A colheita de algodão já passa da metade no cerrado de Mato Grosso. A irregularidade da chuva na fase de formação das maçãs e a queda no preço preocupam os agricultores.
Segundo o Imea, Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária, os cotonicultores plantaram nesta safra mais de 720 mil hectares. A cotação da arroba da pluma de R$ 98 em janeiro serviu de estímulo, mas hoje o preço de R$ 64 desmotiva os produtores.
O agricultor Lídio Chapinoto, da região de São Lourenço, no sul do estado, investiu pela primeira vez na cultura. Com essa queda brusca de preço a margem de lucro caiu bastante. Os compradores se retraíram.
A falta de chuva foi outro fator que não ajudou. Cerca de 35% de todo o algodão produzido no estado ficou comprometido. Isso inibe a fotossíntese da planta, que não consegue sintetizar os carboidratos e encher de forma correta a maçã, esclarece o agrônomo Rodrigo Pereira Martins.
A seca que atingiu Mato Grosso no mês de maio, época de formação do algodão, contribuiu para que o preço da arroba começasse a subir. Quem compra sabe que o valor oferecido no início não será o mesmo do final da safra. No meu ponto de vista, o produtor nos próximos 60 dias não deverá vender algodão porque tem de cumprir os contratos já feitos. Depois disso, o produtor deverá voltar a vender para a indústria nacional. Na minha visão o preço deve subir, prevê Sérgio de Marco, presidente da Abrapa.
Quarenta por cento da safra do algodão, em Mato Grosso, ainda está no campo.
Fonte: Globo Rural