Jesus

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quarta-feira, 18 de abril de 2012

Grãos: Fundamentos e fatores técnicos derrubam mercado na Bolsa de Chicago

Nesta quarta-feira, os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago encerraram o dia com quase 20 pontos de baixa nos principais vencimentos. O contrato maio/12, referência para a safra brasileira, fechou o pregão regular valendo US$ 14,07, perdendo 18 pontos.

O mercado hoje se deparou com uma combinação de fatores que estimularam a expressiva baixa desta quarta-feira. Foram fundamentos aliados a fatores técnicos e à fragilidade do mercado financeiro pressioando as cotações em Chicago.

Sobre os fatores técnicos, os analistas afirmam que a liquidação de posições por parte dos fundos dá continuidade ao movimento de realização de lucros que pressiona o mercado. "A posição recorde de especuladores comprados na soja sempre deixa o mercado suscetível á baixas como a de hoje", explica Pedro Dejneka, analista de mercado da PHDerivativos, direto de Chicago."A soja, em particular, ultrapassou o nível de suporte no gráfico de $14,14 e isso trouxe mais vendas", completou.

Entre os fundamentos, o números sobre o plantio do milho nos Estados Unidos divulgados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) também pesou sobre o mercado. A semeadura da safra 2012/13 de milho já está concluída em 17% da área, índice bastante a frente do registrado neste mesmo período do ano passado.

No entanto, apesar do avanço recorde, o mercado apostava em algo em torno dos 22%. Isso poderia sinalizar, de acordo com o analista de mercado Mario Mariano, uma margem para que os traders pudessem começar a imaginar uma migração, por partes dos produtores, do plantio de milho para a soja, fator que também pressionou o mercado.

Até o momento, as condições climáticas nos EUA são bastante favoráveis para a nova safra, oferecendo, inclusive, umidade suficiente para que os trabalhos com a soja sejam iniciados. Na próxima semana, o novo boletim do USDA já deverá trazer os primeiros dados sobre a semeadura da oleaginosa.

Quanto ao mercado financeiro, a Europa e o futuro de sua economia ainda estão em foco. O cenário macroeconômico tem se mostrado bastante frágil e suscetível às novidades vindas sobre a crise da Zona do Euro. O agravamento desta crise pode afetar diretamente não só o mercado de grãos, como as demais commodities agrícolas, ao estimular os investidores a deixarem suas posições, migrando para ativos mais seguros, como o dólar, por exemplo. O movimento provoca uma alta da moeda norte-americana que, consequentemente, pesa sobre os preços ao tirar a competitividade dos produtos dos EUA.

"O mundo saiu das férias de pensamento sobre o que realmente é a crise na Europa, isso está deixando o macro um pouco mais nervoso do que nas recentes semanas e isso contribui para as perdas", disse Pedro Dejneka.

O milho também recuou bastante nesta quarta-feira e os vencimentos mais curtos fecharam o dia com perdas de dois dígitos. As cotações do cereal seguiram o desempenho da soja e sentiu a pressão vinda dos mesmos problemas, inclusive da baixa da própria oleaginosa.

Paralelamente, a ausência da confirmação de boatos sobre algumas compras de milho norte-americano da safra 11/12 nos últimos dias e a rolagem de posição de importantes players do mercado - que estão vendendo o contrato maio e comprando o dezembro, ao invés do julho - também influenciaram o mercado negativamente.

"Entramos hoje (no gráfico) em um momento de correção para soja e para o milho. Mas, principalmente na soja, a tendência ainda é de sustentação. E a situação para a safra nova ainda é bastante complicada", reiterou Dejneka.


Fonte: Notícias Agrícolas // Carla Mendes