Após operar grande parte do dia do lado negativo da tabela, os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago ensaiam uma recuperação frente às recentes perdas, ao todo foram seis sessões em queda. Por volta das 16h30 (horário de Brasília) os principais contratos registravam pequenos ganhos.
Segundo o analista de mercado da FCStone, Glauco Monte, depois do relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgado na última sexta-feira (8), o mercado volta atenção para a situação climática na América do Sul que apresentou uma melhora.
“Tivemos chuvas no Rio Grande do Sul, e tem previsão de mais precipitações, o que de certa forma tira um pouco da tensão. Já na Argentina, o clima também melhorou, mas mesmo assim algumas perdas já podem ser contabilizadas”, afirma.
Os fundamentos no mercado de commodities agrícolas permanecem positivos, devido às incertezas climáticas nas regiões produtoras da América do Sul. No sul do Brasil e na Argentina, as lavouras de soja são castigadas pela ausência de chuvas e no estado do Mato Grosso o problema é o excesso de precipitações que atrasam a colheita do grão.
“Acho que teremos uma super safra até pelo tamanho da área plantada, mas afirmar que são 83 milhões de toneladas ainda não dá para fazer, em função dos problemas pontuais que tivemos em alguns estados. A safra brasileira deve ficar entre 80 e 81 milhões de toneladas”, ratifica Monte.
Além disso, a soja disponível é bastante escassa, e os Estados Unidos exportam o produto em ritmo forte, e a demanda pelo produto continua aquecia e não dá sinais de desaquecimento. Frente a esse cenário, a tendência é que as cotações operem com forte volatilidade, com os investidores buscando uma direção melhor definida para as próximas semanas.