Jesus

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sexta-feira, 11 de maio de 2012

Financeiro incerto pressiona e soja fecha semana com quase 50 pts de queda

A soja despencou no pregão regular desta sexta-feira na Bolsa de Chicago e fechou a semana perdendo quase 50 pontos nos principais vencimentos. O contágio do nervosismo do mercado financeiro - causado principalmente pelo prejuízo do banco norte-americano JP Morgan e da crise político econômica na Europa - foi inevitável hoje, haja visto que o cenário de incertezas fez com que os investidores se mostrassem bastante avessos aos riscos. O milho e o trigo encerraram o dia com perdas mais modestas.

O mercado financeiro foi surpreendido pela informação de um prejuízo de US$ 2 bilhões do banco JPMorgan, resultado de uma estratégia errada de hedging, nas últimas seis semanas. Atualmente, o JP Morgan é o segundo maior banco norte-americano e considerado o mais conservador dos Estados Unidos. Com isso, o temor da macroeconomia é de que depois desse anúncio, mais instituições financeiras apresentem perdas dessa magnitude.

Porém, apesar do reflexo imediato bastante negativo do mercado como um todo, trata-se de um caso pontual que não deverá trazer um contágio mais grave para as commodities. "O sistema bancário continua solvente, e as perdas do JP MOrgan foram ganhos de outras instituições. Mas, em todo caso, se acende uma luz amarela na questão dos derivativos", disse o economista Roberto Troster.

Por outro lado, para o analista de mercado Pedro Dejneka, da PHDerivativos, de Chicago, esse episódio merece sim uma atenção do mercado já que o próprio presidente do JP Morgan disse que as perdas atuais poderiam ser ainda maiores no futuro. “Não acho que é, necessariamente, uma repetição de 2008 (referindo-se à crise imobiliária), mas eu acho que é uma coisa que o mercado deve prestar atenção”. diz.

Além disso, a situação se agrava na Europa com os países passando por uma crise além de econômica, política também, com a troca de governantes em importantes economias da Zona do Euro. As notícias mais preocupantes vêm da Grécia, onde um consenso ainda parece distante e com líderes que já prometem medidas menos austeras - o que poderia ameaçar o pacto de austeridade fiscal firmado no início do ano - e da França. O mercado teme que o novo presidente francês, François Hollande, poderia entrar em atrito com a chanceler alemã Angela Merkel, limitando o bom desempenho da procura por medidas de contenção da crise no continente.

Tantas incertezas e expectativas preocupantes fazem com que os investidores mantenham-se mais distantes dos risco, liquidando suas posições em ativos mais arriscados, como as commodities, estimulando movimentos de realizações de lucros. Essa forte baixa no mercado da soja chega, justamente, em um quadro fundamental bastante positivo. Ontem, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulgou seu relatório de oferta e demanda confirmando estoques menores e bastante ajustados para a oleaginosa, além de uma demanda firme e aquecida.

São esses fundamentos positivos que devem dar sustentação aos preços mais adiante, principalmente no médio prazo. "A questão europeia e de perdas no exterior serão absorvidas e não serão um problema. E a médio prazo a demanda por commodities agrícolas irá crescer mais que a oferta e isso mantém a tendência de alta para os preços ", disse Troster.

No entanto, ainda de acordo com Dejneka, apesar desse quadro fundamental positivo e que deve dar um firme suporte às cotações no segundo semestre, o receio com o comportamento do mercado financeiro ainda é grande, ainda mais por estar baseado em incertezas e expectativas. Os problemas econômicos europeus e até mesmo os norte-americanos não estão solucionados e podem interferir de forma negativa e severa no mercado de Chicago.

Milho e trigo - Os futuros do milho e do trigo também encerraram a semana em queda, porém, as perdas foram significativamente menores. Os mercados, segundo analistas, fecharam o dia no vermelho ainda sentindo os dados baixistas do USDA e também a pressão bastante negativa do financeiro.


Fonte: Notícias Agrícolas // Carla Mendes