As previsões do mercado foram coletadas pelo próprio BC por meio de pesquisa com mais de 100 instituições financeiras na última semana. O levantamento dá origem ao relatório de mercado, também conhecido como Focus, que foi divulgado nesta segunda-feira (3) pelo Banco Central.
Produto Interno Bruto
Para o Produto Interno Bruto (PIB), os economistas baixaram, na semana passada, a estimativa de uma alta deste ano de 0,27% para 0,24% – a menor desde 2009, se confirmada. Para 2015, a estimativa de expansão da economia permaneceu estável em 1%.
O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o crescimento da economia.
No fim de agosto, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a economia brasileira teve retração de 0,6% no segundo trimestre deste ano e que estaria em "recessão técnica", que se caracteriza por dois trimestres seguidos de PIB negativo.
Segundo os analistas do mercado financeiro, a taxa básica de juros deve avançar para 11,50% ao ano em janeiro de 2015 e para 12% ao ano em março do ano que vem.Juros e inflação
Para a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, que avançou para 11,25% ao ano na última semana, a expectativa dos analistas dos bancos é de que ela suba mais no ano que vem. A previsão avançou de 11,5% para 12% ao ano para o fechamento de 2015.
O aumento de juros é o principal instrumento do BC para tentar conter pressões inflacionárias. Pelo sistema de metas de inflação brasileiro, o BC tem de calibrar os juros para atingir objetivos pré-determinados. Para 2014, 2015 e 2016, a meta central de inflação é de 4,5%, mas o IPCA pode oscilar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.
Segundo a pesquisa do BC, a expectativa dos economistas para a inflação deste ano, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, permaneceu em 6,45%. Para 2015, a previsão do mercado subiu de 6,30 para 6,32%.
Em doze meses até setembro, o IPCA, a inflação oficial do país, somou 6,75% – valor acima do teto de 6,5%. A meta, porém, vale somente para anos fechados.
Câmbio, balança comercial e investimentos estrangeiros
Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2014 subiu de R$ 2,40 para R$ 2,45 por dólar. Para o término de 2015, a previsão dos analistas para a taxa de câmbio avançou de R$ 2,50 para R$ 2,55 por dólar.
A projeção para o superávit da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2014 caiu de US$ 2,10 bilhões para R$ 2 bilhões na semana passada. Para 2015, a previsão de superávit comercial subiu de US$ 7,21 bilhões para US$ 7,24 bilhões.
Para este ano, a projeção de entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil permaneceu em US$ 60 bilhões. Para 2015, a estimativa dos analistas para o aporte ficou inalterada também em US$ 60 bilhões.