Em mais uma sessão volátil na Bolsa de Chicago, os futuros da soja encerraram a quinta-feira em terreno misto, porém, apenas com o vencimento março/13 no vermelho. As posições mais próximas fecharam os negócios com expressivos ganhos e o contrato agosto superou os US$ 17 por bushel. Se somado ao valor do prêmio, o preço já se aproxima dos US$ 20, sendo US$ 17,40 e mais US$ 2,20 de prêmio.
O milho também terminou o dia com os preços dos dois lados da tabela, entretanto, com mais vencimentos no vermelho. Já o trigo sustentou os firmes ganhos durante toda a sessão e terminou a quinta com apenas o contrato maio/13 perdendo 9,75 pontos. Os preços para as três commodities agrícolas bateram recorde na CBOT neste 19 de julho de 2012.
O mercado segue apoiado no clima quente e seco dos Estados Unidos, uma vez que a pior seca em mais de 50 se estendeu, se agravou e as previsões indicam pioras. Mais de 60% do país sofre com a estiagem. Aproximadamente 70% da região Meio-Oeste, onde está localizando o Corn Belt, sentem os efeitos da falta das chuvas. As lavouras norte-americana estão queimando e se perdendo mais a cada dia.
Iowa é o principal estado norte-americano produtor de grãos e 59% dele está sofrendo com a pior seca desde 1956, na semana passada, eram apenas 13% da área. Já em Illinois, o segundo mais importante, 95% do território está sofrendo contra 66% da semana anterior.
“A tendência de médio prazo ainda é de alta, pois o clima não se estabilizou nos EUA. Muita cautela e não deixem-se enganar por correções temporárias de um mercado ainda altista. Não tentem colocar um teto nos preços no momento. Enquanto a tendência geral de clima não virar, baixas continuarão sendo compradas. E enquanto houver demanda combinada com risco de contínua degradação de safra aqui nos EUA, tentar colocar um teto nos preços é loucura”, disse o analista de mercado Pedro Dejneka, da PHDerivativos, direto de Chicago.
Nesta quinta-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou a venda de 112 mil toneladas de soja para o Reino Unidos com entrega para temporada 2012/13. A informação confirma, portanto, que a demanda pela oleaginosa segue aquecida e ainda presente mesmo diante de preços recordes.
Entretanto, Dejneka alerta para a possibilidade de novas correções de preços no mercado. O analista afirma que são movimentos naturais - e por isso já esperados - e necessários para que o mercado e seus participantes possam "respirar e digerar" tão intensas e constantes altas. "O mercado não sobe em linha reta", diz o analista.
Porém, Pedro Dejneka ratifica que a o mercado ainda não precificou o tamanho do estrago causado pelo clima adverso nos Estados Unidos este ano. "Mercados climáticos, principalmente em anos de tragédias naturais como a deste ano, são extremamente voláteis e nervosos", afirmou.
Fonte: Notícias Agrícolas // Carla Mendes