Depois de uma semana de intensa volatilidade, os futuros dos grãos fecharam em alta nesta sexta-feira (26) na Bolsa de Chicago. Os investidores, mais uma vez, focaram a adversidade climática nos Estados Unidos e esse continua sendo o principal fator de suporte para a alta dos preços.
Segundo analistas e informações meteorológicas, o sistema que vinha trazendo algumas chivas para o cinturão produtor norte-americano, que estimulou uma forte realização de lucros durante a semana, teria parado. Além disso, as precipitações registradas foram insuficientes para amenizar os estragos causados na produção por não serem volumosas e regulares.
No início da semana, o mercado internacional de grãos sentiu ainda uma pressão negativa vinda do mercado financeiro por conta do agravamento da crise financeiro na Europa. Porém, logo esse cenário foi revertido e os negócios voltaram a ser predominantemente climático.
Na sessão desta sexta-feira, o mercado focou o calor intenso e a falta de chuvas nos Estados Unidos e a soja encerrou com mais de 30 pontos nos principais vencimentos. O milho encerrou o dia com mais de 17 pontos positivos e o trigo com mais de 12.
Seca nos Estados Unidos - A situação é bastante grave nos Estados Unidos por conta de uma das piores estiagem em mais de 100 anos. A seca atinge dois terços da porção central do país e muitos municípios já decretaram situação de catástrofe.
A região mais afetada pela falta de chuvas é o Meio-Oeste norte-americano, onde está localizado o Corn Belt, que é o cinturão de produção dos EUA. Lá estão localizados os os principais estados produtores.
A falta de chuvas vem reduzindo drasticamente a produtividade das lavouras, principalmente, de soja e milho. No caso do cereal, a estiagem afetou as plantações durante a polinização, o que faz com que agora os danos sejam irreversíveis. Já no caso da soja, ainda há potencial para uma recuperação, porém, a safra não será cheia e não atenderá as primeiras expectativas.
De acordo com o analista de mercado e diretor da AgRural, Fernando Muraro, a colheita de milho que era estimada em mais de 330 milhões de toneladas, não deve passar de 290 milhões.
Fonte: Notícias Agrícolas // Carla Mendes