Depois das fortes altas da última quinta-feira por conta dos dados do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), hoje a soja realiza lucros na Bolsa de Chicago.
Os principais vencimentos fecharam o pregão noturno em queda de 5 pontos em média. A firmeza do dólar também contribui para o movimento de baixa. Porém, trata-se de uma movimentação natural de correções técnicas depois das altas de quase 40 pontos na sessão de ontem. Na sessão diurna, as cotações estendem essas realizações de lucros e continuam operando no vermelho.
Ontem,o USDA reportou redução nos estoques físicos trimestrais de soja e milho e ainda reduziu em 1% a área destinada ao plantio da oleaginosa. Segundo análise da XP Investimentos, "o mercado da soja referencia um quadro fundamentalista positivo na percepção de que os estoques finais norte-americanos tendem a permanecer restritos também na próxima temporada".
Por outro lado, o milho manteve o significativo avanço registrado ontem e fechou a sessão noturna desta sexta-feira com alta de mais de 40 pontos, estendendo os ganhos de ontem para o pregão diurno desta quinta-feira. O mercado opera com limite de alta expandido para 45 pontos.
Os preços do cereal alcançaram o maior preço em um mês na CBOT frente aos rumores de que o aumento de área de plantio nos EUA - cerca de 5% em relação à safra passada - não será o suficiente para atender a demanda e repor os estoques globais.
"O milho está bastante sustentado pela pecuária e também pela produção norte-americana de etanol. O cereal ainda é uma commodity necessária. Há o consumo por trás de tudo isso", disse Jonathan Bouchet, analista da OTCex Group, de Geneva.
De acordo com um relatório divulgado hoje pelo Rabobank, enquanto o aumento na área do milho pode ser visto como um fator de pressão negativa nos preços, o cenário é revertido pelos níveis bastante ajustadados os estoques. O boletim informa ainda que as reservas norte-americanas de milho são as segundas menores desde a safra 1995/96.
"A expectativa é de que a produção do novo ciclo não será capaz de repor os estoques, o que deve manter os preços em alta", informou o reporte do banco.
Fonte: Notícias Agrícolas // Carla Mendes