Jesus

APOIO NA COMERCIALIZAÇÃO DE SOJA, MILHO, SORGO E TODOS OS PRODUTOS AGRÍCOLAS.

Obrigado Senhor por guiar minha vida na direção dos caminhos que preparaste para mim.



quinta-feira, 22 de setembro de 2011

CBOT: Futuros da soja atingem pior patamar em seis meses

A Bolsa de Chicago opera no pregão regular desta quinta-feira com fortíssimas baixas para o complexo de grãos. Às 13h59 (horário de Brasília) os futuros da soja atingiam o pior patamar em seis meses na CBOT, perdendo mais de 25 pontos no contrato novembro/11 que cedia a barreira dos US$13 por bushel. No mesmo horário, o milho também operava no vermelho com retração de 21 pontos nos principais vencimentos, após um fraco desempenho nas vendas líquidas semanais. Pressionado pelas demais commodities e pela concorrência entre Rússia e EUA, o trigo também trabalha em solo negativo, amargando de 18 a 24 pontos de queda nos contratos mais importantes.

Para analistas, as quedas acentuadas dos grãos refletem o pessimismo que toma conta do mercado financeiro mundial, com investidores eliminando ativos de risco, como as commodities agrícolas. O anúncio do Fed (Banco Central dos EUA) de manter a taxa básica de juros entre zero e 0,25% ao ano e comprar US$ 400 bilhões em títulos do tesouro americano até junho de 2012, não foi visto de forma positiva pelo mercado, que esperava medidas mais firmes do órgão americano. Segundo boletim do Fed, a expectativa é que haja uma retomada no processo de recuperação na economia do país, mas isso deve acontecer gradualmente.

Os futuros dos grãos operam ainda nesta quinta-feira diante da falta de fundamentos próprios e sob pressão da forte alta do dólar, que trabalha com alta de 3%, cotado ao R$1,92.

Hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos EUA) divulgou números sobre as exportações de grãos no país até o dia 15 de setembro. De acordo com o relatório, o volume embarcado de soja somou 404,4 mil toneladas no período. A expectativa inicial ia de 200 a 800 mil toneladas.

Para o milho, o volume também ficou dentro das estimativas que iam de 400 a 900 mil toneladas. O grão registrou 598,10 mil toneladas exportadas para o ano comercial 2011/12.

Já para o trigo, as vendas líquidas norte-americanas ficaram em 679.500 toneladas na semana encerrada em 15 de setembro, contra 413.500 toneladas na semana anterior.


Fonte: Notícias Agrícolas // Ana Paula Pereira

Dólar mais do que compensa queda das commodities

A valorização do dólar em relação ao real, que ganhou força em setembro, até agora impediu a queda dos preços domésticos das principais commodities agrícolas exportadas pelo Brasil, que perderam sustentação nas bolsas internacionais nas últimas semanas em decorrência das turbulências financeiras em países desenvolvidos.

Mais do que isso: os preços de exportação de produtos como soja, milho, café e açúcar estão até mais elevados do que no fim de agosto, quando as incertezas em relação à economia global tornaram-se ainda maiores, amplificaram as dúvidas sobre o futuro da demanda e abriram espaço para o fortalecimento da moeda americana no mercado externo.

Para os produtores brasileiros que exportam e temiam que a crise no Hemisfério Norte provocasse uma baixa das cotações que reduzisse suas atuais margens de lucro elevadas, trata-se de uma boa notícia, que inclusive já acelerou as vendas antecipadas da colheita da safra que começou agora a ser plantada (2011/12). Do ponto de vista do combate à inflação, porém, ainda não há refresco à vista nesse fronte. Com a disparada de ontem, o dólar passou a acumular alta superior a 15% em relação ao real neste mês.

Produto com maior peso nas exportações agrícolas do Brasil, a soja fechou a quarta-feira em queda de 1,3% na bolsa de Chicago, cotada a US$ 13,32 por bushel (medida equivalente a 27,2 quilos). Com mais esse recuo, os futuros de segunda posição de entrega do grão (normalmente os de maior liquidez) passaram a acumular baixa de 8,6% em setembro. Apesar disso, o preço da oleaginosa convertido em reais ficou 5,2% mais alto no período. "Os preços praticados no Brasil estão acima dos picos de agosto", diz Antonio Sartori, da corretora gaúcha Brasoja.

Atraídos pelos preços favoráveis, os agricultores aceleram a comercialização da próxima safra. De acordo com Sartori, os gaúchos já comprometeram aproximadamente 20% da produção que será entregue em maio de 2012, um resultado excepcional em um Estado onde as negociações antecipadas de soja são uma prática pouco comum. "Mais da metade desse volume foi comercializado nas últimas semanas. A alta do câmbio compensou até mesmo a queda dos prêmios pagos nos portos", observa. Segundo ele, há um ano nem 10% da safra do Estado havia sido negociada.

Fenômeno semelhante é observado em Mato Grosso, onde a cultura das vendas antecipadas é arraigada. Glauber Silveira, presidente da Aprosoja, associação que representa os produtores do Estado, calcula que metade da safra 2011/12 do Estado já foi comercializada, ante pouco mais de 30% em igual período do ano passado. Mais de um terço desse volume foi negociado neste mês.

O milho é outra commodity cujos preços resistem a cair, mesmo com a colheita da safrinha no Paraná. Em setembro, os futuros do grão recuaram 8,9% em Chicago, mas acumulam alta de 4,8% no mês na conversão para a moeda brasileira. Ontem, a commodity caiu 0,56% na bolsa americana, para US$ 6,99 por bushel (27,2 quilos), menor preço de fechamento desde 10 de agosto. Em compensação, o indicador Cepea/Esalq para o milho no mercado físico está no maior nível desde fevereiro, a R$ 31,65 por saca, alta de 3,94% no mês.

Historicamente, os preços domésticos do milho são pouco influenciados pelo comportamento do câmbio e do mercado externo, já que o Brasil sempre teve uma participação tímida no mercado internacional do grão. Mas o rápido aumento dos embarques nos últimos anos fez com que o cenário interno fosse cada vez mais influenciado pelo sobe-e-desde do preço oferecido aos exportadores. Sintoma dessa mudança, as vendas antecipadas de milho no Mato Grosso, que praticamente inexistiam até o ano passado, somavam 33% até o fim de agosto. Estima-se que, três semanas depois, estejam próximas de 50%. "É muito possível que, a essa altura, tenhamos vendido mais milho do que soja em Mato Grosso", afirma um trader.

O efeito cambial também é sentido nos mercados de café e açúcar, que desde o início do mês acumulam queda de 11,5% e 10,3%, respectivamente, em Nova York. Em moeda local, o café acumula alta de 1,9% e o açúcar, 3,3%, no mesmo período. Gil Barabach, analista da consultoria Safras & Mercados, pondera que a alta do real é um dos fatores que ajudam a pressionar os preços das commodities agrícolas lá fora, devido à posição do Brasil no tabuleiro. "A alta do dólar estimula as exportações, e os preços internacionais se ajustam a esse aumento de oferta".

No entanto, o ritmo da queda nos preços internacionais é insuficiente para fazer frente à erosão do câmbio, diz Fábio Silveira, da RC Consultores. Para ele, o resultado "inevitável" dessa equação será um aumento da inflação no Brasil. "O recuo dos preços internacionais ainda é muito tímido perto desse salto do dólar."

Fonte: Valor Económico