Jesus

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quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

Soja: Mercado volta a subir na CBOT mesmo diante de incertezas

O mercado internacional de grãos voltou a subir nesta quarta-feira (5) na Bolsa de Chicago. Os ganhos, por volta das 10h20 (horário de Brasília), beiravam os 10 pontos nas posições mais próximos. O contrato janeiro/13 já volta a se aproximar dos US$ 15 por bushel. Porém, por volta de meio-dia, as altas já eram de pouco mais de 6 pontos.

Segundo analistas ouvidos pela agência Bloomberg, os futuros da soja hoje já chegaram a atingir os melhores patamares de preços em três semanas. O que impulsiona o mercado internacional da oleaginosa são os fundamentos ainda muito positivos. A relação oferta x demanda se mantém muito apertada e os preços, de acordo com analistas, já começam a refletir esse ajuste.

Como explicou o operador de mercado Liones Severo, "o mercado já começa a sentir as perdas de safras que tivemos este ano. E o mercado físico no Brasil e nos Estados Unidos continua bastante firme com vendas escassas por parte dos produtores em ambos os países".

Entretanto, como vem sendo explicado por alguns analistas, o mercado ainda continua carente de informações novas e relevantes, fazendo com que os negócios sigam caminhando de lado. Dessa forma, as sessões continuam voláteis, com as cotações não sendo capazes de apresentar movimentos de altas ou baixas mais intensos.

Há a espera pela definição de vários fatores. Segundo Pedro Dejneka, analista de mercado da Futures International, os preços querem subir, porém, falta "lenha na fogueira" que sustente o avanço dos preços. O mercado segue atento a até quando a China continuará importando soja dos EUA e também ao andamento do clima na América do Sul.

No Brasil, de forma geral, o clima é favorável ao bom desenvolvimento das lavouras. Porém, algumas regiões produtoras sofrem com a falta de chuvas. Já na Argentina, porém, o excesso de precipitações já atrasa o plantio da soja em mais de 50 dias e isso pode comprometer a produtividade das plantações. A estimativa atual é de que a colheita argentina não alcance nem mesmo a as 50 milhões de toneladas, ficando bem abaixo das projeções iniciais.

Entretanto, para Dejneka ainda é cedo para que as cotações da soja engatem um novo rally baseando-se nessas informações. "Na Argentina, o clima preocupa um pouco, mas ainda é cedo para um rally de clima baseado no que acontece por lá", diz o analista.

Para o curto prazo, Dejneka acredita que os preços da soja ainda possam exibir recuos pontuais, podendo até mesmo "revisitar" a casa dos US$ 14/bushel, "ou até um pouco menos, pois o mercado já tentou por quatro vezes ultrapassar o importante ponto técnico de US$ 14,60 e não conseguiu, e isso vai deixar os compradores cansados".

Porém, para médio e longo prazo o analista afirma que é necessário o conhecimento de informações importantes, principalmente sobre o desenvolvimento da nova safra da América do Sul e do ritmo da demanda nos próximos meses. "Em períodos de entressafra como o que temos agora é dificílimo desenhar um quadro claro de médio e longo prazo, pois vários fatores na equação não estão confirmados", explica Dejneka.


Fonte: Notícias Agrícolas // Carla Mendes