Importações de soja estão mais fortes que o normal neste período, graças às compras da China, que está recompondo seus estoques da oleaginosa. Segundo a consultoria alemã Oil World, as exportações globais de setembro a novembro são as maiores já registradas para o período.
As exportações mundiais de soja para os três meses estão estimadas em 28,4 milhões de toneladas. No mesmo período do ano anterior, foram 23,9 milhões de toneladas.
As compras da China devem representar 64% das importações mundiais de soja em 2013-2014. No ano anterior, o gigante asiático participou com 61% das compras.
O país recorreu ao produto norte-americano depois que as exportações do Brasil atrasaram no ano passado, devido a um congestionamento nos portos.
“A China está se esforçando para recompor seus estoques para níveis mais confortáveis e já tem compras suficientes para entrega no início de 2014, para garantir alguma flexibilidade, caso haja a repetição dos atrasos nas exportações brasileiras”, informou a consultoria alemã.
As importações chinesas poderão alcançar 69,7 milhões de toneladas em 2013 - 2014. As últimas estimativas da Oil World apontavam para 69 milhões de toneladas.
As exportações norte-americanas entre setembro e novembro devem fechar com 18,3 milhões de toneladas, sendo que 13,2 milhões são para a China.
As exportações globais de soja devem aumentar em 11 milhões de toneladas, para 108,6 m.t. em 2013-14.
Compras chinesas
As exportações de soja dos Estados Unidos na primeira metade do ano comercial que se iniciou em maio alcançaram 33,8 milhões de toneladas – ou seja, 85% de todas as vendas esperadas para o ano todo.
Os estoques de soja norte-americana no início de março devem ser de 31,7 milhões de toneladas, saindo de 28,8 m.t. no ano anterior.
“A magnitude das compras chinesas para entregas no início do ano são vistas como o principal destaque no campo da demanda”, segundo o relatório da Oil World. “As expectativas iniciais de recuperação dos níveis de estoque em 2013-2014 estão sendo ameaçadas pela demanda de exportação”.
O Brasil novamente será o maior exportador de soja, com quase 45 milhões de toneladas, à frente dos Estados Unidos, com 40 milhões e da Argentina, com 9,3 milhões, segundo o relatório.
Os produtores brasileiros enfrentam uma grande “incerteza” em relação às infestações das lavouras com a helicoverpa, que foi registrada na Bahia no ano passado e agora se espalha em ritmo alarmante pelo Mato Grosso e outros estados produtores. Segundo a Oil World, a peste pode causar danos consideráveis à soja, algodão e milho.