O mercado de grãos enfrenta mais um dia de baixas nesta terça-feira. Os futuros da soja, do milho e do trigo operam em baixa no pregão noturno de hoje sentindo o nervosismo que voltou ao mercado financeiro e também o temor sobre uma desaquecimento mais expressivo da demanda.
Às 10h20 (horário de Brasília), a soja operava com baixas de pouco menos de 1 ponto em seus principais vencimentos. O maio/12 - referência para a safra brasileira - era cotado a US$ 11,35 por bushel, recuando 0,75 ponto. No milho, os contratos mais próximos perdiam mais de 7 pontos, com o dezembro valendo US$ 5,74 por bushel. Os futuros do trigo perdiam entre 5 e 8 pontos, com o dezembro valendo menos de US$ 6 por bushel.
Ontem, a agência de classificação de risco Standard & Poor's divulgou um alerta de que poderia rebaixar a nota de vários países da Zona do Euro, inclusive a França e a Alemanha. Esse anúncio "sem precedentes" interrompeu o rally de alta iniciado pelas bolsas de valores na semana passada e já está sendo refletidos nas commodities agrícolas.
Em uma notícia da agência Reuters,o diretor de uma corretora japonesa afirmou que "há alta expectativa no mercado por acontecimentos positivos na reunião de líderes europeus nesta semana, e se houver qualquer indício de que as decisões estejam sendo adiadas, isso terá consequências muito negativas para o mercado."
Demanda - A desaceleração da demanda por produtos dos Estados Unidos também preocupa o mercado futuro de grãos. No mês passado,um índice de gerência das compras de indústrias chinesas recuou. "Há evidências de que a demanda da China estaria se desacelerando. Alguns apostam em uma redução nas compras de soja, com menor consumo de carne de porco e, consequentemente, menores compras de milho", disse o analista de mercado William Adams.
Ontem, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou seu relatório de registro de inspeções semanais informando números historicamente baixos para a soja e para o milho, o que também pesa sobre os preços, uma vez que poderia ser uma confirmação desse desaquecimento da procura pelas commodities dos EUA.
Fonte: Notícias Agrícolas // Carla Mendes