A presidente Dilma Rousseff pediu nesta terça-feira (18), após reunião de cúpula entre Índia, Brasíl e África do Sul, que haja acordo entre países europeus na reunião do G-20 para evitar que a crise financeira internacional "fique incontrolável".
No começo de novembro, as 20 economias mais desenvolvidas do mundo se reúnem em Cannes, na França, e a crise deve ser o centro das atenções.
"Iremos, no início de novembro, participar da próxima reunião do G-20 em Cannes e estamos alertas para a necessidade de medidas imediatas que possam sustar o agravamento da crise, em especial na zona do euro. É necessário um acordo credível entre os países europeus para impedir que a crise fique incontrolável afetando o mundo inteiro", afirmou a presidente em declaração à imprensa ao lado do presidente da África do Sul, Jacob Zuma, e do primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh.
Dilma está na África do Sul para a 5ª Cúpula do Fórum de Diálogo do Ibas e ainda visita nesta semana outros dois países africanos, Angola e Moçambique.
Durante declaração à imprensa na África do Sul, a presidente Dilma também disse que a crise exige a substituição de "teorias defasadas" e voltou a criticas medidas recessivas.
"Estou certa de que o desafio apresentado pela crise impõe a substituição de teorias defasadas de um mundo velho por novas formulações para este mundo novo que agora nós vivemos. Nossa experiência nos mostra que a mera adoção de políticas recessivas em nada contribui para a solução de dificuldades econômicas."
Dilma Rousseff citou, na declaração à imprensa, que os três países do Ibas tem lutado pela liberdade e pela democracia. "Atuamos os nossos três países inspirados por nossas próprias histórias de luta, pela liberdade e pela democracia, nas quais, sem sombra de dúvida, Mahatma Gandhi e Mandela são exemplos extraordinários dos grandes acontecimentos que modificaram para sempre a humanidade."
Cúpula do Ibas
Mais cedo, durante discurso na cúpula do Ibas, Dilma pediu o "fim imediato" dos conflitos na Síria e na Líbia. O encontro, que reúne Índia, Brasil e África do Sul em Pretória, capital do país africano, pretende discutir, além dos conflitos no Oriente Médio, a crise internacional e projetos de cooperação entre os países.
"Na Síria, defendemos o fim imediato da repressão e encorajamos diálogo nacional para lograr uma saída não violenta. Na Líbia, atuamos orientados pela certeza de que intervenções armadas, especialmente as realizadas à margem do Direito Internacional, não trazem a paz nem protegem os direitos humanos. Agravam conflitos ao invés de resolvê-los", discursou a presidente.
Viagem à África
Na noite de terça, Dilma embarca para Maputo, capital de Moçambique, onde serão assinados acordos de cooperação técnica. Na quarta (19), acontece o primeiro compromisso oficial da presidente no país africano, uma cerimônia em homenagem a Samora Machel, primeiro presidente de Moçambique após a independência, que morreu em 1986.
Na quarta à noite, a presidente embarca para Luanda, capital da Angola. Em sua primeira visita ao país como chefe de Estado, Dilma quer manter ativa a boa relação diplomática histórica com o país africano.
A agenda oficial começa na quinta (20) pela manhã com uma visita ao monumento em homenagem a Agostinho Neto, primeiro presidente angolano, que morreu em 1979. Em seguida, Dilma se reúne com o presidente de Angola, José Eduardo dos Santos.
Fonte: g1.com