Na sessão desta segunda-feira (20), o mercado da soja encerrou os negócios em campo negativo, registrando as mínimas em uma semana na Bolsa de Chicago. Entre outros fatores, o mercado refletiu, segundo analistas, melhores condições de clima tanto no Brasil quanto na Argentina para justificarem esse recuo das cotações.
Nos Estados Unidos, as chuvas deram uma trégua aos produtores, que puderam voltar aos campos e retomar o ritmo dos trabalhos de colheita no Meio-Oeste. O USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) traz, ainda nesta segunda, e a expectativa do mercado, em média, é de que 55% da área norte-americana de soja já esteja colhida.
Segundo Bob Burgdorfer, analista de mercado e jornalista do site norte-americano Farm Futures, apesar desse possível avanço, o mercado ainda vê a colheita atrasada nos Estados Unidos. Informações do portal, também dos EUA, Agriculture.com mostram que em algumas regiões como, por exemplo, a área central de Illinois ainda apresentam o solo muito úmido e lamacento para dar continuidade aos trabalhos. Isso tem feito com que os produtores venham colhendo os grãos em condições que não são as mais adequeadas e com mais umidade do que gostariam. Para os próximos dez dias, segundo previsões do Commodity Weather Group.
Apesar disso, o noticiário internacional continua reportando os altos índices de produtividade que têm sido registrados pelos produtores norte-americanos. A produtividade média esperada pelo USDA é de 53,3 sacas por hectare, porém, em muitos estados esse número está sendo superado.
No Brasil, a chegada das chuvas traz esperança de retomada do plantio da nova safra, fato que contribuiu para o movimento negativo das cotações neste início de semana. De acordo com informações da Climatempo, com o enfraquecimento da massa de ar seco que estava sobre o país, o bloqueio atmosférico se desfez, permitindo que as precipitações possam começar a se regularizar.
"A chuva nos próximos dias fica concentrada entre as regiões Centro-Oeste e Norte. Os modelos meteorológicos indicam acumulados entre 50 e 70 milímetros em grande parte das áreas, com pequenas áreas de chuva mais volumosa", informou a Climatempo em seu boletim semanal para a agricultura.
"As chuvas ainda não chegaram definitivamente, a partir de terça ou quarta-feira, dias 21 / 22, a situação deve mudar e devemos agora torcer para que as previsões se confirmem. Para a soja, não há problemas (com o atraso) e ela pode ser plantada em novembro, dezembro, sem maiores prejuízos. Mas o que atrapalha mais é o plantio da safra de inverno em alguns estados com Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minas Gerais", explica o consultor de mercado Flávio França Jr., da França Jr. Consultoria.