A soja encerrou com significativas baixas na Bolsa de Chicago nesta quinta-feira (23). O dia foi de liquidação dos fundos e realização de lucros no mercado internacional depois das fortes altas registradas no início da semana. Foi uma sessão bastante volátil.
As cotações iniciaram os negócios em alta, estimuladas pelos fundamentos positivos e também pelos bons números sobre as exportações semanais dos Estados Unidos. No entanto, o mercado perdeu o fôlego e acabou revertendo o caminho dos preços.
Apesar dessas baixas, os valores da soja negociados na Bolsa de Chicago seguem historicamente altos. Nesta quinta, os preços perderam mais de 15 pontos nos vencimentos de curto prazo, porém, mantiveram o patamar dos US$ 17 por bushel.
O cenário continua sendo o de oferta restrita e demanda aquecida e, consequentemente, de mercado sustentado. Os estoques mundiais da oleaginosa estão drasticamente ajustados e a procura pela soja segue muito ativa mesmo diante de preços tão altos.
A partir de agora, as novidades sobre a demanda serão o novo combustível para a renovação das altas em Chicago. "A nova fase de alta baseada em demanda está começando. Novos ganhos vêm por aí", diz Pedro Dejneka, analista de mercado da PHDerivativos.
Nesta quinta-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou a venda de 165 mil toneladas de soja para a China e mais 202 mil para destinos não conhecidos, confirmando essa procura pela oleaginosa mesmo com preços historicamente altos.
Paralelamente, o que complementa a tendência de alta ainda são as adversidades climáticas nos Estados Unidos e as perdas que elas vêm provocando. O tempo continua quente e seco no Meio-Oeste norte-americano e dados divulgados pela expedição Crop Tour, da Pro Farmer, já indicam uma produtividade tanto para a soja quanto para o milho bem abaixo do que o esperado e do que o divulgado pelo USDA.
Puxados pela baixa da soja e também pelo movimento de realização de lucros, os futuros do milho e do trigo acenturam suas perdas e terminaram a quinta-feira com mais de 20 pontos de baixa em seus principais contratos.
O milho, de acordo com alguns analistas, sentiu a pressão também do fraco desempenho das exportações semanais norte-americanas reportadas pelo USDA nesta quinta.
Fonte: Notícias Agrícolas // Carla Mendes