Quebra de safra provocada pela estiagem no Sul do Brasil e na Argentina começa a refletir na cotação da soja e do milho. No caso da soja, a reviravolta de preços acompanhou a mudança no calendário. Em dezembro, a saca da oleaginosa estava cotada na média de R$ 36 e passou a ser comercializada a R$ 42 em Mato Grosso, alta de 16,66%. Melhora nos preços volta a puxar a comercialização da commodity, que alcança 53%, de um total de 21 milhões de toneladas.
Desde setembro, quando os preços da soja recuaram no mercado internacional, as vendas antecipadas acompanharam o movimento, arrefecendo, relembra o analista do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Daniel Latorraca. Em dezembro de 2010, por exemplo, a comercialização antecipada chegava a 62% de toda produção. Então, podemos afirmar com certeza que a quebra de safra na América do Sul irá impactar nos preços, tanto para soja quanto para o milho.
Presidente da Associação de Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Carlos Fávaro, acredita que a valorização alcançada até agora deve se manter para esta safra. Nossa recomendação é que os produtores façam a comercialização aos poucos, porque metade da produção já foi negociada a preços satisfatórios.
Mas acrescenta que o setor produtivo mato-grossense precisa de mudanças que garantam a rentabilidade do setor, como por exemplo, a melhoria das condições de transporte. Não podemos ficar contando com os prejuízos de uma seca em outras regiões para termos melhores condições de venda aqui.
Para o milho segunda safra, plantado no Estado imediatamente após a colheita da soja, 47% já foi comercializado, ao preço médio de R$ 17. Fávaro lembra que em outubro do ano passado, a cotação do grão chegou a R$ 20.
Fonte: A Gazeta