos.

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Mesmo com a recuperação de ontem, uma reação dos investidores à divulgação de notícias positivas na Europa e nos Estados Unidos, os contratos de milho acumulavam queda de 15,86%, os de soja, 14,84% e os de trigo, 13,36%. Em Nova York, o café registrava queda de 18,68%, acompanhada por açúcar e suco de laranja, que recuavam respectivamente 10,42% e 5,6% em setembro.

O melhor desempenho foi o do algodão, que recuou apenas 3,39% desde o fechamento do dia 31 de agosto.

O grupo de commodities agrícolas do índice Dow Jones-UBS, que monitora uma cesta de produtos alimentícios negociados nas bolsas internacionais, registrou queda de 15,2% - a maior desde outubro de 2008. Os produtos agrícolas caíram mais que a média das commodities.

Em setembro, o índice CRB, que acompanha também matérias-primas metálicas e energéticas, caiu 10,69% - também neste caso, o maior recuo desde outubro de 2008.

As commodities, como um todo, sofreram com a piora dos indicadores econômicos globais. Os sinais de recessão nas economias maduras e os temores de um calote soberano por parte da Grécia fizeram crescer a aversão dos investidores a ativos de risco.

De acordo com o analista do Jefferies Bache, em Nova York, Vinícius Ito, fundos liquidaram quase 100 mil contratos futuros de soja, 50 mil de milho e 17 mil de trigo ao longo do mês.

Segundo Ito, fatores sazonais também influenciaram a aposta contra os mercados agrícolas. "A colheita da safra de GRÃOS nos Estados Unidos exerce uma pressão natural nesta época do ano. Além disso, o mercado havia exagerado na precificação dos problemas climáticos americanos e da demanda chinesa", avalia.

A desvalorização do real frente o dólar também influenciou diretamente as commodities agrícolas. "O "crash" da moeda brasileira mudou dramaticamente a estrutura de preços necessária para uma equação adequada de oferta e demanda para a maioria das commodities agrícolas nos Estados Unidos", afirma Shawn Hacket, presidente da Hackett Financial Advisors em um relatório enviado por e-mail.

Ele lembra que o real é uma das moedas mais correlacionadas aos preços agrícolas internacionais. "Ainda há espaço para mais correções até que o novo regime de preços encontre um equilíbrio", alerta.

Contudo, analistas ainda rejeitam uma comparação com o cenário observado em 2008, após a quebra do Lehman Brothers. "Tudo ainda é muito incerto, mas a situação, embora muito grave, é melhor do que a de 2008. Havia então a expectativa real de um colapso do sistema financeiro, o que parece não haver agora", afirma Ito.

Rodrigo Costa, analista de mercado da Caturra Coffee Corporation, em Nova York, observa que o nível de alavancagem é muito menor do que nos meses que precederam a crise americana, razão pela qual não vê muito espaço para um grande volume de liquidações nos próximos meses.

"Tudo vai depender do quão grave vai ser a recessão, de que forma vai atingir os Estados Unidos e se vamos ter a quebra de bancos nos países desenvolvidos. Mas é claro que, se tivermos novos surtos de aversão a risco, as commodities serão afetadas, principalmente pela via do câmbio".

Ito acredita que os preços podem experimentar uma retomada no início de outubro, encerrado o período de ajuste nos portólios dos fundos de investimento. "No mercado da soja, os compradores veem a queda dos preços como uma oportunidade. Os fundamentos são positivos. Os estoques estão em níveis historicamente baixos, e há uma procura muito grande por parte da China e da União Europeia por soja e derivados", conta.

Com a queda deste mês, praticamente todas as mercadorias estão no vermelho em 2011. A exceção fica por conta do milho, que até ontem acumulava valorização de 1,18%. Nos 12 meses, porém, a maioria ainda contabiliza ganhos - destaque para o milho, com valorização de 26,71%, e o café, com 28,31%.

Fonte: Valor Económico

Soja ignora números do USDA, recua e já perde patamar dos US$ 12

Os futuros da soja estão despencando na sessão diurna desta sexta-feira na Bolsa de Chicago. Por volta das 12h03 (horário de Brasília), os principais vencimentos já perdiam quase 50 pontos e perdiam o patamar dos US$ 12 por bushel.

No pregão de hoje, a soja está sucumbindo à alta do dólar index e ao aumento da aversão ao risco por parte dos investidores. No início das negociações, os indicadores esforçavam-se para quebrar a barreira psicológica dos 79 pontos.

Nem mesmo os números do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) reportando estoques em 1º de setembro abaixo das expectativas foram capazes de dar suporte ao mercado. Os negócios na CBOT seguem focando as incertezas latentes sobre o futuro da economia global e como este cenário poderia afetar a demanda por matérias-primas.

Já nos vizinhos milho e trigo, a situação é diferente. A alta também é bastante severa, porém, nesse caso, é reflexo dos números do USDA de reservas bem acima dos volumes esperados pelo mercado. Além disso, o avanço da colheita nos Estados Unidos também pesa sobre o complexo de grãos nesta sexta-feira.

Fonte: 7

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

USDA: Para relatório de sexta-feira, expectativa é de redução nos estoques de milho e aumento nos de soja

Nesta sexta-feira (30), o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulga seu relatório trimestral de estoques. As expectativas do mercado apontam para um redução dos estoques de milho em relação ao mesmo período do ano passado e aumento das reservas de soja.

Para a oleaginosa, a expectativa dos traders é de que o departamento reporte reservas em 6,12 milhões de toneladas em 1º de setembro deste ano ante as 4,11 milhões de toneladas divulgadas para 1º de setembro de 2010. O incremento, nesse caso, seria de 49%.

Já para o milho, as apostas dos traders são de uma redução de 43,7% nos estoques trimestrais norte-americanos quando comparados ao mesmo período do ano passado. A expectativa é de 24,44 milhões de toneladas ante as 43,38 milhões de toneladas dos estoques no ano passado.

Para o trigo, também espera-se um declínio, nesse caso de 16,5%. Em 1º de setembro, as reservas eram de 66,68 milhões de toneladas, já para este ano, a expectativa é de 55,68 milhões de toneladas.

De acordo com alguns analistas, esse boletim terá mais um caráter estatístico do que propriamente um impacto fundamental.


Fonte: Notícias Agrícolas // Carla Mendes

Inflação brasileira é uma das mais altas do mundo, mostra BC

A inflação atual brasileira, assim como as previsões para 2011 e 2012, está entre as mais elevadas do planeta. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (28) pelo Banco Central, por meio da apresentação do diretor de Política Econômica da instituição, Carlos Hamilton Araujo, sobre o relatório de inflação do terceiro trimestre deste ano.

Inflação correntes e previsões
Em 12 meses até agosto, quando a inflação brasileira atingiu a marca de 7,33%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ela foi superada, na amostra selecionada de países pelo BC para comparação, somente pela inflação da Índia (acima de 8%) e da Rússia (cerca de 8%). Os números mostram que a inflação brasileira, em 12 meses até agosto, ficou acima da inflação da China, em torno de 6%, dos Estados Unidos (pouco abaixo de 4%), além da África do Sul (pouco acima de 5%), do Reino Unido (entre 4% e 5%), da Nova Zelândia (entre 5% e 6%), e da Suécia, Noruega, Colômbia, México e Chile. Estes últimos países estão com inflação corrente todos abaixo de 4%.

As previsões de inflação do Banco Central, de 6,4% para este ano e em torno de 5% para 2012, que constam no relatório de inflação divulgado nesta quinta-feira, também estão acima da estimativa para a grande maioria das nações - sendo superada, novamente, pela Índia, Rússia e África do Sul (só para 2012). Para este ano, a inflação prevista para a Índia está um pouco abaixo de 9% e, para 2012, em torno de 7%. No caso da Rússia, a estimativa para 2011 está em torno de 9% e, para o ano que vem, está um pouco abaixo de 8%. No caso da África do Sul, a estimativa está em 5% para este ano e em aproximadamente 6% para 2012.

Desaceleração da inflação no mundo
Segundo o diretor Carlos Hamilton Araujo, os números do BC mostram que houve um crescimento da inflação no passado recente. "O mundo inflacionou nos últimos 12 meses, com exceção da Noruega. Mas, olhando para frente, o que a gente observa é que se antecipa um desinflacionamento. A expectativa é que haja uma desinflação no mundo", declarou ele, observando que, assim como no caso do Brasil, a inflação em 12 meses está acima da meta central em quase todas nações, como Suécia, Reino Unido, Austrália, Polônia e África do Sul, tendo a Noruega por exceção.

Juros reais e PIB
Além de ter a inflação entre as mais altas do planeta, os números mostram que a taxa de juros brasileira é a mais elevada do mundo em termos reais - após o abatimento da inflação prevista para o futuro. Atualmente, os juros reais brasileiros estão acima de 5% ao ano, enquanto que, no caso da Índia e Rússia (cuja inflação corrente também está alta, assim como as previsões para 2011 e 2012), estão entre zero e 1% ao ano. A China também possui taxa de juros neste patamar e, no caso dos Estados Unidos, do Reino Unido e da Nova Zelândia, as taxas de juros estão negativas.

Os números também revelam que, em outras economias emergentes, há expectativa maior de crescimento. A previsão do Fundo Monetário Internacional (FMI) para o crescimento da China e da Índia, em 2011 e 2012, respectivamente, está em 9,5% e 7,8% e em 9% e 7,5%. A previsão média de crescimento do PIB dos países emergentes para 2011 e 2012, ainda segundo dados do FMI, é de 6,4% e de 6,1%. No caso do Brasil, a previsão está abaixo de 4% para este ano e para o próximo.

"O crescimento tem de ser endereçado em outra perspectiva. Temos uma taxa de poupança em torno de 16% do PIB, que nos permite investir, com déficit em conta corrente [contas externas] de 2% do PIB, em torno de 18% do PIB. Temos que ter uma taxa de crescimento compatível com a nossa capacidade de investir. Na medida em que o Brasil avançar em reformas estruturais e em ações que melhorem o ambiente de negócios, que aumentem a taxa de poupança, certamente vamos ter oportunidade de ter taxas de crescimento mais elevadas. O crescimento tem limitantes. Estamos crescendo em ritmo compatível com a nossa capacidade de investir", declarou o diretor de Política Econômica do BC.


Fonte: g1.com

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Soja opera com baixas de dois dígitos diante de turbulência na economia

Depois de fecharem o pregão noturno da Bolsa de Chicago desta quarta-feira no vermelho, os grãos ampliaram suas perdas e operam com expressiva baixa na sessão diurna.Por volta das 11h51 (horário de Brasília), a soja já recuava mais de 15 pontos nos principais vencimentos. O milho perdia mais de 7 pontos e o trigo quase 10.

Ainda sem seguir os fundamentos, o mercado volta a focar as preocupações e indefinições sobre a Europa e a nova crise mundial que assombra o cenário macroeconômico mundial. Nos EUA, o setor financeiro opera sem direção, com leve alta do índice Dow Jones e e tímido recuo do S&P500. O dólar index registra uma certa volatilidade, trabalhando em baixa mas ensaiando uma recuperação.

Porém, algumas expectativas sobre o relatório trimestral de estoques que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulga nesta sexta-feira também contribuíram com o movimento de baixa.

A aposta dos traders é de que o órgão reporte um volume entre 5,5 e 6,5 milhões de toneladas de soja estocadas no fim da temporada 2010/11. No último boletim de oferta e demanda, o USDA apontou 6,1 milhões de toneladas da oleaginosa. Para o milho, o mercado espera estoques também maiores do que os da última projeção.

Além desses fatores, a colheita nos Estados Unidos também caminha bem no Meio-Oeste, principal região produtora do país, e atua como fator de pressão para os preços. A expectativa ainda é de que os trabalhos no campo sigam avançando na próxima semana por conta das boas condições do clima.

Fonte: Notícias Agrícolas // Carla Mendes

Alta do dólar terá pouco impacto sobre o custo de produção da safra atual

O analista André Pessôa, sócio-diretor da Agroconsult, diz que a alta do dólar, que deve se consolidar num patamar acima do registrado até o início deste mês, terá pouco impacto sobre o custo de produção da safra atual, uma vez que grande parte dos insumos já estava comprada. Pessôa prevê problemas localizados, em alguns casos de produtores que compraram defensivos para pagar em abril. Ele destaca o efeito positivo da valorização do câmbio sobre a receita. "A subida do dólar mais do que compensou a queda das cotações das commodities agrícolas", disse. O analisa se mostra apreensivo em relação ao médio prazo, uma vez que a volatilidade gera insegurança nos agricultores, em função do possível descasamento da cotação do dólar entre a compra do insumo e a venda da produção. Ele acredita que a volatilidade, tanto do câmbio como das cotações das commodities, deve permanecer durante os próximos meses, "o que é ruim para o agricultor".

André Pessôa comenta que outro aspecto que deve ser acompanhado com atenção é o impacto da crise financeira internacional sobre a demanda. Ele observa que os fundamentos, que eram altistas, em função dos baixos estoques, podem se reverter por conta de uma redução do nível de demanda agregada, principalmente nos países em desenvolvimento. Ele diz que a China é motivo de preocupação, por causa do volume de compra de produtos brasileiros, como a soja e o algodão.

Na opinião do analista, o produtor rural deve ter cautela no planejamento das ações e definições dos investimentos para o próximo ano. Pessôa diz que os agricultores devem se preparar para trabalhar com níveis de preços mais baixos e menor rentabilidade na safra 2012/13. Ele não prevê margens negativas, pois as relações de troca se mantêm favoráveis, mas acha difícil que se repita a euforia provocada pelos bons níveis de preços registrados neste ano. "o cenário não é tão claro e tão firme como estava até agora", diz ele.

André Pessôa observa que nesta safra o nível de tecnologia será alto, como sinalizam os dados sobre compra de insumos. Ele estima que, se o clima ajudar, o Brasil poderá colher mais uma safra recorde, em função da expansão da área plantada. Pelas estimativas da Agroconsult a área de soja deve aumentar 800 mil hectares (para 25 milhões de hectares), o milho de verão mais 500 mil hectares (para 8,3 milhões de hectares) e o algodão mais 100 mil hectares (para 1,5 milhão de hectares). Ele observa que, como a soja cede espaço na Região Sul para o milho e no Centro-Oeste e Bahia para o algodão, haverá um recuo de 600 mil hectares no plantio nas regiões tradicionais, que será compensado pela expansão em 1,4 milhão de hectares em áreas novas, principalmente pastagens degradadas.

Fonte: Agência Estado

terça-feira, 27 de setembro de 2011

USDA: 53pct das lavouras de soja e 52pct das de milho dos EUA estão em boas condições

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou no final da tarde desta segunda- feira, 26, mais um relatório semanal de acompanhamento de safra.

De acordo com o boletim, as lavouras de soja em condições boas ou excelentes nos EUA somavam 53 % da área em 25 de setembro, em linha com os 53% da semana passada.

No caso do milho, as plantações em boas ou excelentes condições chegavam a 52% da área, acima dos 51% da semana passada. Aumento, portanto, de um ponto percentual.

A colheita da soja também já teve início e, até no último domingo, 25, alcançava 5% da área, contra 15% nessa mesma época do ano passado e 11% da média de cinco anos.

Fonte: Notícias Agrícolas

Conab fará estudo das perdas de grãos pós-colheita

Representantes da CONAB, do Ministério da Agricultura e da Embrapa vão se reunir, de amanhã até o fim deste mês, no Centro de Desenvolvimento de Recursos Humanos da CONAB (CDRH), em Brasília, com representantes de universidades federais, para discutir e aprovar o projeto sobre o estudo de perdas de GRÃOS na pós-colheita.

A pesquisa - Perdas Quantitativas e Qualitativas no Transporte e Pós-colheita de GRÃOS no Brasil - é inédita no país e vai possibilitar que se conheça quanto se perde de produtos no trajeto do campo até o porto para exportação. De acordo com os técnicos da CONAB, a pesquisa será regida peloTermo de Cooperação Técnico-científica a ser celebrado entre a estatal e aEmbrapa. Professores da Universidade de Brasília (UnB), de Campinas (Unicamp),de Viçosa (UFV) e de Pelotas (UFPEL) também farão parte do estudo. As informações são da CONAB.(JL)

Fonte: Safras e Mercado

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Crise mundial não deve afetar o consumo de soja e milho, diz analista

A “tempestade” em que se encontra a economia mundial não deve interferir negativamente no consumo de soja e milho, avalia o analista de commodities agrícolas Steve Cachia, da Cerealpar, que acaba de chegar do Congresso Mundial de Grãos, realizado em Singapura. Ele pontua que os baixos estoques mundiais e a demanda crescente por alimento contribuem para isso. “O que deixa a gente mais otimista é que por sorte a crise não esta afetando a demanda por soja e milho. A Ásia está aprendendo a comer melhor hoje e isso pode ajudar o mercado mais à frente. Passado esse efeito negativo, poderemos ter uma tendência altista novamente”, disse, em entrevista ao Olhar Direto.

O analista diz que a crise econômica originada na Grécia e impactada com problemas financeiros da Itália e da Espanha já se desenhava desde o ano passado. Lembra, ainda, que nos momentos de risco, o posicionamento dos fundos de investimentos é de aversão, saindo dos mercados.

“Já vinha alertando há alguns meses. Eu estava na Europa no verão e o que se percebia era o pessoal com medo de recessão, repetir o que aconteceu em 2008, quando os preços de soja estavam altos e acabaram despencando por causa da crise nos Estados Unidos”.

A turbulência nas bolsas não deve afetar os preços – pelo menos em curto prazo – para os agricultores brasileiros. Steve diz que a queda na cotação do buschel da soja na Bolsa de Chicago foi absorvida pela alta do dólar no Brasil. “Os preços estavam se aproximando de US$15 o bushel e caíram para US$ 12, mas o cambio ajudou e o mercado não sentiu tanto a magnitude dessa queda em função do câmbio. Porém, para 2012, pode ter resultado negativo, pois o momento é de pressão sobre os preços”.

Cachia atenta para a necessidade de o produtor mato-grossense garantir os custos de produção da safra que se inicia, com venda antecipada de parte da soja. “Tenho notado nesse ultimo ano que Mato Grosso aprendeu com as lições do passado e não fica esperando. Quem já negociou parte da safra garantiu os custos. Quem está com porcentagem de venda antecipada muita baixa, na casa dos 10 a 15%, o ideal é adiantar a negociação. Quem já vendeu para suprir o custeio pode esperar mais um pouco para negociar a outra parte”, pontua Steve.

Fonte: Olhar Direto

Valorização do dólar pode beneficiar agronegócio

Apesar da queda no pregão desta sexta, dia 23, o dólar encerrou a semana em alta de 6,47%. E, de acordo com analistas de mercado, a cotação maior da moeda americana pode trazer benefícios para o agronegócio.

A fuga para o dólar nos últimos dias fez do real a moeda mais desvalorizada em relação a moeda norte-americana. Segundo economista da Tendências Consultoria, Bruno Lavieri, só no mês de setembro, a desvalorização foi de 13%, e só não foi maior porque o Banco Central voltou a atuar no mercado de câmbio. Para o analista, esta situação, a princípio, beneficia quem exporta, mas requer atenção.

– O exportador ao mesmo tempo em que se beneficia do câmbio desvalorizado, ele tem alguma dificuldade no momento de se proteger desta variação do câmbio, da volatilidade muito alta. O hedge fica muito caro e as opções são mais escassas. Por isto o Banco Central interveio no mercado futuro para tentar irrigar neste momento que estava esvaziado, mesmo assim ainda é um cenário de incerteza difícil, passageiro – relata o economista.

Mesmo com o cenário de incerteza na economia global, para o agronegócio essa valorização do dólar tem sido positiva, avalia o especialista no mercado de câmbio, Mario Battistel.

– Para o nosso produtor, pro nosso mercado de commodities, para o setor agrícola principalmente, foi excelente porque ele tinha um mercado cativo lá fora tomados, com preços estáveis. Só que ele vendia os dólares que apurava das exportações, num preço cada vez mais baixo. Com as mexidas que tivemos nesta última semana pelo menos deu uma recuperada. Então eventualmente ele está ganhando alguma coisa ou perdendo menos na hora dele vender os dólares apurados na exportação – afirma o gerente de câmbio.

O diretor geral da Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (ANEC), Sergio Mendes, ressalta que os preços de commodities estão caindo, mas ainda estão em níveis altos. Assim, o dólar fortalecido traz outra vantagem, o desconto do frete fica menor.

– Você tem uma tripla combinação. Receita proveniente de preço relativamente bom, dólar muito alto e menos desconto via frete, então a receita vai ficar bonita, lá em cima. Eu, se fosse produtor, estaria vendendo – conta o diretor.

Mas este o economista Roberto Troster faz um alerta: as vantagens do dólar mais valorizado são de curto prazo e ainda em um cenário de volatilidade. No médio e longo prazo, as consequências para o setor do agronegócio dependem mais da situação da economia da China.

– Quando o dólar sobe, a receita do agronegócio aumenta. Só que neste caso você está tendo volatilidade, oscila muito então você tem que tentar vender num momento que o dólar está alto e tentar comprar os insumos valorizados no momento que o preço é baixo. Tem muita volatilidade, é ruim porque gera incerteza, o resultado do agronegócio acaba dependendo mais do mercado financeiro, a médio prazo você vai ter mais inflação e mais inflação implica numa perda real de uma série de fatores – explica.

Fonte: Canal Rural

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Informa aposta em maior área de soja e milho em 2012 nos EUA

De acordo com as estimativas da consultoria norte-americana Informa Economics, divulgada hoje, a sua primeira estimativa para plantio da safra 2012 dos Estados Unidos, indica um sentimento de aumento na área a ser plantada com milho e com soja.

Segundo a Consultoria, a área de milho deverá ocupar 94,3 milhões de acres, com aumento de 2,2% sobre o total cultivado em 2011, de 92,3 milhões de acres. O plantio de soja deverá crescer 1,1%, atingindo 75,8 milhões de acres. Já a área de trigo tem previsão de aumento de 2,5%, ocupando 56,6 milhões de acres.

Fonte: Notícias Agrícolas // Marília Pozzer

MT: soja e milho tem rentabilidade maior

Cultivo da soja e milho em Mato Grosso garante aos produtores rentabilidade superior à do algodão, com 66,6 e 49,2 pontos percentuais, respectivamente, acima dos 26,4% registrados para cotonicultura no Estado, considerando custo de produção nas 3 culturas. Diagnóstico consta na Prospecção de safra 2011/2012, divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Investimento exigido para cultivo de um hectare de algodão (R$ 4,626 mil) se apresenta 373 % superior ao custo de produção da soja (R$ 1,240 mil) e 404% ao do milho (R$ 1,145 mil).

Recurso aplicado na produção de um hectare de algodão no Estado permite cultivar 3,73 hectares de soja e 4,04 hectares de milho, tendo como referência análise dos custos nos municípios de Sorriso, Campo Novo do Parecis e Rondonópolis, avaliados em julho deste ano. Mas, a relação custo-benefício, avaliada a cotação das 3 commodities no cenário atual, é melhor para a cotonicultura, conforme explica diretor-administrativo da Associação de Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Carlos Henrique Fávaro.

“É bom observar que a rentabilidade na proporção de 26,4% para o algodão garante remuneração melhor que a da soja (66,6%) e do milho (49,2%), quando se faz a conversão em reais”. Isso ocorre, completa Fávaro, pelo preço do produto no mercado. No comparativo com a soja, receita líquida obtida no cultivo de um hectare de algodão garante diferença de R$ 500 a mais, avaliadas as condições de mercado atuais, mesmo após os preços terem cedido um pouco, pressionados pela indústria têxtil.

Para uma pequena parcela de produtores que ainda não adquiriram os insumos para próximo ciclo produtivo, rentabilidade deve ser menor, diz Fávaro, diante da recente alta do dólar, consequente encarecimento dos fertilizantes e retração nos preços internacionais nais das commodities. Para o analista do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Daniel Latorraca, a rentabilidade dos produtores de soja e milho está assegurada nesta proporção para o próximo ciclo produtivo, considerando que aquisição dos insumos está concluída, no caso da soja. “Não houve compra antecipada, esse cenário é natural deste período, porque os produtores devem entrar com as plantadeiras no campo em outubro”.

Outro fator que garante a rentabilidade nesta próxima safra é a comercialização antecipada da soja e do milho. Por meio de contratos futuros, 50% da safra 2011/2012 de soja está negociada, proporção 14% superior ao volume de negociações realizadas no mesmo período de 2010, referente à safra 10/11. Situação idêntica é observada com a produção de milho safrinha, em que a comercialização antecipada alcança 33%. “Os estoques de grãos continuam baixos, então, mesmo que o dólar tenha subido, não deve haver queda brusca dos preços de soja e milho”.

Fonte: A Gazeta

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

CBOT: Futuros da soja atingem pior patamar em seis meses

A Bolsa de Chicago opera no pregão regular desta quinta-feira com fortíssimas baixas para o complexo de grãos. Às 13h59 (horário de Brasília) os futuros da soja atingiam o pior patamar em seis meses na CBOT, perdendo mais de 25 pontos no contrato novembro/11 que cedia a barreira dos US$13 por bushel. No mesmo horário, o milho também operava no vermelho com retração de 21 pontos nos principais vencimentos, após um fraco desempenho nas vendas líquidas semanais. Pressionado pelas demais commodities e pela concorrência entre Rússia e EUA, o trigo também trabalha em solo negativo, amargando de 18 a 24 pontos de queda nos contratos mais importantes.

Para analistas, as quedas acentuadas dos grãos refletem o pessimismo que toma conta do mercado financeiro mundial, com investidores eliminando ativos de risco, como as commodities agrícolas. O anúncio do Fed (Banco Central dos EUA) de manter a taxa básica de juros entre zero e 0,25% ao ano e comprar US$ 400 bilhões em títulos do tesouro americano até junho de 2012, não foi visto de forma positiva pelo mercado, que esperava medidas mais firmes do órgão americano. Segundo boletim do Fed, a expectativa é que haja uma retomada no processo de recuperação na economia do país, mas isso deve acontecer gradualmente.

Os futuros dos grãos operam ainda nesta quinta-feira diante da falta de fundamentos próprios e sob pressão da forte alta do dólar, que trabalha com alta de 3%, cotado ao R$1,92.

Hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos EUA) divulgou números sobre as exportações de grãos no país até o dia 15 de setembro. De acordo com o relatório, o volume embarcado de soja somou 404,4 mil toneladas no período. A expectativa inicial ia de 200 a 800 mil toneladas.

Para o milho, o volume também ficou dentro das estimativas que iam de 400 a 900 mil toneladas. O grão registrou 598,10 mil toneladas exportadas para o ano comercial 2011/12.

Já para o trigo, as vendas líquidas norte-americanas ficaram em 679.500 toneladas na semana encerrada em 15 de setembro, contra 413.500 toneladas na semana anterior.


Fonte: Notícias Agrícolas // Ana Paula Pereira

Dólar mais do que compensa queda das commodities

A valorização do dólar em relação ao real, que ganhou força em setembro, até agora impediu a queda dos preços domésticos das principais commodities agrícolas exportadas pelo Brasil, que perderam sustentação nas bolsas internacionais nas últimas semanas em decorrência das turbulências financeiras em países desenvolvidos.

Mais do que isso: os preços de exportação de produtos como soja, milho, café e açúcar estão até mais elevados do que no fim de agosto, quando as incertezas em relação à economia global tornaram-se ainda maiores, amplificaram as dúvidas sobre o futuro da demanda e abriram espaço para o fortalecimento da moeda americana no mercado externo.

Para os produtores brasileiros que exportam e temiam que a crise no Hemisfério Norte provocasse uma baixa das cotações que reduzisse suas atuais margens de lucro elevadas, trata-se de uma boa notícia, que inclusive já acelerou as vendas antecipadas da colheita da safra que começou agora a ser plantada (2011/12). Do ponto de vista do combate à inflação, porém, ainda não há refresco à vista nesse fronte. Com a disparada de ontem, o dólar passou a acumular alta superior a 15% em relação ao real neste mês.

Produto com maior peso nas exportações agrícolas do Brasil, a soja fechou a quarta-feira em queda de 1,3% na bolsa de Chicago, cotada a US$ 13,32 por bushel (medida equivalente a 27,2 quilos). Com mais esse recuo, os futuros de segunda posição de entrega do grão (normalmente os de maior liquidez) passaram a acumular baixa de 8,6% em setembro. Apesar disso, o preço da oleaginosa convertido em reais ficou 5,2% mais alto no período. "Os preços praticados no Brasil estão acima dos picos de agosto", diz Antonio Sartori, da corretora gaúcha Brasoja.

Atraídos pelos preços favoráveis, os agricultores aceleram a comercialização da próxima safra. De acordo com Sartori, os gaúchos já comprometeram aproximadamente 20% da produção que será entregue em maio de 2012, um resultado excepcional em um Estado onde as negociações antecipadas de soja são uma prática pouco comum. "Mais da metade desse volume foi comercializado nas últimas semanas. A alta do câmbio compensou até mesmo a queda dos prêmios pagos nos portos", observa. Segundo ele, há um ano nem 10% da safra do Estado havia sido negociada.

Fenômeno semelhante é observado em Mato Grosso, onde a cultura das vendas antecipadas é arraigada. Glauber Silveira, presidente da Aprosoja, associação que representa os produtores do Estado, calcula que metade da safra 2011/12 do Estado já foi comercializada, ante pouco mais de 30% em igual período do ano passado. Mais de um terço desse volume foi negociado neste mês.

O milho é outra commodity cujos preços resistem a cair, mesmo com a colheita da safrinha no Paraná. Em setembro, os futuros do grão recuaram 8,9% em Chicago, mas acumulam alta de 4,8% no mês na conversão para a moeda brasileira. Ontem, a commodity caiu 0,56% na bolsa americana, para US$ 6,99 por bushel (27,2 quilos), menor preço de fechamento desde 10 de agosto. Em compensação, o indicador Cepea/Esalq para o milho no mercado físico está no maior nível desde fevereiro, a R$ 31,65 por saca, alta de 3,94% no mês.

Historicamente, os preços domésticos do milho são pouco influenciados pelo comportamento do câmbio e do mercado externo, já que o Brasil sempre teve uma participação tímida no mercado internacional do grão. Mas o rápido aumento dos embarques nos últimos anos fez com que o cenário interno fosse cada vez mais influenciado pelo sobe-e-desde do preço oferecido aos exportadores. Sintoma dessa mudança, as vendas antecipadas de milho no Mato Grosso, que praticamente inexistiam até o ano passado, somavam 33% até o fim de agosto. Estima-se que, três semanas depois, estejam próximas de 50%. "É muito possível que, a essa altura, tenhamos vendido mais milho do que soja em Mato Grosso", afirma um trader.

O efeito cambial também é sentido nos mercados de café e açúcar, que desde o início do mês acumulam queda de 11,5% e 10,3%, respectivamente, em Nova York. Em moeda local, o café acumula alta de 1,9% e o açúcar, 3,3%, no mesmo período. Gil Barabach, analista da consultoria Safras & Mercados, pondera que a alta do real é um dos fatores que ajudam a pressionar os preços das commodities agrícolas lá fora, devido à posição do Brasil no tabuleiro. "A alta do dólar estimula as exportações, e os preços internacionais se ajustam a esse aumento de oferta".

No entanto, o ritmo da queda nos preços internacionais é insuficiente para fazer frente à erosão do câmbio, diz Fábio Silveira, da RC Consultores. Para ele, o resultado "inevitável" dessa equação será um aumento da inflação no Brasil. "O recuo dos preços internacionais ainda é muito tímido perto desse salto do dólar."

Fonte: Valor Económico

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

Sob pressão do mercado financeiro, soja trabalha no vermelho em Chicago

Os futuros dos grãos operam em queda no pregão regular desta quarta-feira na CBOT refletindo o temor do mercado financeiro com a crise da Europa, e também com rumores de que a reunião do Banco Central do EUA (FED) não deverá trazer medidas concretas para sanar o problema da recessão que ameaça a economia norte americana. A forte valorização do dólar, que já rompeu a marca de 1,80 real também pressiona os futuros da oleaginosa.

Às 15h04 (horário de Brasília) as perdas na soja computavam 11 cents, depois de um fechamento no noturno com pequenas altas. Para os principais vencimentos, os ganhos no noturmo foram de 1,5 ponto. Já o milho trabalha no pregão com volatilidade e pequenos ganhos no mesmo horário. De acordo com o analista de mercado da New Edge Consultoria, Daniel D´Ávila, a demanda mais aquecida por etanol de milho nos EUA tende a deixar as cotações do grão um pouco mais sustentadas. Já o trigo trabalha com recuo de 3 cents nos principais contratos.

Sem novidades no campo fundamental, o pregão eletrônico para a soja foi de movimentos técnicos que pareceu apontar uma fase de consolidação das cotações. Mas, no momento, o que prepondera é o peso do mercado financeiro.

Recuperação com fundamentos

Depois de amargar fortes perdas na semana passada, os futuros dos grãos encontraram leve sustentação nos últimos pregões desta semana diante dos números de queda nas lavouras de soja em condições boas/excelentes norte-americanas divulgados no último relatório do USDA (Departamento de Agricultura dos EUA) do dia 19.

Fonte: Notícias Agrícolas // Marília Pozzer

Demanda chinesa pode oferecer suporte aos preços da soja, garantem traders

Após o tombo de segunda-feira, os contratos futuros de segunda posição de entrega da soja (janeiro de 2012) fecharam com ganhos modestos ontem na bolsa de Chicago. Os papéis subiram 2 centavos de dólar em relação à véspera e encerraram a sessão negociados a US$ 13,4875 por bushel. Traders consultados pela agência Dow Jones Newswires não se mostraram surpresos com o comportamento dos preços, já que sazonalmente é tempo de aumento da oferta global por causa da colheita no Hemisfério Norte. Mas há uma expectativa de que a demanda da China voltará a crescer, o que pode oferecer suporte extra ao mercado. No Paraná, a saca de 60 quilos do grão saiu, em média, por R$ 45,03, segundo o Departamento de Economia Rural (Deral) da Secretaria da Agricultura.

Fonte: Valor Económico

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Impacto do câmbio sobre inflação divide economistas

A desaceleração do ritmo de alta dos preços dos alimentos nos índices de atacado e o impacto da recente valorização do dólar dividem a opinião dos analistas sobre a trajetória da inflação brasileira neste quadrimestre. No conjunto, o Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) mostrou aceleração e passou de 0,32% para 0,52% entre o segundo decêndio de agosto e o de setembro. Em contrapartida, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) agropecuário, que ditava o avanço dos IGPs desde julho, ficou estável entre uma leitura e outra (passou de 1,31% para 1,33%), repetindo o movimento de acomodação já registrado no IGP-10.

Segundo o coordenador de análises econômicas do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre-FGV), Salomão Quadros, os alimentos processados apresentaram desaceleração mais importante, o que, no início de outubro, pode começar a se refletir nos preços do varejo. Na avaliação da FGV, a desaceleração dos alimentos ficou evidente na segunda prévia do IGP-M, divulgada ontem. Os alimentos processados, subgrupo dos bens finais, passaram de alta de 3,07%, na segunda prévia de agosto, para 1,25% em igual período de setembro

Analistas consultados pelo Valor concordam que a medição mostra certa acomodação dos preços agropecuários e de alimentos processados, mas divergem sobre a duração do movimento. Alguns não veem a inflação dos alimentos com preocupação e acreditam que o pico desses preços será atingido em setembro. Outros economistas destacam a desvalorização do câmbio como propulsor das altas no grupo nos próximos meses, que chegarão via commodities.

Na visão de Fábio Romão, da LCA Consultores, e Thiago Carlos, da Link Investimentos a alta dos alimentos no atacado deve permanecer próximo do registrado na prévia do IGP-M nos próximos meses. "Os alimentos chegaram a um certo limite", diz Carlos. "Eles não devem se acelerar mais do que isso. O preço das carnes não deve mais subir tanto e os alimentos in natura já subiram o que tinham que subir." Na atual medição do IGP-M, as hortaliças e legumes tiveram queda de 2% no varejo, contra deflação de 5,18% no segundo decêndio de agosto. Já o preço das frutas passou de alta de 2,18% para 6,12%, e o das carnes bovinas, de 0,05% para 1,45%. Os três itens tiraram os alimentos de queda de 0,13% para avanço de 0,85%.

Romão acredita que o IPA agropecuário não ultrapasse 1,5% até o fim do ano, ao passo que os alimentos dentro do IPCA devem registrar taxas acima do indicador geral, mas relativamente estáveis. "Há risco de repiques, porque os preços desses produtos são voláteis. A questão é se ele prepondera. Na nossa avaliação, não."

Os dois analistas também destacam as commodities como outro ponto que jogará a favor da inflação dos alimentos neste fim de ano. Segundo o economista da LCA, os sinais de desaceleração da atividade global indicam que o preço das matérias-primas deve continuar "andando de lado", o que terá efeito desinflacionário nos alimentos. "Não quero dizer que os preços das commodities vão despencar, mas que vão moderar as altas". "Houve desaceleração das commodities em agosto e parece que isso continua em setembro. Não acredito que tenha mais pressão vindo dos preços agropecuários, pelo menos neste fim de ano", diz Carlos.

Esse não é o cenário com o qual trabalha o sócio-diretor da RC Consultores, Fabio Silveira. Em sua avaliação, a recente desvalorização do câmbio, que atingiu R$ 1,78 ontem, "colocará lenha na fogueira da inflação" dentro de, no máximo, 60 dias. "As commodities continuam com tendência de relativo declínio ao longo dos próximos meses, o problema é que a taxa de câmbio mudou de patamar e, seguindo mais alta, significa encarecimento quase imediato dos alimentos no atacado."

Silveira não revisará suas projeções de curto prazo enquanto não se confirmar o novo patamar da taxa de câmbio, mas afirma que, caso continue entre R$ 1,70 e R$ 1,80 nas próximas duas semanas, não só os preços agropecuários vão subir. "A trajetória em 12 meses dos IGPs e IPCs pode voltar a ser ascendente e contaminar contratos."

A analista Alessandra Ribeiro, da Tendências, também espera mais inflação, como consequência das mudanças recentes no cenário externo. Em estudo divulgado para os clientes da consultoria, Alessandra cruza dados de câmbio e preços de commodities em dólares para verificar quanto os preços dos produtos básicos têm variado em reais. O resultado, diz Alessandra, é que "se há um viés, é inflacionário para a economia brasileira".

Entre 31 de julho e 5 de dezembro de 2008, período de explosão da crise mundial, o índice CRB, que mede preços das commodities cotadas no mercado global, despencou 35%. Se somado à oscilação de preços do petróleo, o CRB, em dólares, caiu 68,2%. No mesmo período, o real sofreu desvalorização de 59,6% frente ao dólar. Assim, o CRB em reais passou por elevação de 3,64% no período, resultando, segundo Alessandra, em alta de 0,15 ponto na inflação, à época.

Dessa vez, entre o fim de julho e 14 de setembro deste ano, o "CRB ampliado" (contando o petróleo) caiu apenas 3,4% em dólar, e o real se desvalorizou em 11% em relação ao dólar. O CRB em reais passou por uma alta de 7,97% no período, resultando em incremento de 0,32 ponto na inflação.

O efeito inflacionário, em 2011, decorre do fato de a desvalorização do real ter sido muito superior à queda nos preços das commodities. "Pelos canais de atividade, crédito e confiança, nota-se uma desaceleração em curso, mas nada que aponte uma desaceleração magnificada pela crise internacional", escreve Alessandra no relatório. Para ela, é "pouco provável" que o recrudescimento da crise internacional acabe gerando queda na inflação brasileira. (Colaborou Marta Nogueira, do Rio)


Fonte: VALOR ECONÓMICO -SP

China deverá importar 5% a mais de soja no ano que vem

As importações chinesas de soja podem crescer pelo menos 5% no próximo ano, impulsionadas pela crescente demanda dos criadores de aves e suínos, combinada com a ênfase na busca de autossuficiência em milho, disse a Associação Americana de Soja nesta segunda-feira.

A China, o maior importador global de soja, deve importar cerca de 57 milhões de t no ano até 31 de agosto de 2012, contra 53 e 54 milhões de t estimadas no ano anterior, disse Danny Murphy, da Associação Americana de Soja.

"Eles estão aumentando com tal ritmo e com tamanha força, que eu esperaria que as compras cresçam, pelo menos, a um ritmo de 5% ou mais." "A (a indústria chinesa de) carne suína é enorme consumidora de milho e de farelo de soja. A indústria de carne de frango está se desenvolvendo e a demanda está crescendo".

A produção global de soja em 2011/12 deve atingir 265 milhões de t, segundo projeções da Oil World, com a safra dos EUA em 11/12 prevista para cair a 88,5 milhões de t, versus 90,6 milhões de t de 2010/11. Perto de 60% das exportações de soja dos Estados Unidos seguem para a China, seguido por México, Japão e Taiwan. "Parece que a China está tentando se tornar autossuficiente em milho -por isso, coloca mais ênfase na produção do milho e reduz a área com soja", disse Murphy. "Nos últimos quatro anos, eles provavelmente reduziram a produção de soja na China em três, quatro milhões de t".

A China, tradicionalmente autossuficiente em milho, importou mais de 1,5 milhão de t em 2010, em sua primeira importação em mais de quatro anos, depois que uma seca afetou severamente a safra local.


Fonte: Reuters

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Soja despenca mais de 27 pontos na abertura em Chicago

Os futuros da soja despencam na abertura do pregão regular desta segunda-feira na Bolsa de Chicago. Os preços da oleaginosa não resistem a forte alta do dólar índex que desafia os 78 pontos. Às 11h57 (horário de Brasília), a soja perdia mais de 27 pontos no contrato maio/12.

Milho e trigo também trabalhavam com fortes quedas, perdendo 14 e 18 pontos, respectivamente, nos principais contratos. De acordo com a Bloomberg, na semana passada os preços do milho atingiram o nível mais negativo em três meses e o trigo registrou a oitava queda seguida em nove pregões.

Segundo analistas, os preços do complexo de grãos operam hoje sob forte pressão da crise na economia europeia com investidores aumentando sua aversão ao risco e liquidando posições ante uma possível saída da Grécia do bloco europeu. Desde as 12h (horário de Brasília) ministros gregos, membros da União Europeia e do FMI (Fundo Monetário Internacional) encontram-se reunidos em busca de uma solução para a dívida grega. Pela manhã, as principais Bolsas do Velho Continente trabalhavam em queda à espera da reunião.


Fonte: Notícias Agrícolas // Ana Paula Pereira

Situação grega preocupa e bolsas da Ásia fecham em queda

Os mercados asiáticos encerraram em baixa nesta segunda-feira (19), com a renovação das preocupações com a dívida grega e a situação na Europa como um todo. Os investidores também ficaram no aguardo do encontro do Federal Reserve (Fed, banco central dos Estados Unidos), marcado para esta semana, na expectativa de medidas para estimular a economia americana.

Mereceu atenção ainda o movimento das ações do setor financeiro e de empresas ligadas a matérias-primas, como HSBC, National Australia Bank, PetroChina, China Coal Energy e BHP Billiton.

Em Hong Kong, o Hang Seng cedeu 2,76%, para 18.917,95 pontos. O S&P/ASX 200, da Austrália, declinou 1,64%, ficando em 4.081,50 pontos. Em Seul, o Kospi terminou aos 1.820,94 pontos, com recuo de 1,04%. O Shanghai Composite, de Xangai, diminuiu 1,79%, ficando em 2.437,79 pontos.

A praça de Tóquio não operou devido a feriado.


Fonte: Valor Online

Para analistas, R$ 1,70 é o novo patamar do dólar

A repentina valorização do dólar frente ao real reflete tanto a expectativa do mercado por juros menores no País, diante da nova política monetária do Banco Central, quanto a insegurança em relação à crise financeira na Europa, que tem fortalecido a moeda americana também frente ao euro. Apesar de o momento ainda ser de volatilidade, é possível que o dólar tenha encontrado novo e definitivo patamar, ao redor de R$ 1,70.

No entanto, analistas afirmam que não há espaço para uma desvalorização maior do real, em razão das commodities ainda fortes e da percepção de risco baixo da economia brasileira, o que atrai investimentos.

"A média dos preços de commodities ainda é alto. Isso sustenta o câmbio no Brasil, evita uma desvalorização maior. E o número impressionante de investimento direto estrangeiro, de US$ 70 bilhões de dólares até o fim do ano, bem acima do déficit de conta corrente. O Brasil está conseguindo financiar com facilidade seu déficit e as reservas vão continuar crescendo. Então, não vejo muito espaço para o câmbio se valorizar de forma acentuada, como em 2008 e 2009", disse Carlos Langoni, ex-diretor do Banco Central e diretor do Centro de Economia Mundial da Fundação Getúlio Vargas.

Outra razão que poderia evitar uma queda mais brusca do real seria a ameaça do impacto da valorização do dólar sobre a inflação, levando o governo a agir para amenizar uma subida acentuada da moeda americana. "Permitir uma desvalorização cambial acentuada seria um tiro no pé em termos de inflação", completou o ex-diretor do BC.

Em duas semanas, o dólar acumulou uma sequência de dez dias consecutivos de alta, com uma valorização de 8,45%. Na última quarta-feira, a moeda americana no balcão atingiu a cotação de R$ 1,720, maior nível do ano.

Na sexta-feira, após cinco grandes bancos centrais (Federal Reserve, Banco Central Europeu, Banco da Inglaterra, Banco do Japão e Banco Nacional da Suíça) anunciarem um acordo para aumentar a liquidez em dólares do sistema financeiro europeu, a moeda apresentou queda mais expressiva. A ação coordenada injetou algum otimismo ao mercado, fazendo o dólar perder força frente ao euro, mas, no Brasil, a moeda dos EUA ainda se sustentou acima de R$ 1,70.

Com base no cenário delineado para a inflação de setembro a novembro, analistas de mercado acreditam que o Banco Central terá de mudar o foco da avaliação de que a crise internacional, para o Brasil, será deflacionária. Para o economista-chefe da MB Associados, Sérgio Vale, a tese do BC e do Ministério da Fazenda pode estar equivocada porque a crise desta vez é diferente de 2008, marcada pela quebra do banco Lehman Brothers.

Daquela vez, lembra o economista, a crise se disseminou pelo mercado de crédito, que travou com a escassez da liquidez internacional. Isso levou a uma queda da demanda global, resultando na redução expressiva dos preços das commodities. Com os preços internacionais baixos, todo o aumento do dólar, de quase 55% na época, foi compensado.

"Desta vez, a crise não impactou o crédito e a China está aí, demandando commodities. Com o câmbio se apreciando e os preços das commodities subindo, talvez tenhamos uma pressão sobre os alimentos."

"(O dólar) vai se manter pelo menos em R$ 1,70, não tenho dúvida", afirmou o economista Roberto Giannetti da Fonseca, diretor do departamento da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp). "Não é ideal, mas é temporariamente aceitável, porque temos que olhar também o aspecto da inflação. O ideal seria entre R$ 2 e R$ 2,20, mas (R$ 1,70) é um patamar compatível com a nossa economia, para a indústria respirar um pouco mais aliviada e evitar uma enxurrada de importações baratas."

Se num primeiro momento o movimento dos BCs para garantir liquidez em dólares foi bem recebido, há quem veja a medida como uma reafirmação da complexidade do cenário de crise. "Esse acordo, em uma análise mais macro, é péssimo. É um sinal de problema de liquidez, as companhias começam a remeter de volta para a matriz para cobrir rombo e ainda assim o governo tem que injetar dinheiro. É muito similar a 2008, quando o dólar foi a R$ 2,40", avaliou Italo Abucater, gerente da mesa de dólar da corretora Icap Brasil.

Um dos gatilhos para a valorização acentuada do dólar foi a decisão do Banco Nacional da Suíça (SNB), no último dia 6, de estabelecer um piso para a cotação do euro em relação franco suíço: 1,20 franco para cada euro. Na prática, a Suíça acabou com a política de câmbio flutuante. "A atual sobrevalorização exagerada do franco suíço representa uma grave ameaça para a economia suíça e traz o risco de um desenvolvimento deflacionário", disse o SNB na época.

A decisão do BC suíço levou à alta do dólar ante o franco e acabou repercutindo também no iene, que caiu em relação à moeda americana. A duas moedas vinham atraindo investidores em busca de uma aposta mais segura em tempos de crise econômica.

No Brasil, agora com juros menores mas ainda com a taxa em patamar alto, os investimentos especulativos tornaram-se menos rentáveis, uma vez que o governo já tinha tomado medidas para tentar conter a lucratividade desse tipo de operação. "Com a cobrança de IOF mais a queda nos juros, o dólar vai ficar em torno de R$ 1,70", disse Abucater.


Fonte: O ESTADO DE S. PAULO - SP

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

Dólar fecha na maior alta do ano: a R$ 1,731

O dólar comercial voltou a fechar em sua cotação mais alta do ano, a R$ 1,731, o que representa um aumento de 1,28% sobre o fechamento de ontem. Trata-se do maior preço desde 23 de novembro de 2010.


Fonte: Só Notícias

Produtor está otimista com a próxima safra

Mato Grosso começa oficialmente nesta quinta (15) a temporada de plantio de soja da safra 2011/12. Com o encerramento do vazio sanitário, período de 90 dias sem o cultivo da oleaginosa durante a entressafra, os produtores do estado aguardam as chuvas para iniciar o novo ciclo.

Tradicionalmente, as regiões Oeste e Médio-Norte são as que iniciam o cultivo mais cedo. De acordo com o produtor rural de Lucas do Rio Verde, Júlio Cinpak, os sojicultores aguardam apenas as condições meteorológicas ideais para semear a soja. Ainda não temos reserva hídrica suficiente, precisamos de pelo menos 100 milímetros de chuva, tivemos algumas chuvas, mas muito isoladas, o tempo está armado e o que tudo indica deve favorecer o plantio logo, logo, avalia o produtor.

Cinpak complementa que isto não preocupa os produtores. O ideal é plantar a partir da primeira semana de outubro. Então ainda temos tempo e tudo indica que a próxima safra será muito boa, sem os problemas ocasionados no ano passado, de falta de chuvas no início do plantio e depois o excesso na época da colheita".

O Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (IMEA) estima que a safra 11/12 no estado tem tudo para ser recorde se as projeções de aumento de área e produção se confirmarem. O Instituto prevê um aumento de 3,4% na área plantada, chegando a 6,63 milhões de hectares e a produtividade esperada é de 52,9 sacas por hectare, o que resultaria em uma produção de 21,04 milhões de toneladas de soja, 2,3% superior à safra passada.

O custo de produção da próxima safra, segundo relatório do IMEA divulgado no mês de agosto, está em média R$ 1.655,31 por hectare, contra R$ 1.504,00/há no mesmo mês do ano passado. Cinpak destaca que isso é consequência da valorização da commodity no mercado internacional. Quando os preços da soja sobrem, o mercado procura se adaptar para aproveitar o momento e aí tudo sobe junto, afirma.

A comercialização antecipada da safra 2011/12 também colabora para manter o otimismo do setor. Segundo o último levantamento do IMEA, 33,1% da próxima safra de soja já está comprometida. “Se os preços se mantiverem nos patamares atuais e o clima favorecer a rentabilidade do produtor na próxima safra tem tudo para ser superior à safra 10/11, avalia Cinkap.

A média de preço da soja no mês de agosto foi de R$ 41,17/saca, enquanto no mesmo período do ano passado a média foi de R$ 38,37/saca, uma valorização de 7,3%.


Fonte: Ascom Aprosoja

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Futuros da soja despencam após relatório de exportações do USDA

Os contratos futuros dos grãos fecharam com forte queda no pregão diurno desta quinta-feira em Chicago. A oleaginosa encerrou a sessão com mais de 20 pontos de queda. Este é o quarto dia consecutivo de baixas da soja.

O milho e o trigo, também despencaram na CBOT, perdendo 23 e 8 pontos, respectivamente, nos principais contratos.

De acordo com o analista de mercado Pedro Dejneka, os grãos sentem hoje a forte pressão frente às dúvidas sobre a saúde financeira da Europa. Segundo Dejneka, no início da semana rumores de que o Société Générale e outros bancos da Europa estivessem diminuindo suas posições derivativas de commodities também influenciaram os preços. Além dos fatores da macroeconomia, o analista afirma que as geadas da última noite no Cinturão de Produção norte-americano foram fracas e todos esses fatores juntos derrubaram os preços dos grãos que liquidam posições nesta quinta-feira.

Hoje pela manhã, o USDA (Departamento de Agricultura dos EUA) divulgou o relatório semanal de exportação, que apontou números de embarque da oleaginosa abaixo da expectativa. Segundo o Departamento, na semana encerrada em 8 de setembro, as vendas de soja dos EUA para o exterior somaram 351,9 mil toneladas, sendo que a expectativa inicial ia de 400 a 600 mil toneladas. Para o milho, os números vieram dentro do esperado, somando 127 milhão de toneladas para o ano comercial 2011/12. O total, de 1,168 milhão de toneladas ficou acima das apostas dos traders, que esperavam vendas de 400 mil a 700 mil toneladas.

Para finalizar, Dejneka afirma que os preços da soja ainda estão US$3 acima do mesmo período no ano anterior e que não devem passar dos US$13,50, pois o mercado ainda aguarda dois importantes relatórios. O primeiro do dia 30 com números sobre os estoques do USDA e o segundo no dia 12, com números finais sobre a produção da safra nos EUA.


Fonte: Notícias Agrícolas // Ana Paula Pereira

Produtores compraram mais fertilizantes

As vendas de fertilizantes seguem fortes no Brasil e cresceram 25,6 por cento no acumulado do ano até agosto, estimuladas pelo bom cenário registrado para as culturas de soja, milho, cana e café, mostrou levantamento mensal divulgado pela indústria na segunda (12). As indústrias de fertilizantes importaram 13,3 milhões de toneladas até agosto, segundo a Secex (Secretaria de Comércio Exterior). Esse volume, 60% superior ao de 2010, é uma resposta às necessidades do campo.

Os dados da Associação Nacional para a Difusão de Adubos (Anda) revelam que os produtores brasileiros já compraram 17,053 milhões de toneladas, contra 13,573 milhões de toneladas em igual período do ano passado. Durante todo o ano passado foram 24,5 milhões de toneladas, segundo a Anda.

Dois fatores levam ao aumento da utilização de adubos, segundo Carlos Eduardo Florence, diretor-executivo da Ama (Associação dos Misturadores de Adubo do Brasil): os produtores estão capitalizados e as perspectivas da nova safra são boas.

Otávio Celidônio, superintendente do Imea (Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária), concorda que os produtores estejam capitalizados e por isso "investem no solo o que deixaram de investir nas safras anteriores, quando a renda não era boa". Os preços estão bons e as vendas antecipadas aumentam, o que faz o produtor buscar produtividade maior, segundo ele. Essa melhora de tecnologia aplicada deve ocorrer principalmente no milho. "Não existe segunda safra de milho com baixa tecnologia", diz Celidonio.

Para Florence, há uma modificação no perfil de demanda neste ano, com aumento de utilização de adubo no milho. A relação de troca de insumos com milho está bastante favorável aos produtores, segundo o diretor-executivo da Ama.

O real fortalecido manteve os preços internos dos adubos sem grandes oscilações. No mês passado houve queda, inclusive, segundo acompanhamento do Imea.


Fonte: Folha de S. Paulo

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Milho e trigo recuperam fôlego enquanto soja permanece no vermelho na CBOT

Os futuros da soja fecharam o pregão noturno desta quarta-feira e abriram o diurno em Chicago, com leves perdas. Às 12h05 (horário de Brasília), a oleaginosa recuava 4 pontos em seus principais contratos.

Já o milho apresentava leve recuperação e por volta do mesmo horário trabalhava no azul da tabela, com 4 pontos de alta, enquanto o trigo tomava fôlego e trabalhava com 7 pontos de variação positiva nos principais vencimentos futuros. Ontem, o trigo teve forte desvalorização, pressionado, principalmente, pelas chuvas previstas para atingir as áreas de produção do cereal nos EUA, que estão muito secas.

No pregão regular desta terça-feira em Chicago, notícias sobre um rendimento melhor que o esperado do milho derrubaram os preços do grão e, de acordo com analistas, hoje também interferem nos preços da soja. Segundo o analista de commodities da Cerealpar, Steve Cachia, o mercado está fazendo ajustes técnicos, realizando os lucros das últimas semanas e por isso os preços caíram na sessão noturna na CBOT e ainda podem apresentar variações.

Os futuros dos grãos estão ainda sob pressão da forte alta do dólar que ontem subiu pelo 9º dia consecutivo, cotado a R$1,7122 estimulado pela crise financeira europeia. Soja, milho e trigo ainda sentem pesar sob os preços os fundamentos climáticos, já que, a previsão é de geada para o leste das duas Dakotas, norte de Iowa, oeste de Wisconsin e em grande parte de Minnesota.


Fonte: Notícias Agrícolas // Ana Paula Pereira

Safra de milho cai nos EUA e pode facilitar exportações brasileiras

Os Estados Unidos elevaram em 1,5 milhão de hectares a área semeada de milho nesta safra, mas o volume de produção deverá ficar próximo ao colhido em 2010.

Os novos números de produção divulgados ontem pelo Usda (Departamento de Agricultura dos EUA) indicam safra de 317,4 milhões de toneladas, 3% menos que o previsto em agosto.

"O governo dos EUA poderá agora revisar a área colhida e apresentar números ainda menores devido a enchentes em várias regiões. A produção, no entanto, está praticamente definida", diz a analista Daniele Siqueira, da AgRural, de Curitiba.

Segundo ela, o importante agora é ficar de olho nos dados de consumo de milho para etanol e ração nos EUA.

Os números de ontem confirmaram a quebra de produtividade, que caiu para 155 sacas por hectare, 3,2% menos que o previsto em agosto.

Essa quebra se deve à ocorrência de forte calor e falta de chuva no período de polinização do milho, segundo Siqueira.

A quebra norte-americana derrubou a safra mundial para 854,7 milhões de toneladas, ainda acima dos 824 milhões do ano passado, mas inferior aos 861 milhões previstos em agosto.

A produção menor de milho nos Estados Unidos abre novas oportunidades para o Brasil. Na avaliação dos analistas da consultoria Céleres, de Uberlândia, esse cenário vai abrir uma temporada de exportações de grandes volumes de milho pelo Brasil.

As exportações de 1,5 milhão de toneladas no mês passado foram as maiores da história para esse período e estão aquecidas principalmente porque a China começou a importar o produto brasileiro.


Fonte: Folha de S. Paulo

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Previsões do USDA tiram suporte dos preços de soja e trigo

Melhoras nas estimativas de oferta no Canadá, na União Europeia e na Ucrânia levaram o Departamento da Agricultura dos EUA (USDA) a revisar para cima sua projeção para a produção mundial de trigo nesta safra 2011/12. De acordo com levantamento divulgado ontem pelo ministério americano, a colheita global deverá render 678,12 milhões de toneladas, 0,9% mais que o previsto em agosto para a atual temporada e 4,6% acima do volume de 2010/11.

O USDA também elevou, em 0,3%, seu cálculo para a demanda mundial de trigo em 2011/12 na comparação com a previsão de agosto, para 676,86 milhões de toneladas - 3,4% mais que em 2010/11 -, e os estoques finais globais foram redimensionados para 194,59 milhões de toneladas, 3% acima da estimativa de agosto e 0,6% mais que na temporada passada. No quadro dos EUA, o USDA reduziu sua previsão para as exportações em 2011/12 e, com isso, ampliou os estoques finais do país.

Na bolsa de Chicago, as cotações reagiram negativamente aos novos números. Os contratos com vencimento em dezembro, que ocupam a segunda posição de entrega (normalmente a de maior liquidez) fecharam a US$ 7,2725 por bushel, em baixa de 2,50 centavos. Mas foi uma queda até modesta se comparada à da soja, produto para o qual o USDA elevou sua previsão para a produção global em 0,6% na comparação com o levantamento de agosto, para 258,99 milhões de toneladas - 1,9% menos que na temporada 2010/11.

Diante da manutenção da projeção para a demanda, esse foi o principal fator para a ampliação de 2,6% nos estoques finais em relação à estimativa anterior. O novo número para os estoques (62,55 milhões de toneladas) ainda é 9,1% inferior ao de 2010/11. As correções para os EUA foram modestas, e a projeção para colheita do grão no Brasil em 2011/12 foi mantida em 73,5 milhões. Em Chicago, a segunda posição (novembro) recuou 30,75 centavos e fechou a US$ 13,96 por bushel.

No caso do milho, o departamento reduziu as projeções para produção e demanda mundiais na safra em curso, mas o saldo foi positivo para os estoques finais. Segundo o USDA, a colheita deverá somar 845,67 milhões de toneladas, 0,7% menos que o projetado em agosto, mas ainda 3,7% acima de 2010/11. A demanda total foi ajustada para 861,58 milhões de toneladas, 0,8% abaixo do levantamento de agosto, mas 2,1% maior que no ciclo passado. E os estoques foram calculados em 117,39 milhões de toneladas, 2,5% mais que o volume de agosto, mas 5,6% menos que em 2010/11.

Para o milho nos EUA, o USDA reduziu as previsões para produção, demanda e estoques finais em 2011/12, principal motivo para a alta em Chicago, onde a segunda posição (dezembro) subiu 9 centavos, para US$ 7,4550 por bushel. No quadro do Brasil, a projeção para a produção que ainda será plantada passou a ser de 61 milhões de toneladas, ante as 57 milhões previstas em agosto e as 57,5 milhões de 2010/11.


Fonte: Valor Económico

No curto prazo, safra e serviços devem ter mais impacto na inflação que o câmbio

A recente piora nos índices de inflação ainda não retrata a depreciação do real observada nas últimas semanas, concordam analistas consultados pelo Valor. Eles divergem, no entanto, sobre a influência que a desvalorização pode exercer no aumento de preços, assim como o prazo para que ela aconteça. Ontem, o dólar comercial fechou em R$ 1,708, alta de 1,78% em relação a sexta-feira. Em setembro, a moeda registra valorização de 7,59%. Para alguns economistas, a pressão em serviços tende a ser maior que a do dólar para a inflação doméstica.

A primeira medição de setembro do Índice de Preços ao Consumidor, da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) marcou 0,36%, leve recuo frente ao fechamento de agosto (0,39%), mas o indicador segue acima do de julho, que atingiu 0,30%.

A alimentação é o grupo com maior pressão, mas isso ocorre devido a fatores internos, como a entressafra da carne, afirma Antonio Comune, coordenador do IPC-Fipe. "Em geral, demora um pouco para o câmbio bater nos produtos", diz ele. Segundo o economista, os alimentos continuarão a elevar o indicador geral ao longo do ano, mas o índice não terá grandes oscilações no curto prazo em decorrência da valorização do dólar.

A desaceleração do segmento de alimentos (a alta passou de 0,92%, na última medição de agosto, para 0,89% na primeira deste mês) no IPC- Fipe, por exemplo, retrata o cenário que antecedeu a desvalorização do real nas últimas semanas. Para o sócio da RC Consultores, Fabio Silveira, a recente alta do dólar vai aparecer nos indicadores dentro de algumas semanas. "A tendência de baixa está dentro do esperado. O problema é que o preço das commodities está caindo em nível menor do que a valorização da moeda. Essa pressão inflacionária será sentida em um mês, a não ser que o Banco Central segure o câmbio."

Comune concorda que a depreciação do câmbio pressiona a inflação, mas diz que os efeitos serão sentidos somente no longo prazo, diferentemente do que acredita Silveira. Segundo estudo da Fipe, cada desvalorização ou valorização do real em 10% frente ao dólar tem impacto de um ponto percentual em igual sentido na inflação, mas apenas dentro de um ano.

O impacto na cadeia de eletrodomésticos, que tem componentes importados, por exemplo, demora a acontecer, porque já existe um estoque desses produtos dentro do país e as encomendas são feitas com antecedência. Por isso, diz ele, a alta de 2,38% nos eletrodomésticos no IPCA de agosto não foi efeito-câmbio. Ele acredita que a alta do aço explica o movimento, mais do que pressões de demanda.

Ele destaca, contudo, que há reflexos imediatos, mas com peso menor dentro dos índices de inflação, em itens importados prontos para consumo, como bacalhau, vinhos, castanhas etc. "Assim que o vendedor renovar seu estoque, já coloca um preço novo." De acordo com o pesquisador da Fipe, caso o câmbio feche o ano a R$ 1,70, como já preveem alguns analistas, isso terá impacto expressivo no IPCA somente no meio de 2012.

Por outro lado, há quem minimize os efeitos do câmbio. Para Fabio Ramos, economista da Quest Consultoria, outras variáveis são mais influentes na composição dos índices de inflação. "Hoje, ela [inflação] é dominada principalmente por produtos ligados ao setor de serviços e ao nível de desemprego. E em alimentação não entram na conta apenas os preços das commodities no mercado externo. Há também boa parte de produtos sazonais na composição", afirmou, para depois concluir que "atualmente o câmbio está mais valorizado do que as commodities", e "só vai haver problema, se esses produtos subirem junto com o câmbio."


Fonte: Valor Económico

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Soja despenca em Chicago após relatório do USDA

Os contratos futuros da soja despencaram na abertura do pregão regular desta segunda-feira em Chicago após divulgação do relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos EUA) que aumentou as estimativas de produção da oleaginosa no país. Às 11h44, o vencimento setembro/11 da soja perdia 20 pontos, deixando o patamar dos US$14 por bushel.

Durante toda a semana passada, à espera do relatório norteou e sustentou os preços da oleaginosa que apresentou pequenas variações e hoje, contrariando as expectativas baixistas do mercado, o órgão aumentou de 83,17 de milhões para 83,96 milhões de toneladas a produção de soja em suas lavouras.

Os estoques finais da soja também foram aumentados, passando de 4,22 milhões para 4,49 milhões de toneladas, acima da expectativa média do mercado que esperava um corte para 4,14 milhões de toneladas.

Milho

Por volta do mesmo horário o milho tinha pequena desvalorização, operando com 1 ponto de queda nos principais contratos. Ao contrário da soja, o grão teve sua safra estimada para baixo. De acordo com o Departamento, a produção deve ficar em 317,44 milhões de toneladas, 3,23% a menos que o estimado em agosto, 328,03 milhões de toneladas. O volume ficou abaixo da expectativa do mercado de 317,64 milhões de toneladas.

Para os estoques a estimativa foi menor que a esperada pelo mercado, mas ainda assim veio em baixa, caindo dos 18,14 milhões para os 17,07 milhões de toneladas.


Fonte: Notícias Agrícolas // Ana Paula Pereira

USDA aumenta estimativas para a safra 11/12 de soja e reduz a de milho

O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou nesta segunda-feira (12) seu relatório mensal de oferta e demanda de setembro. O órgão foi na contramão das expectativas do mercado e aumentou suas estimativas para a safra de soja norte-americana. Já a estimativa para a safra de milho foi reduzida.

Para a oleaginosa, a estimativa de produção teve um aumento de 83,17 de milhões para 83,96 milhões de toneladas. O número ficou acima das expectativas do mercado, que eram de 82,33 milhões de toneladas.

O incremento se deu com a elevação de 0,95% na produtividade média das lavouras norte-americanas da oleaginosa, que passou de 46,4 sacas para 46,85 sacas por hectare.

Já a safra de milho foi estimada para baixo. De acordo com o Departamento, a produção deve ficar em 317,44 milhões de toneladas, 3,23% a menos que o estimado em agosto, 328,03 milhões de toneladas. O volume ficou abaixo da expectativa do mercado de 317,64 milhões de toneladas.

A diminuição decorre do corte de 3,20% na produtividade média, que passou de 160,04 sacas para 154,91 sacas por hectare. o mercado previa uma redução para 155,64 sacas por hectare.

Estoques Finais- Para a soja, as reservas da safra 2011/12 foram estimadas para cima, passando de 4,22 milhões para 4,49 milhões de toneladas, acima da expectativa média do mercado que esperava um corte para 4,14 milhões de toneladas.

Os estoques para o milho na temporada 2011/12 foram estimados em 17,07 milhões de toneladas. Os agentes de mercado apostavam em um ajuste de 18,14 milhões para 16,16 milhões de toneladas. Já os estoques finais de 2010/11 caíram de 23,45 milhões para 23,37 milhões de toneladas.


Fonte: Notícias Agrícolas // Marília Pozzer

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Produção nacional de grãos chegará a 162,9 mi de toneladas, diz Conab

A produção nacional de grãos na safra 2010/2011 deve chegar a 162,9 milhões de toneladas, confirmando o recorde durante nesse ciclo, conforme o 12º e último levantamento da safra 2010/2011 divulgado nesta sexta-feira. O estudo é elaborado mensalmente pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), vinculada ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

O volume total representa um aumento de 9,2% em relação à safra 2009/2010, que registrou 149,2 milhões de toneladas de grãos. O bom desempenho se deve, segundo o Ministério da Agricultura, principalmente às boas condições climáticas na maioria das regiões produtoras.

“O recorde na produção mostra a força da agricultura brasileira e a importância cada vez maior do Brasil como fornecedor mundial de alimentos. Isso confirma nossa contribuição para o combate à fome no Brasil e no mundo e para o enfretamento da crise econômica que atinge vários países”, disse o ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho.

Em relação ao 11º levantamento, divulgado em agosto, houve aumento de 1,42 mil toneladas devido à confirmação da produtividade do milho segunda safra. A alteração no valor total da safra ocorreu por causa do aumento da área de milho no Nordeste e das áreas de soja subirrigada de Tocantins e de Roraima. Os resultados positivos compensaram a queda do feijão terceira safra e do milho segunda safra na Bahia, que devido às adversidades climáticas, apresentam perdas consideráveis.

A área total cultivada no País está estimada em 49,9 milhões de hectares. A estimativa é 5,3%, ou 2,5 milhões de hectares, superior à safra passada (47,4 milhões de hectares). O Centro-Sul representa 79% da área plantada de grãos. A região obteve crescimento de 3,3% (1,2 milhão de hectares), passando de 38,1 milhões para 39,4 milhões de hectares, em comparação ao ciclo anterior.


Fonte: Assessoria

Novo aumento do etanol em MT neste mês

Setembro mal começou e o mês tido como “setembro negro” vai fazendo jus ao peso que carrega. Um novo movimento de alta sobre o etanol foi iniciado, mas por enquanto está sendo absorvido pelo segmento revendedor e por isso, ainda não chegou às bombas, o que deve ocorrer na próxima semana. Se confirmado, a alta será a segunda em um intervalo inferior a 30 dias.

O novo preço de bomba ainda não é conhecido porque novos repasses dos revendedores poderão ser novamente embutidos. No entanto é possível estimar o tamanho da elevação. Considerando o valor da distribuidora de R$ 1,62 na semana passada, o mais alto relatado à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), em Cuiabá, e comparado ao novo preço já repassado aos postos nesta semana por uma distribuidora de bandeira branca, R$ 1,71, há um incremento de cerca de R$ 0,09, que lançado de forma bruta no preço de bomba geraria um novo valor próximo a R$ 2,10 (R$ 2,08).

O primeiro secretário do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo, Gás Natural e Bicombustíveis de Mato Grosso (Sindipetroleo), Bruno Borges, confirmou ontem ao Diário a existência do aumento repassado pelas distribuidoras no etanol hidratado. “Ainda não alteramos os preços atuais ao consumidor, mas para manter seu negócio e o custo operacional da empresa, logo esse repasse pode acontecer e, possivelmente, iniciará o processo de migração do consumo do etanol para a gasolina”.

Atualmente, considerando os valores de até R$ 1,99 ao litro do etanol hidratado na bomba e de R$ 2,78 à gasolina, o preço do primeiro corresponde a 68% do derivado de petróleo, o que economicamente falando, coloca o hidratado na berlinda da preferência do consumidor, em plena safra canavieira no Estado, cuja colheita nas grandes usinas seguirá até novembro. Em função do menor rendimento do etanol em relação à gasolina, ele só é vantajoso até o percentual de 70% do valor de bomba do derivado do petróleo, que confere maior autonomia de quilometragem por litro consumido.

Com relação à preferência do consumidor na Grande Cuiabá, Borges conta que a rejeição ao hidratado ainda não é algo visível. “Hoje o etanol representa 68% do preço da gasolina, portanto ainda vale à pena abastecer com etanol. Neste momento, o consumidor está aprendendo a fazer as contas para ver saber qual o combustível mais vantajoso economicamente, se é o etanol ou a gasolina”, no entanto, após a nova alta, Borges, que também é revendedor, acredita em uma demanda maior à gasolina.

Questionado sobre a inversão na preferência do consumidor, Borges diz que isso não é vantajoso ao posto, considerando informações de mercado que apontam que na venda de um litro de gasolina há mais margem de lucro ao posto quando comparado ao mesmo volume comercializado de etanol. “A inversão não é positiva, pois o consumidor sai perdendo e acaba pagando mais caro pelo produto e levando menos. Ele praticamente fica sem escolha quando os reajustes são altos. A remuneração dos revendedores também diminui, pois ele precisa ter mais capital de giro para manter as aquisições de combustível para revenda ao consumidor em dia. Por enquanto, em Mato Grosso, o cenário não mudou, o etanol continua sendo largamente consumido, vamos ver agora com a nova alta”.

CONSUMO – No relatório de comercialização de combustíveis da ANP, com números de janeiro a julho, o consumo de etanol no Estado recuou 18,7%, enquanto que no Brasil a queda foi de 23,8%. Na comparação entre os números de janeiro a julho deste ano, a comercialização soma pouco mais de 187 milhões de litros, ante 229 milhões em igual período do ano passado. Na comparação anual, julho contra julho, o volume atual é de 32,02 milhões de litros contra 36,09 milhões.

No Brasil, o acumulado soma 6,22 bilhões de litros ante 8,17 bilhões.

PERDA - Mas antes de se observar o novo reajuste de preços do etanol, o litro mato-grossense que há meses vinha ocupando a posição de preço médio mais barato do Brasil, perdeu a vantagem ao despencar para o quarto lugar na semana passada. Conforme números da ANP, o litro mais acessível está em Goiás (R$ 1,84), seguido de São Paulo (R$ 1,88), do Paraná (R$ 1,91) e de Mato Grosso (R$ 1,96).

Nas últimas quatro semanas, o preço médio de bomba no Estado passou de R$ 1,67 para R$ 1,96, alta de 17,3%. Ainda segundo a ANP, o valor médio em adoção pelas distribuidoras passou de R$ 1,45 para R$ 1,53, incremento de 5,51%, no mesmo intervalo de comparação.


Fonte: Diário de Cuiabá

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

OCDE reduz previsão de crescimento da economia dos países mais ricos

A Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) revisou para baixo, nesta quinta-feira (8), a perspectiva de crescimento dos países do G7 - grupo que reúne as economias mais ricas do mundo -, e calcula que, à exceção do Japão, as nações do bloco crescerão no segundo semestre a um ritmo inferior a 1%.

As previsões da OCDE sobre o G7 (Estados Unidos, Japão, Canadá, Alemanha, França, Grã-Bretanha e Itália) destacam que dois desses países - Alemanha e Itália - registrarão pelo menos um trimestre de contração do Produto Interno Bruto (PIB).

No caso dos Estados Unidos, seu PIB irá progredir 1,1% entre julho e setembro e 0,4% nos três últimos meses do ano, segundo a projeção da OCDE.

O Japão ficará distante dos demais em consequência dos efeitos do terremoto de março e da posterior crise nuclear.

"O risco de um período de crescimento negativo em breve ganhou força", declarou o economista chefe da OCDE, Pier Carlo Padoan, que não descarta a possibilidade de recessão em algumas das grandes economias do planeta.

"Duvidamos, no entanto, que aconteça uma repetição da crise de 2008-2009", completou, antes de pedir uma ação dos poderes públicos.

A OCDE deseja, em especial, que os bancos centrais do G7 que ainda tenham margem de manobra reduzam as taxas de juros, para estimular o investimento e o consumo.

Também pede à zona do euro um reforço da capitalização de seus bancos e a aplicação rápida do resgate da Grécia, para frear o contágio da crise da dívida.


Fonte: g1.com

Cenário positivo para o plantio da safra de soja

Os produtores brasileiros de soja preparam-se para iniciar, na semana que vem, o plantio de mais uma safra gorda que tem tudo para ser tão remuneradora quanto a passada, quando muitos deles tiveram as melhores margens de lucro já obtidas com a oleaginosa no país.

Ainda que as incertezas sobre a economia global sejam maiores do que às vésperas da semeadura da safra passada, quando o foco estava no ritmo da recuperação mundial, e não na profundidade da recessão que se avizinha em países desenvolvidos, demanda e preços continuam firmes, no exterior e no Brasil, e vendas antecipadas já garantem bons retornos, apesar das turbulências.

Previsões iniciais de consultorias privadas sinalizam que haverá aumento na área plantada com o grão, ainda que o volume a ser colhido talvez não acompanhe a tendência por conta do clima. Não que esteja certo que a natureza vá jogar contra a produção, que tende a sofrer influência do fenômeno La Niña, mas porque na anterior ela foi generosa e proporcionou produtividades recordes.

Na safra 2010/11, segundo o último levantamento da COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO (CONAB), a área plantada nacional foi de 24,2 milhões de hectares, 3% superior a de 2009/10. A colheita alcançou o recorde de 75,3 milhões de toneladas, incremento de quase 10%.

Os cálculos mais recentes divulgados pelo Ministério da Agricultura indicam que, com esses incrementos, o valor bruto da produção (VBP, "da porteira para dentro") também baterá recorde em 2011 - R$ 54,8 bilhões, 17% mais que em 2010 -, e diversas estimativas apontam para margens agrícolas líquidas de R$ 800 e mais de R$ 1,1 mil por hectare, dependendo da região.

Nesse contexto, a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove) projeta as exportações do complexo soja - inclui grão, farelo e óleo - em US$ 22,848 bilhões, um salto de 33,5% sobre 2010 e também a melhor marca da história. A soja é o carro-chefe do agronegócio brasileiro por liderar tanto o ranking das culturas de maior VBP quanto o das exportações agrícolas.

É quase consenso que esses recordes não precisam ser necessariamente repetidos para que a temporada 2011/12 seja mais um sucesso Mas é possível que eles sejam até superados, a depender do clima e da estratégia de vendas.

De acordo com a Agroconsult, a área plantada com a oleaginosa será 860 mil hectares maior no ciclo 2011/12 do que foi em 2010/11, mas a produção será um pouco menor (74 milhões de toneladas). Segundo a Safras & Mercado, o aumento da área colhida será de quase 470 mil hectares e as plantações renderão pouco mais de 75 milhões de toneladas.

Para Marcos Rubin, analista da Agroconsult, a expansão do plantio, particularmente notável no nordeste de Mato Grosso, poderia até ser maior dadas as condições de mercado, mas as atuais restrições ambientais à abertura de novas áreas limitam o movimento. Na safra 2003/04, lembra, os preços também estavam remuneradores e houve aumento de área de quase 3 milhões de hectares.

Conforme o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuaria (Imea), ligado à Famato, a federação da agricultura e pecuária do Estado, a expansão da área plantada em 2011/12 em Mato Grosso, que lidera a produção do grão no país, será pouco inferior a 220 mil hectares, para 6,6 milhões, mas alguns especialistas preveem cerca de 400 mil.

Esses mesmos especialistas observam que o avanço da soja se dará sobretudo em áreas de pastagens. Só que esse deslocamento muitas vezes acaba levando os pecuaristas mais para o norte, o que pode colaborar para o aumento do desmatamento no bioma amazônico, como já aconteceu na última década.

Conforme o Imea, a colheita mato-grossense aumentará 2,3%, para 21 milhões de toneladas, e um terço dela já está negociada, tanto para exportação quanto para o mercado doméstico. Os produtores do Estado têm tradição em vendas antecipadas, e como os preços estão elevados ela vem sendo respeitada, especialmente após os lucros da temporada passada, que também garantiram uma boa antecipação das compras de insumos como fertilizantes.

Na bolsa de Chicago, os contratos futuros de maior liquidez do grão encerraram agosto com valor médio de US$ 13,6729 por bushel (medida equivalente a 27,2 quilos), 33,8% superior ao do mesmo mês de 2010, de acordo com cálculos do Valor Data. Em algumas praças domésticas, a diferença é até mais expressiva.

Em 29 de agosto, conforme a corretora gaúcha Brasoja, o agricultor do interior do Rio Grande do Sul, terceiro maior Estado produtor do país, atrás do Paraná, recebia pela saca de 60 quilos o equivalente a US$ 30, enquanto a média da época nos últimos 30 anos é US$ 14. "A motivação do produtor é grande", diz Antonio Sartori, da Brasoja.

Ele observa que parte do atual suporte aos preços internacionais vem dos problemas climáticos que reduziram as previsões para a colheita nos EUA, único país a superar o Brasil na produção do grão. Como os estoques mundiais seguem apertados e a demanda da China continua forte - cerca de 60% das exportações brasileiras têm como destino o país asiático -, a incerteza em relação à produção dos EUA ganha ainda mais importância nesse momento.

No Rio Grande do Sul, antecipar as vendas não é a estratégia geral, mas, mesmo assim, há notícias de contratos já fechados de 2011/12. Em contrapartida, ainda resta no Estado 30% da safra passada a ser comercializada - o que, diante das cotações atuais, também se mostrou uma aposta rentável.

Sartori chama a atenção para outro indicador importante de momento do mercado. Em meados de 2008, quando as cotações da soja em grão alcançaram sua máxima histórica em Chicago, os prêmios pagos ao sojicultor gaúcho eram negativos. Na semana passada, eram positivos. A grosso modo, os prêmios "ajustam" as cotações às realidades locais de oferta e demanda.

Para as indústrias e tradings que, além de exportarem o grão diretamente, também o processam para a produção de óleo e farelo, o horizonte também é positivo. Apesar do encarecimento da matéria-prima, "ninguém fala em crise", como diz Fabio Trigueirinho, secretário-geral da Abiove. "A tendência é de crescimento do mercado, mas as exportações ainda enfrentam problemas por causa do câmbio adverso".


Fonte: VALOR ECONÓMICO -SP