Cultivo da soja e milho em Mato Grosso garante aos produtores rentabilidade superior à do algodão, com 66,6 e 49,2 pontos percentuais, respectivamente, acima dos 26,4% registrados para cotonicultura no Estado, considerando custo de produção nas 3 culturas. Diagnóstico consta na Prospecção de safra 2011/2012, divulgada pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Investimento exigido para cultivo de um hectare de algodão (R$ 4,626 mil) se apresenta 373 % superior ao custo de produção da soja (R$ 1,240 mil) e 404% ao do milho (R$ 1,145 mil).
Recurso aplicado na produção de um hectare de algodão no Estado permite cultivar 3,73 hectares de soja e 4,04 hectares de milho, tendo como referência análise dos custos nos municípios de Sorriso, Campo Novo do Parecis e Rondonópolis, avaliados em julho deste ano. Mas, a relação custo-benefício, avaliada a cotação das 3 commodities no cenário atual, é melhor para a cotonicultura, conforme explica diretor-administrativo da Associação de Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja), Carlos Henrique Fávaro.
É bom observar que a rentabilidade na proporção de 26,4% para o algodão garante remuneração melhor que a da soja (66,6%) e do milho (49,2%), quando se faz a conversão em reais. Isso ocorre, completa Fávaro, pelo preço do produto no mercado. No comparativo com a soja, receita líquida obtida no cultivo de um hectare de algodão garante diferença de R$ 500 a mais, avaliadas as condições de mercado atuais, mesmo após os preços terem cedido um pouco, pressionados pela indústria têxtil.
Para uma pequena parcela de produtores que ainda não adquiriram os insumos para próximo ciclo produtivo, rentabilidade deve ser menor, diz Fávaro, diante da recente alta do dólar, consequente encarecimento dos fertilizantes e retração nos preços internacionais nais das commodities. Para o analista do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Daniel Latorraca, a rentabilidade dos produtores de soja e milho está assegurada nesta proporção para o próximo ciclo produtivo, considerando que aquisição dos insumos está concluída, no caso da soja. Não houve compra antecipada, esse cenário é natural deste período, porque os produtores devem entrar com as plantadeiras no campo em outubro.
Outro fator que garante a rentabilidade nesta próxima safra é a comercialização antecipada da soja e do milho. Por meio de contratos futuros, 50% da safra 2011/2012 de soja está negociada, proporção 14% superior ao volume de negociações realizadas no mesmo período de 2010, referente à safra 10/11. Situação idêntica é observada com a produção de milho safrinha, em que a comercialização antecipada alcança 33%. Os estoques de grãos continuam baixos, então, mesmo que o dólar tenha subido, não deve haver queda brusca dos preços de soja e milho.
Fonte: A Gazeta
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