A soja fechou os negócios desta segunda-feira (21) com boas altas na Bolsa de Chicago. Os primeiros vencimentos encerraram o dia com altas de dois dígitos e retomaram o patamar dos US$ 13 por bushel. Os futuros do milho também conseguiram fechar do lado positivo da tabela, ao contrário do trigo, que perdeu entre 2,75 e 6 pontos nos contratos mais negociados.
Segundo analistas, o que mais uma vez estimulou o avanço do mercado e ofereceu sustentação às cotações foi o atraso da colheita norte-americana. Ainda com o clima adverso, os trabalhos de campo têm sua evolução prejudicada.
De acordo com Mário Mariano, analista de mercado da Novo Rumo Corretora, em alguns estados importantes do Corn Belt, a previsão do clima frio e de algumas nevascas se confirmou e para essa semana as projeções dos institutos de meteorologia indicam para mais chuvas.
O cenário é preocupante e poderia, não só atrasar a colheita, como também prejudicar a produtividade dos campos norte-americanos, tanto de soja quanto de milho. Nesta segunda ainda, o
USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulga seu primeiro boletim de
acompanhamento de safraapós o fim da paralisação do governo norte-americano e, assim, o mercado deverá conhecer os números reais dos trabalhos de campo e também da atual situação das lavouras.
No entanto, as informações mais importantes sobre a demanda deverão vir no próximo relatório mensal, que será divulgado no dia 8 de novembro. Porém, as vendas dos Estados Unidos do dia 4 ao 24 de outubro serão divulgados pelo departamento no dia 31 deste mês, confirmando, inclusive, os boatos de compras da China nas últimas semanas, que derão suporte aos preços.
Ainda assim, além do atraso na colheita, as informações sobre a demanda para a exportação pela soja dos EUA também tem sido importante fator de alta para os preços. O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) informou, nesta segunda, que os embarques de soja dos EUA totalizaram, na semana que terminou no dia 17 de outubro, 1.614,56 milhões de toneladas, contra 1.291,13 milhão de toneladas. No ano passado, nesse mesmo período, o volume foi de 1.783,73 milhão de toneladas.
"o relatório que é divulgado regularmente às segundas-feiras confirmou o que na semana passada especulou-se bastante: compras da China e de outros países que somaram 1,6 milhão de toneladas registradas para embarque nos próximos dias", disse Mariano. O analista afirma ainda que o avanço do milho também foi justificado pelos números do embarques semanais que totalizaram 819,75 mil toneladas. Já na semana anterior, foram embarcadas 565,71 mil toneladas.
Outro fator que começa a ser cada vez mais observado pelos investidores no mercado internacional é o avanço do plantio da safra 2013/14 na América do Sul. Nessa temporada, afinal, o Brasil deverá passar os Estados Unidos na produção de soja. Além disso, a Argentina já sofre com condições adversas de clima, as quais impedem um bom inicio do plantio.
Uma severa estiagem castiga importantes estados produtores do país e, em alguns locais, o governo já teria decretado estado de emergência. Com esse quadro, somente em duas províncias, as perdas com o trigo já passa dos 100 mil hectares. Havia uma preocupação também com o clima seco em alguns estados, no entanto, nos últimos dias, a semeadura avançou e no Mato Grosso, por exemplo, maior estado produtor brasileiro, o plantio já passa de 30% da área estimada.