Jesus

APOIO NA COMERCIALIZAÇÃO DE SOJA, MILHO, SORGO E TODOS OS PRODUTOS AGRÍCOLAS.

Obrigado Senhor por guiar minha vida na direção dos caminhos que preparaste para mim.



terça-feira, 4 de outubro de 2011

BC volta a intervir no câmbio, e dólar segue em baixa

O preço do dólar segue ajustando para baixo nesta terça-feira (4) , após a realização do leilão de swap cambial (operação equivalente à venda de dólar no mercado futuro). Por volta das 13h45, o dólar comercial apontava baixa de 0,47%, a R$ 1,883 na venda, depois de subir a R$ 1,902.

A oferta de swap aconteceu entre 11h15 e 11h30. Dos 90.525 contratos ofertados, 33.150 foram tomados, ou 37% do lote ofertado, movimentando US$ 1,65 bilhão. Na segunda-feira, o BC já tinha vendido swaps em operação que movimentou US$ 1,695 bilhão.

Com a operação desta terça, já são três leilões de swap cambial. A primeira deles aconteceu em 22 de setembro, depois de mais dois anos fora da "caixa de ferramentas" do BC.

Depois de fechar setembro com valorização de 18%, o dólar comercial voltou a subir no primeiro pregão de outubro, engatando a quarta alta seguida, num dia em que o Banco Central (BC) ofereceu contratos de swap cambial para frear a valorização da moeda.

A taxa de câmbio fechou a última sessão com ganho de 0,56%, variação aliviada pela intervenção do Banco Central com um leilão de swap cambial no fim do dia. Entre 11h15 e 11h30 desta terça, o BC realiza outra operação do tipo, com resultado às 11h45.

Fonte: Do G1, com informações do Valor Online

Brasil amplia liderança em superávit do campo

Apesar da alcunha de "celeiro do mundo", o Brasil ainda está longe de ser o maior fornecedor global de alimentos. Mesmo com todo o crescimento recente, o país ainda está distante de alcançar os patamares de produção e exportação dos Estados Unidos, a maior potência agrícola do planeta. Contudo, há um quesito em que o agronegócio brasileiro lidera com folga e vantagem crescente sobre os concorrentes americanos: a geração de saldos comerciais.

Os últimos dados do Ministério da Agricultura mostram que o setor registrou um saldo comercial recorde, de US$ 71,9 bilhões, no período de 12 meses encerrado em agosto. Líderes no ranking de exportação, os EUA estimam saldo de US$ 42,5 bilhões no ano encerrado no último dia 30, um resultado 40% inferior ao brasileiro. É importante fazer uma ressalva: há diferenças entre as metodologias adotadas por Brasil e EUA nesse cálculo. Ao contrário do nosso ministério, o Departamento de Agricultura dos EUA (USDA) não contabiliza, por exemplo, transações de produtos florestais e pescados. Além disso, nenhum dos dois contabiliza suas importações de insumos para a produção agropecuária, o que superestima o resultado externo do setor.

Mesmo assim, o resultado é consistente com os últimos dados consolidados da Organização Mundial do Comércio (OMC), que aplica uma única metodologia. Segundo a OMC, o Brasil fez em 2009 um saldo US$ 30,6 bilhões maior que os EUA. Na comparação entre os dados de cada governo, a vantagem brasileira naquele ano foi de US$ 31,9 bilhões.

O agronegócio dos EUA produzia um saldo maior que o brasileiro até o fim dos anos 90. Em 1999, o Brasil, então um náufrago na crise de países emergentes, viu-se obrigado a desvalorizar o real e a estimular as exportações para equilibrar as contas. O câmbio favorável, combinado com o financiamento para a renovação do maquinário e a renegociação das dívidas do setor que o precedeu, abriu caminho para um novo ciclo de investimentos. De lá para cá, a vantagem brasileira apenas cresceu.

Os EUA ainda são os maiores exportadores brutos de produtos agropecuários. O USDA estima que o país vendeu o equivalente a US$ 137 bilhões nos últimos 12 meses, 55% mais do que os US$ 88 bilhões exportados pelo agronegócio brasileiro entre setembro de 2010 e agosto de 2011. Nesse quesito, os americanos ampliaram sua vantagem sobre os brasileiros, de cerca de US$ 30 bilhões para quase US$ 50 bilhões na última década.

A principal diferença entre os dois países está no fôlego das importações americanas, que saltaram de US$ 38,9 bilhões para US$ 94,5 bilhões desde o início dos anos 2000. Só nos últimos 12 meses, as despesas saltaram 20% impulsionadas pela alta dos preços. Com isso, os americanos importaram, na média, o equivalente a US$ 0,70 para cada dólar adicional exportado desde 2000.

O Brasil também viu suas importações se multiplicarem, proporcionalmente mais que as americanas, mas em uma base muito inferior - de US$ 5,7 bilhões, no ano 2000, para pouco mais de US$ 16,3 bilhões nos 12 meses até agosto. Desse modo, o setor importou apenas US$ 0,18 para cada dólar adicional exportado.

"Os EUA são um país relativamente aberto, possuem uma demanda enorme e são dependentes das importações de vários produtos", justifica André Nassar, diretor geral do Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone). Os americanos importam grandes volumes de açúcar, café, suco de laranja, frutas e outros itens tropicais. Apenas os desembarques de hortifrutigranjeiros nos últimos 12 meses são estimados em US$ 39,5 bilhões, 11% mais do que em 2010. As importações de açúcar e café, produtos dos quais o Brasil é o maior exportador mundial, ultrapassam a marca de US$ 13 bilhões no período.

Já o Brasil é autossuficiente em quase todos os produtos agrícolas. "Vai demorar muito tempo até que o Brasil tenha uma renda capaz de comprometer nossa balança agrícola. Até lá, vamos continuar a importar apenas aquilo em que não somos competitivos e temos o mercado aberto por causa do Mercosul", afirma Nassar, citando casos como o do arroz e do leite.

Os biocombustíveis também tiveram um papel relevante. Os subsídios ao etanol de milho fizeram com que todo o incremento na produção do grão nos EUA - cerca de 70 milhões de toneladas, mais do que cresceu toda a oferta de GRÃOS e fibras no Brasil - fosse absorvido internamente, estagnando as exportações nos níveis do ano 2000. "O etanol também limitou o potencial de crescimento da soja, que disputa área com o milho, e a competitividade da carne americana", afirma Nassar.

Com isso, os americanos abriram espaço para o Brasil. Segundo dados da OMC, os EUA viram sua participação nas exportações agrícolas globais cair de 13% para 10,2% entre 2000 e 2009. Já a fatia do Brasil cresceu (embora ainda seja tímida) de 2,8% para 4,9%. "Brasil e EUA estão hoje muito próximos em competitividade. Mas, na margem, os americanos têm dificuldades para crescer, o que é uma enorme vantagem para o Brasil nessa disputa", diz Nassar.

Fonte: VALOR ECONÓMICO -SP