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segunda-feira, 3 de novembro de 2014

Mercado vê menos crescimento neste ano e alta maior do juro em 2015.

Após o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central surpreender ao elevar a taxa básica de juros da economia brasileira na semana passada de 11% para 11,25% ao ano, os economistas das instituiçõesfinanceiras passaram a prever um crescimento menor do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano e, também, uma alta maior da taxa Selic em 2015.
As previsões do mercado foram coletadas pelo próprio BC por meio de pesquisa com mais de 100 instituições financeiras na última semana. O levantamento dá origem ao relatório de mercado, também conhecido como Focus, que foi divulgado nesta segunda-feira (3) pelo Banco Central.
Produto Interno Bruto
Para o Produto Interno Bruto (PIB), os economistas baixaram, na semana passada, a estimativa de uma alta deste ano de 0,27% para 0,24% – a menor desde 2009, se confirmada. Para 2015, a estimativa de expansão da economia permaneceu estável em 1%.

O PIB é a soma de todos os bens e serviços feitos em território brasileiro, independentemente da nacionalidade de quem os produz, e serve para medir o crescimento da economia.
No fim de agosto, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a economia brasileira teve retração de 0,6% no segundo trimestre deste ano e que estaria em "recessão técnica", que se caracteriza por dois trimestres seguidos de PIB negativo.
Segundo os analistas do mercado financeiro, a taxa básica de juros deve avançar para 11,50% ao ano em janeiro de 2015 e para 12% ao ano em março do ano que vem.Juros e inflação
Para a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, que avançou para 11,25% ao ano na última semana, a expectativa dos analistas dos bancos é de que ela suba mais no ano que vem. A previsão avançou de 11,5% para 12% ao ano para o fechamento de 2015.
O aumento de juros é o principal instrumento do BC para tentar conter pressões inflacionárias. Pelo sistema de metas de inflação brasileiro, o BC tem de calibrar os juros para atingir objetivos pré-determinados. Para 2014, 2015 e 2016, a meta central de inflação é de 4,5%, mas o IPCA pode oscilar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida.
Segundo a pesquisa do BC, a expectativa dos economistas para a inflação deste ano, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), considerado a inflação oficial do país, permaneceu em 6,45%. Para 2015, a previsão do mercado subiu de 6,30 para 6,32%.
Em doze meses até setembro, o IPCA, a inflação oficial do país, somou 6,75% – valor acima do teto de 6,5%. A meta, porém, vale somente para anos fechados.
Câmbio, balança comercial e investimentos estrangeiros
Nesta edição do relatório Focus, a projeção do mercado financeiro para a taxa de câmbio no fim de 2014 subiu de R$ 2,40 para R$ 2,45 por dólar. Para o término de 2015, a previsão dos analistas para a taxa de câmbio avançou de R$ 2,50 para R$ 2,55 por dólar.

A projeção para o superávit da balança comercial (resultado do total de exportações menos as importações) em 2014 caiu de US$ 2,10 bilhões para R$ 2 bilhões na semana passada. Para 2015, a previsão de superávit comercial subiu de US$ 7,21 bilhões para US$ 7,24 bilhões.
Para este ano, a projeção de entrada de investimentos estrangeiros diretos no Brasil permaneceu em US$ 60 bilhões. Para 2015, a estimativa dos analistas para o aporte ficou inalterada também em US$ 60 bilhões.

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