Os grãos negociados na Bolsa de Chicago iniciam essa semana registrando novas baixas. Os futuros do milho tiveram seu maior recuo neste mês e os da soja chegaram aos menores patamares em três semanas.
De acordo com analistas ouvidos pela agência Bloomberg, um rally do dólar acabou frustrando ligeiramente as projeção para as exportações norte-americanas e diminuindo o apetite dos investidores para ativos tão voláteis como as commodities, migrando para ativos mais seguros, como a própria moeda norte-americana.
Hoje, o dólar avança em relação a várias outras moedas e contribui bastante para o recuo das commodities agrícolas no mercado internacional. O motivo da alta é o mau humo do mercado financeiro, que ainda se mantém bastante acentuado por conta das incertezas quanto ao futuro da economia da Zona do Euro.
Frente a isso, o índice Standard & Poors GSCi, de 24 commodities, recuou 1,6% hoje também por conta desse tom pessimista nas negociações, contaminadas pelas preocupações com a situação da dívida europeia e de como o contágio dessa crise pode ser contido.
"A preocupação com um desaquecimento da demanda está pesando sobre os preços. Além disso, as incertezas com a Europa impulsionou o dólar e levou os participantes do mercado a deixarem ativos de risco, como as commodities", disse Greg Grow, diretor da Archer Financial Services, de Chicago.
Fundos - Além disso, o movimento dos fundos também influencia negativamente no mercado hoje. Como explica o analista de mercado Liones Severo, essa liquidação de posições nada mais é do que um movimento típico dos fundos nos finais de mês, como explica o analista de mercado Liones Severo.
"Os fundos profissionais, que participam de quase todos os mercados, realizam sistematicamente esse tipo de movimento no final de cada mês do calendário. A razão é simples: como estão carregando grandes posições vendidas (short) neste fim de período mensal, derrubam ainda mais os preços para apresentar melhores resultados nos relatórios de final de mês para seus investidores/clientes", diz Severo.
Fonte: Notícias Agrícolas // Carla Mendes