Após abrir em alta, chegando a R$ 3,51 no início dos negócios, o dólar passou a cair ante o real nesta quinta-feira (20), descolado de outros mercados emergentes, refletindo algum alívio no quadro político no Brasil após a aprovação do projeto que reverte parte da desoneração da folha de pagamento e expectativas de entradas de recursos no país graças ao plano de regularização de recursos externos proposto pelo governo.
Às 14h39, a moeda norte-americana era vendida a R$ 3,4596, em baixa de 0,8%.
"A passos curtos e hesitantes, o ajuste fiscal está caminhando", disse o superintendente de câmbio da corretora TOV, Reginaldo Siaca.
Na véspera, o Senado aprovou o projeto de lei que reverte parte das desonerações da folha de pagamento, a principal medida do governo em seus esforços para ajustar as contas públicas. A aprovação parlamentar desse projeto vinha sendo dificultada por atritos entre o Executivo e o Legislativo, que vêm pressionando os mercados brasileiros.
O mercado reagia também à informação publicada na coluna Radar On-line, no site da revista Veja, de que o projeto de regularização de recursos que brasileiros têm no exterior e que não foram declarados à Receita Federal deve ser votado até a semana que vem.
Na abertura desta sessão, a moeda norte-americana chegou a subir 0,81%, atingindo R$ 3,5159 na máxima do dia. O movimento veio em linha com a aversão ao risco nos mercados globais devido a preocupações com a desaceleração da economia da China, após nova queda das bolsas do país.
Operadores ressaltaram que a perda de fôlego do dólar também refletiu a percepção de que o Banco Central brasileiro se incomodaria com níveis acima de R$ 3,50, que podem afetar a inflação.
Analistas da corretora Lerosa Investimentos identificaram esse patamar como um "teto psicológico estabelecido pelo BC", que aumentou sua intervenção no câmbio no momento em que o dólar era negociado acima desses níveis.
Mais tarde, o BC dará continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em setembro, com oferta de até 11 mil contratos, equivalentes à venda futura de dólares.
Ao todo, o BC já rolou R$ 5,967 bilhões, ou cerca de 60%, do total de R$ 10,027 bilhões de, se continuar neste ritmo, vai recolocar o todo o lote.
Na véspera, o dólar fechou vendido a R$ 3,4877, em alta de 0,62% frente ao real, interrompendo três dias seguidos de desvalorização frente ao real. O mercado reagiu à ata do BC dos EUA sinalizando que as condições para elevar os juros no país "estão próximas".
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