A soja fechou a sessão desta segunda-feira (10) com forte baixa na Bolsa de Chicago. O milho e o trigo acompanharam o movimento de queda e também encerraram o dia com perdas expressivas. O principal fator de pressão para os preços é o clima mais favorável ao plantio da nova safra dos Estados Unidos.
Além disso, um movimento de realização de lucros pesou sobre o mercado no curto prazo, após seis semanas consecutivas de alta para o mercado internacional da soja.
Na soja, os principais vencimentos terminaram o pregão caindo entre 7,50 e 20,50 pontos. O contrato julho/13,o mais negociado nesse momento, fechou o dia valendo US$ 15,11 por bushel, recuando 16,50 pontos. Já o setembro ficou em US4 13,56, com queda de 17,50 pontos.
No curto prazo, a tendência para a soja ainda é de alta, com os fundamentos inalterados. A demanda pela soja norte-americana segue muito aquecida diante de estoques historicamente baixos. No entanto, o movimento de algunsfundos de investimentos rolando suas posições - vendendo os contratos mais próximos e comprando alguns mais distantes - acabam pressionando o mercado.
Nos vencimentos mais distantes, referentes à safra nova, melhores condições climáticas nos Estados Unidos pesaram sobre o mercado. No último final de semana, choveu menos do que vinha sendo esperado, alguns campos puderam secar, condições que criaram oportunidades para que os produtores norte-americanos pudessem avançar com o plantio da nova safra.
"Com a chuva menor do que o esperado ou o atraso das chuvas, vários produtores começaram a reportaram que conseguiram plantar mais do que esperado durante o final de semana", relatou o analista de mercado Pedro Dejneka, da PHDerivativos, direto de Chicago.
No final da tarde de hoje, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) atualiza seu relatório semanal de acompanhamento de safra, já indicando essa boa evolução dos trabalhos de campo nos EUA. Porém, como explica Dejneka, sempre há um certo atraso nos dados trazidos pelo departamento. Para o milho, espera-se algo em torno de 95% da área plantada e, para a soja, cerca de 70 a 75% de avanço.
Ainda segundo Dejneka, o que meteorologistas e demais analistas acreditam, nesse momento, é que o clima nos Estados Unidos seja bem próximo da normalidade, favorecendo a entrada de uma safra cheia tanto de milho quanto de soja. "Tudo indica que a tendência de clima durante essa nova safra norte-americana será dentro do normal, isso não significa que não teremos sustos. Mas, principalmente com o fato de toda essa chuva ter reestabelecido a umidade em boa parte do Cinturão, a safra já está começando muito bem, as condições do milho devem continuar excelentes", explica.
Entretanto, o analista alerta ainda para a necessidade que se tem de condições favoráveis para a conclusão do plantio e também para o tamanho da área que será destinada às duas culturas ou até mesmo que será abandonada com os produtores optando pelo seguro agrícola.
Mercado Interno - No mercado interno, os preços seguem sustentados e se valorizando diante da combinação entre os bons preços vistos no curto prazo em Chicago, a alta do dólar e a falta de soja nos EUA que faz com que a demanda se volte, novamente, para a América do Sul.
"O mercado está vindo buscar soja no Brasil, onde o produtor tem disponibilidade para vender, e o câmbio ajudou. Esse câmbio alto favorece nossa competitividade porque faz o nosso frete mais barato e estimula o produtor vender, então, alguns negócios estão saindo", explica o analista de mercado Ênio Fernandes.
Ainda de acordo com o analista, esse cenário cria boas oportunidades de venda para o sojicultor brasileiro, com o preço da soja acima de US$ 15 e o dólar perto dos R$ 2,15. "O milho safrinha ainda não chegou, grande parte da soja já saiu, então, a demanda por caminhões neste momento está um pouco menor. Então, as três ferramentas que estimulam a gente vender - câmbio, Chicago e frete - estão sinalizando que é um bom momento de venda", diz Fernandes.
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