Nesta sexta-feira (01), os futuros da soja negociados em Chicago operam do lado positivo da tabela, recuperando parte da realização de lucros registrada na sessão anterior. Por volta das 11h00 (horário de Brasília) os principais vencimentos trabalhavam com altas de mais de 11 pontos. O foco mercado de commodities agrícolas permanece sendo às incertezas climáticas na América do Sul.
O economista da Granoeste Corretora de Cereais, Camilo Motter, explica que o tem direcionado as cotações futuras ainda é a questão climática no hemisfério sul, principalmente, na Argentina e no Sul do Brasil. A previsão é que haja chuvas neste final de semana, porém não devem ser suficientes para amenizar o stress hídrico das lavouras de soja.
“Dependendo da intensidade das chuvas poderemos ter na segunda-feira (4) um direcionamento do mercado positivo ou negativo. Porque na verdade, já se fala em perdas na produção do RS e da Argentina”, afirma o economista.
Além disso, há problemas pontuais em outros estados brasileiros como Paraná e Mato Grosso do Sul que também registram um clima mais seco. Contrariamente, as plantações de Mato Grosso e Goiás sofrem com o excesso de precipitações que pode ocasionar perdas na qualidade do grão que começa a ser colhido.
“Para o mercado esse período é decisivo, e a partir da próxima semana poderemos ter um quadro mais definido. Já existem avaliações de perdas, mas limitadas. No entanto, podem ser aprofundadas dependendo da questão das chuvas no final de semana”, ressalta Motter.
Outro fator que também pode contribuir para o suporte das cotações em Chicago são os problemas logísticos no Brasil haja vista que podem atrasar a entrada efetiva da safra brasileira no mercado internacional. Em decorrência desse cenário, o economista destaca que, os preços internacionais podem subir de forma mais acentuada uma vez que a grande oferta da América do Sul pode demorar a entrar no mercado.
“Com isso, o mercado vai sentir a falta do produto em razão da nossa insuficiência para embarcar navios, o que vai gerar custos para os produtores. Preços internacionais mais altos em função da falta do grão, e cotações mais baixas no mercado interno devido à elevação dos custos portuários, custos de transportes e logístico de armazenagem”, diz Motter.
Ainda na visão do economista, essa questão será fundamental para o mercado nos próximos meses. Assim como, a demanda pela soja norte-americana, especialmente, por parte da China que não dá sinais de retração e os estoques mundiais do grão que permanecem ajustados, contribui para a formação desse cenário.
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Fonte: Notícias Agrícolas // Fernanda Custódio