Os futuros da soja, do milho e do trigo fecharam a quinta-feira (17) em queda na Bolsa de Chicago. Após uma sessão bastante volátil, o mercado internacional de grãos registrou terminou o dia do lado negativo da tabela sentindo a pressão de uma realização de lucros que veio depois das expressivas altas acumuladas nas primeiras sessões desta semana. Ao longo do dia, os preços da soja até tentaram emplacar novas altas, as quais não foram sustentadas.
Outra informação que pesou sobre as cotações da soja neste pregão foram as de chuvas na Argentina nas últimas 24 horas. As precipitações chegaram em importantes regiões produtoras que vinham sofrendo com a seca e acabaram estimulando ainda mais o recuo dos preços.
Por outro lado, os dados de exportações semanais do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) que mostraram uma expressiva recuperação das vendas norte-americanas, não só de soja em grão, mas também de farelo e óleo, limitaram o potencial de baixa dos preços. As exportações de soja dos Estados Unidos na semana encerrada no dia 10 de janeiro totalizaram 1.608,8 milhão de toneladas. O volume foi bem maior do que o registrado na semana anterior, de apenas 321,8 mil toneladas, e ficou acima do esperado pelo mercado. Como tradicionalmente acontece, a China foi o principal comprador da soja norte-americana, adquirindo 845,6 mil toneladas.
"Hoje (17), os números do novo relatório semanal de registros ficaram acima do esperado. O mercado ainda não encontrou um nível de racionamento do consumo, que permanece crescendo e os preços se mantêm em alta”, explica o analista de mercado Flávio França, da Safras & Mercado.
Os dados de exportações semanais foram muito positivos também para o milho e o trigo. Os números aumentaram consideravelmente em relação à semana anterior e, assim como para a soja, acabaram limitando as perdas em função da realização de lucros.
No caso da soja, os analistas afirmam que o mercado ainda possui fôlego para subir mais e dar continuidade à recuperação iniciada essa semana. O principal fator que deverá atuar como trampolim para essas novas altas deverá ser os fundamentos de oferta e demanda. Ao passo em que o consumo mundial de soja aumenta, os estoques vão sendo reduzidos e a única oferta disponível no mercado ainda é a norte-americana. As especulações sobre o andamento da clima na América do Sul ajudam a sustentar os ganhos no mercado internacional.
Fonte: Notícias Agrícolas // Carla Mendes