O mercado internacional da soja encerrou a quinta-feira em alta na Bolsa de Chicago. As cotações da oleaginosa encontraram o suporte vindo da demanda pela soja norte-americana, principalmente no curto prazo. Os vencimentos mais próximos, referentes à safra 11/12, terminaram o dia com altas de dois dígitos.
Nesta quinta-feira, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou a venda de 480 mil toneladas de soja para a China com entrega para a safra 2011/12. O anúncio de hoje confirma o quadro fundamental positivo, principalmente sobre a procura do mercado internacional oleaginosa dos EUA depois da severa quebra na safra da América do Sul.
Como explicou o analista de mercado Pedro Dejneka, da PHDerivativos, o mercado está se preocupando com o momento atual da situação de oferta ajustada e demanda aquecida. Dessa forma, eleva os preços como forma de tentar racionar a demanda pela oleaginosa para não enfrentar momentos de falta do produto.
"O mercado se preocupa com o agora. Se preocupa em racionar a demanda agora para que não haja uma situação em que não tenha soja até agosto ou setembro com a entrada da nova safra americana. Então, por isso você vê essa alta forte principalmente nos contratos mais próximos", explicou Dejneka.
Além disso, a baixa dos últimos dias - quando a commodity foi abaixo dos US$ 14 e até mesmo abaixo dos US$ 13 no novembro - estimulou uma volta dos compradores à ponta do mercado provocando uma nova alta dos preços.
Acompanhando as altas da soja, os futuros do milho também encerraram o pregão regular no azul nesta quinta-feira. Porém, os ganhos não foram muito expressivos, com o mercado do grão registrando um dia neutro, com estabilidade dos preços.
A demanda pelo cereal norte-americano segue bastante aquecida e isso vem dando estímulo ao mercado que, por outro lado, sofre a pressão negativa das expectativas de uma enorme safra recorde nos Estados Unidos. Os ganhos do milho na sessão de hoje ficaram entre 1,50 e 5 pontos.
Já o trigo, que também teve um fechamento positivo, focou as adversidades climáticas em importantes países produtores. O clima seco na Rússia, na Austrália e até mesmo nos Estados Unidos pode comprometer a próxima safra destas nações e reduzir a oferta do grão. Com este cenário e com o bom desempenho dos mercados vizinhos, o trigo fechou a sessão diurna desta quinta-feira com altas de quase 20 pontos.
Fonte: Notícias Agrícolas // Carla Mendes