A soja fechou a terça-feira (21) em terreno misto na Bolsa de Chicago, com apenas o vencimento julho/13 em alta, cotado a US$ 14,78/bushel, subindo 13,75 pontos. O agosto, segundo vencimento mais próximo, recuou apenas 0,75 ponto.
O fechamento com preços dos dois lados da tabela continua refletindo as duas realidades que podem ser vistas nomercado da soja atualmente, sendo uma referente à safra velha e outra da nova.
De um lado, as posições mais curtas encontram suporte na ajustada oferta de soja nos Estados Unidos, fato que tem dado muita firmeza ao merca físico local e prêmios historicamente altos nos portos americanos, além de uma demanda extremamente aquecida pelo produto dos EUA.
Segundo explicou o analista de mercado Pedro Dejneka, da PHDerivativos, diante desse aperto na oferta local, os Estados Unidos serão obrigados até mesmo a importar soja em grão e também farelo para conseguir cumprir alguns contratos. Ele explica ainda que o remanescente de soja que ainda há no país está nas mãos dos produtores que segeum sem interesse em vender nesse momento, mesmo diante de prêmios historicamente altos, à espera de preços ainda melhores.
De acordo com informações do consultor de mercado Liones Severo, do SIMConsult, o prêmio no interior dos EUA já chega a US$ 1,20, US$ 1,40 por bushel acima do vencimento julho, o qual já registra US$ 16,18.
Por outro lado, o avanço do plantio da nova safra com muita expressividade na última semana pressionou os preços na sessão desta terça. A semeadura do milho, por exemplo, evoluiu mais de 40% com uma janela de clima bastante favorável e os números apresentados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) refletiram de forma negativa nas cotações de Chicago, principalmente nos vencimentos de mais longo prazo.
"Na semana passada, o clima foi muito favorável ao plantio, ajudou muito e no relatório de ontem já se vê que o atraso que era muito significativo já não é tão mais e o mercado retira os prêmios de milho e trigo", disse Dejneka.
Com isso, ao longo do pregão, os contratos mais negociados do milho chegaram a cair mais de 12 pontos refletindo essa evolução dos trabalhos de campo e diante ainda das boas expectativas de que possam avançar ainda mais com uma melhora nas condições de clima.