Ações na Bolsa de Tóquio fecharam em queda nesta quinta-feira, uma vez
que o nervosismo sobre os resultados de empresas norte-americanas e a
instabilidade do dólar beneficiaram as ondas de vendas. Com isso,
exportadores de tecnologia, como a Kyocera e a
Toshiba, recuaram na sessão e pesaram sobre o pregão.
O índice Nikkei caiu pela quarta vez nas últimas cinco sessões, perdendo 1,2%, para 13.220,07 pontos.
A
participação
retornou aos níveis observados após o anúncio de política monetária do
Banco do Japão (BoJ, na sigla em inglês), superando 4,3 bilhões de ações
no valor de mais 3,0 trilhões de ienes. O montante mostra que a forte
compra de ações no exterior continua.
Dados do Ministério de
Finanças divulgados na quinta-feira mostraram que a compra externa
líquida de ações japonesas atingiram um recorde na segunda semana de
abril, superando 1,58 trilhões de ienes.
O índice Nikkei abriu em queda, influenciado por resultados corporativos decepcionantes do
Bank of America e uma queda em ações da Apple.
O
dólar também oscilou em relação ao iene, sendo negociado em torno 97,89
no fim da tarde em Tóquio, de 98,11 ienes no fim da tarde em Nova York.
Por outro lado, vários participantes do mercado ainda encontraram motivos para otimismo.
"Apesar
de fracos resultados em várias empresas norte-americanas, o dólar se
manteve razoavelmente bem, considerando todos os fatores", disse o
gerente geral de equities Hiroichi Nishi, da SMBC Nikko Securities.
"O
mercado inteiro estava tecnicamente sobrecomprado nesta semana e,
essencialmente, à procura de catalisadores para vender", disse o
analista Kenichi Hirano, Tachibana Securities.
Entre os pesos pesados, o SoftBank e a Fast Retailing caíram 1,6% e 1,3%, respectivamente, enquanto a Japan Tobacco perdeu 2,5%.
Diversas ações de tecnologia perderam terreno. A Kyocera recuou 2,0% e a Toshiba cedeu 3,7%.
A queda da Apple, na esteira de uma fraca previsão de
receita feita pelo seu fornecedor Cirrus Logic, dos EUA, atingiu vários de seus fornecedores japoneses.
A
Ibiden e a Murata Mfg perderam 2,1% e 2,9%, respectivamente, por causa
das preocupações sobre os planos da empresa e as perspectivas de vendas
para os dispositivos iPad e iPhone.
Uma reportagem do Nikkei
dizia que os reguladores dos EUA planejam suspender a proibição dos voos
de passageiros do Boeing 787 Dreamliner ainda este mês. A informação
elevou as ações da ANA Holdings e da Japan Airlines. A dupla fechou em
alta de 3,6% e 0,8%, respectivamente.
As ações da GS Yuasa
saltaram mais de 11% antes de fecharem em 5,5%. A empresa tem sido
objeto de investigações sobre a causa dos incêndios a bordo do 787 nos
últimos meses.
"Embora as fontes das chamas ainda não estejam
claras, as incertezas sobre as vendas e produção de baterias de Yuasa já
recuaram", disse Naoki Fujiwara, gestor de fundos da Shinkin Asset
Management. AS informações são da Dow Jones.