A soja opera do lado positivo da tabela pelo terceiro dia consecutivo nesta quarta-feira (20) na Bolsa de Chicago. Por volta das 11h00 (horário de Brasília), os contratos trabalhavam dois dígitos de alta, ampliando os ganhos registrados na sessão anterior.
De acordo com o analista de mercado da Agrinvest, Eduardo Vanin, no último final de semana o mercado aguardava chuvas nas principais regiões produtoras da Argentina. Entretanto, as precipitações foram esparsas e em volumes insuficientes para amenizar a situação das lavouras argentinas que são castigadas pelo tempo seco. Na última quinta-feira (14), a Bolsa de cereais de Buenos Aires informou que a safra argentina deve atingir 50 milhões de toneladas.
“As temperaturas estão elevadas no país, e já temos estimativas de consultorias privadas considerando quebra entre 15% a 17% ante as projeções iniciais. A expectativa é que a produção alcance 50 milhões de toneladas. E o mercado está nervoso com essa situação”, afirma.
Paralela ao ajustado quadro de oferta e demanda mundial, há também a volta da China ao mercado internacional de grãos. Após o feriado de Ano Novo no país, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou ontem (19), uma venda de 120 mil toneladas de soja em grão para a nação asiática, para serem entregues na temporada 2012/13. O que indica que a demanda pelo grão permanece aquecida.
O analista destaca que, a importação seria uma forma da China se proteger contra uma possível paralisação dos portos brasileiros. Na última segunda-feira (18), trabalhadores portuários de Santos invadiram um navio chinês em protesto. “Diante desse quadro, podemos ver a demanda se deslocando para os EUA, mas sabemos que os estoques norte-americanos são apertados”, relata o analista.
E caso, as exportações dos Estados Unidos permaneçam em ritmo acelerado, é possível que o país tenha que importar soja mais para frente para cumprir os seus compromissos, conforme acredita Vanin.
Milho – Na contramão da soja, os futuros do milho em campo misto nesta quarta-feira (20) em Chicago. O analista da Agrinvest, explica que, há um deslocamento da demanda dos compradores tradicionais para outras origens como Brasil e Ucrânia e a substituição do cereal por outros produtos.
“Com isso, as vendas de milho dos EUA são cerca de 50% menores em comparação com a temporada anterior”, diz Vanin. Essa situação reflete nos preços futuros e também, segundo analistas, é visto pelo mercado como um fator de limitante de alta.