No mercado interno, os preços da soja continuam históricos e a alta segue refletindo os bons momentos da oleaginosa na Bolsa de Chicago atrelados a alta do dólar frente ao real. Nos portos de Paranaguá e de Rio Grande, a saca de soja vale R$ 67,70, registrando os maiores preços dos últimos tempos. Além disso, há informações ainda de que já há preços para as negociações com a novas safra brasileira - 2012/13 - no mercado físico que estão por volta de R$ 61,00/saca para abril/maio.
Nesta terça-feira (12), na Bolsa de Chicago, os futuros da soja encerraram as operações em campo positivo em mais uma dia de poucas novidades expressivas. O mercado vinha esperando o relatório de oferta e demanda do USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos), porém, o boletim veio com dados nada surpreendentes para a soja e esse foi o foco do mercado um tempo curto, imediatamente após o reporte.
Os números divulgados para a soja, principalmente sobre os Estados Unidos - que indicaram uma pequena redução nas estimativas para os estoques finais norte-americanos -, vieram em linha com as expectativas dos traders. Com isso, os investidores voltaram a focar o andamento do mercado financeiro e também as condições climáticas nos Estados Unidos. "Agora temos um mercado extremamente climático, que vai poder reagir", disse o analista de mercado Pedro Dejneka, da PHDerivativos, direto de Chicago.
O quadro continua sinalizando, portanto, um mercado complexo e ainda marcado pela volatilidade latente. As incertezas climáticas e mais a falta de soluções para os problemas pelos quais passa a economia mundial continuam exigindo a cautela por parte dos investidores.
Além disso, analistas afirmam ainda que os estoques de soja reportados pelo USDA hoje não refletem a real situação no país. A estimativa é de que estes sejam os menores estoques de passagem dos últimos tempos, o que reforça a existência de uma tendência de médio e longo prazo de preços também historicamente altos.
Já no mercado do milho a situação foi diferente e os dados divulgados nesta terça-feira pressionaram as cotações na Bolsa de Chicago. Os preços terminaram a terça-feira com baixas de mais de 10 pontos nos principais vencimentos depois de confirmadas as expectativas do mercado de que o USDA reportaria dados recordes sobre a produção não só norte-americana como mundial de milho.
Fonte: Notícias Agrícolas // Carla Mendes