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quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Grãos: Preços em forte alta após números do USDA mostrarem redução na safra americana

Os grãos registram um forte avanço em Chicago nesta quinta-feira. Os futuros da soja, do milho e do trigo conseguiram recuperar seu fôlego depois da divulgação do relatório de oferta e demanda pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) extremamente altista.

O departamento reportou uma redução nas suas estimativas de produção, produtividade e estoques finais para as três commodities, levando a soja, por volta das 13h20 (horário de Brasília) a somar mais de 30 pontos de alta, o milho mais de 25 e o trigo mais de 10. Os números além de ficarem bem abaixo dos divulgados em julho, ainda são bem menores do que os volumes esperados pelo mercado.

Com isso, o mercado do complexo de grãos voltou a focar os fundamentos - que são muito positivos - e deixar de lado o cenário macroeconômico, que ainda sofre com a desconfiança e a incerteza em relação aos Estados Unidos e a alguns países da Europa.

"Os fundamentos ainda têm fatos suficientes para sustentar esses preços. Pode ficar de olho na tela que a soja pode voltar a ficar próxima dos US$ 14 por bushel Não acho que se trata de uma repetição [da crise] de 2008", disse o analista de mercado Pedro Djeneka, da corretora RJ O'Brien. Djeneka aposta na continuidade da alta das cotações pelo menos no curto prazo.

De acordo com Flávio Oliveira, operador de mesa da Terra Futuros, quem deve mandar no mercado de grãos daqui em diante deverá ser o milho, já que a situação da produtividade norte-americana já está determinada e ficou bem abaixo do que o esperado. Às 11h30 (horário de Brasília), os preços do cereal chegaram a bater no limite de alta em Chicago.

"As lavouras de milho sofreram muito em julho com um calor de que não se via desde 1955 no Cinturão de produção. Estamos falando em queda de produtividade ainda maior e previsão de queda de área colhida", explica Oliveira.

Para o analista, esse cenário poderia gerar uma queda dramática nos estoques de passagem da safra 2011/12, o que levaria o mercado a promover um rápido racionamento da demanda provocando um aumento dos preços. "O relatório é extremamente altista a longo prazo", diz.

Vendas - Para a soja, a sugestão para os produtores é de que aproveitem esse alta de hoje e vendam parte de sua produção para garantir alguns preços e travar alguns custos. Porém, que reserve uma parte para aproveitar novas altas das cotações.


Fonte: Notícias Agrícolas // Carla Mendes

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