Os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago encerraram o último pregão da semana com fortes e intensas quedas. Entre os principais vencimentos, as perdas ficaram entre 16 e 33 pontos. O recuo dos preços foi ampliado durante os negócios, que foram perdendo o fôlego ao longo da sessão.
Nesta sexta-feira, boatos de que a China irá realizar um leilão de soja de suas reservas na próxima quinta-feira (24) estimulou um movimento de realização de lucros, segundo analistas. A nação asiática irá leiloar 600 mil toneladas de suas reservas, de acordo com o Centro Nacional de Informações sobre Grãos e Óleos da China.
A China deverá injetar mais produto para ser leiloado O objetivo dos chineses com essas operações é o de atenuar os preços do grão. O volume total de soja a ser leiloado deverá ser de 3 milhões de toneladas.
Os preços também foram pressionados pelas boas expectativas para a safra 2012/13 dos Estados Unidos e também pela esperada recuperação da produção da América do Sul. Espera-se que os produtores norte-americanos aumentem sua área destinada à oleaginosa e as condições climáticas, até o momento, mostram-se favoráveis para a cultura.
Porém, essas vendas das reservas chinesas podem fazer com que o país volte às compras, estimulando uma nova alta dos preços da soja no mercado de Chicago.
Como explicou o analista de mercado Pedro Dejneka, da PHDerivativos, o mercado já precificou essa demanda dos últimos dias e os estoques bastante apertados tanto nos EUA quanto na América do Sul, e agora aguarda novidades. "O mercado está muito ansioso para novas informações de demanda. Ele precisa disso para elevar novamente os preços e começar a racionar a demanda", diz.
Mercado Financeiro - Além dos fundamentos, principalmente climáticos e de oferta x demanda, o desempenho negativo do financeiro também pesou sobre os preços. A situação na Europa ainda é preocupante.
Ao redor do mundo, as principais bolsas de valores fecharam a sexta-feira em queda temendo pela saúde financeira dos bancos espanhóis e do futuro da Zona do Euro por conta da situação da crise política pela qual passa a Grécia.
Milho e trigo - Na contramão das baixas da soja, o milho e o trigo fecharam a semana com expressivas altas. O principal suporte para os preços veio das adversidades climáticas para ambos os grãos.
No caso do milho, previsões que apontam para uma estufa no Corn Belt, principal região produtora dos Estados Unidos, preocupou o mercado. A falta de chuvas pode comprometer o bom desempenho das lavouras e reduzir a esperada super safra recorde norte-americana.
Já o mercado internacional do trigo passa por preocupações com a safra mundial, que levaram as cotações a encerrarem o dia com mais de 30 pontos positivos.
Importantes regiões produtoras do Leste Europeu, da Rússia e dos Estados Unidos estão sofrendo com a seca e a falta de chuvas pode comprometer a produtividade das lavouras, reduzindo a oferta mundial do grão.
Fonte: Notícias Agrícolas // Carla Mendes