No mês de novembro, o mercado da soja foi surpreendido, mais uma vez, pela indicação do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) será maior do que o esperado para depois da quebra pelo qual passou o país por conta da seca. O órgão estimou sua safra em 80,66 milhões de toneladas enquanto, em outubro, a estimativa era de 77,84 milhões de toneladas.
Estes números pesaram severamente sobre as cotações da soja em Chicago, levando preços que bateram nos mais altos patamares em setembro - se aproximando dos US$ 18 - abaixo dos US$ 14 por bushel nos principais vencimentos. Porém, depois das baixas mais expressivas, o mercado exibiu dias de recuperação técnica e aos poucos foi voltando. A média de preços em novembro, em Chicago, foi de US$ 14,49 por bushel.
O foco dos traders começou, pouco a pouco, a se voltar para uma oferta, apesar do aumento nos EUA, ainda muito ajustada, e a uma demanda bastante firme, superando as expectativas do mercado. Além disso, incertezas sobre a safra da América do Sul também já começam a oferecer algum suporte às cotações.
Nessa semana, o mercado operou com forte volatilidade, alternando sessões de alta e baixa, com os negócios sofrendo com a alta de novidades expressivas que pudessem direcionar o mercado de forma mais efetiva. Na sessão desta sexta-feira, a última do mês, os preços da soja operaram todo o tempo do lado negativo da tabela e, aos poucos, foram ampliando suas perdas.
De acordo com Pedro Dejneka, analista de mercado da Futures International, de Chicago, esse recuo é um movimento normal do mercado depois da positiva recuperação apresentada pela oleaginosa durante essa semana. "O mercado não conseguiu a lenha na fogueira suficiente para segurar a alta , principalmente com as chuvas aparecendo nos mapas climáticos para o Sul do Brasil, isso aliviou os ânimos em Chicago", disse. Por outro lado, Dejneka afirma que as chuvas excessivas na Argentina preocupam, porém, ainda não são um motivo suficiente para elevar os preços a patamares importantes nos gráficos.
No mercado interno, novembro foi marcado pelos poucos negócios. Nas principais praças do país, poucas vendas foram feitas já que a oferta da soja disponível - safra 2011/12 - é extremamente ajustada, e os negócios para o produto da temporada 2012/13 também diminuíram depois da mudança dos preços no cenário internacional.
Porém, apesar das baixas registradas em Chicago, o que segurou os preços no mercado interno, que tentaram manter a estabilidade, foi a alta do dólar frente ao real. Nessa semana, a moeda norte-americana chegou a se aproximar de R$ 2,10, contribuindo para bons preços da soja no Brasil. Nos portos brasileiros, a saca de soja variou entre R$ 65 e R$68, cotada, nesta sexta-feira, a R$ 67,70 no Porto de Rio Grande.
Fonte: Notícias Agrícolas // Carla Mendes