O dólar à vista fechou ontem em alta ante o real no
mercado de balcão, a despeito do movimento de baixa da moeda americana ante
outras divisas no exterior. Lá fora, os investidores dividiram suas atenções
entre a crise no Chipre e a decisão de política monetária do Federal Reserve
(Fed, o banco central dos Estados Unidos). A expectativa de que a Rússia possa
ajudar o Chipre a evitar o colapso do setor financeiro trouxe desde cedo um
viés de alta para os ativos com maior risco, como as ações, enquanto o dólar
foi pressionado para baixo. No Brasil, porém, a saída líquida de dólares
durante a sessão e os dados sobre o fluxo cambial em março e no ano fizeram o
dólar à vista subir 0,25%, para R$ 1,9920 no balcão. Em março, até o dia 15,
houve saída líquida de US$ 990 milhões do País. No ano, o saldo líquido de
fluxo cambial é negativo em US$ US$ 3,481 bilhões.
Ontem à tarde, o Fed corroborou o otimismo dos investidores
no exterior. Em pronunciamento, o presidente da instituição, Ben Bernanke,
afirmou que o crescimento da economia dos EUA tem sido mais lento do que a
queda no desemprego, mas alertou que o ritmo do programa de compra de bônus só
será alterado quando houver melhora significativa no mercado de trabalho. Com
isso, o índice Dow Jones subiu 0,39%, o S&P 500 teve alta de 0,67% e o
Nasdaq avançou 0,78%.
Apesar dos ganhos em Nova York, o mercado de ações
brasileiro voltou a fechar em baixa e quase perdeu o nível de 56 mil pontos. O
Ibovespa encerrou em queda de 0,59%, aos 56.030,03 pontos, penalizado pelo
setor elétrico e pela Petrobrás. A notícia de que a Agência Nacional de Energia
Elétrica (Aneel) reduziu a base de remuneração da Cemig para o terceiro ciclo
de revisão tarifária trouxe receios de que isso possa ocorrer com outras
companhias. Cemig PN recuou 13,95%.
No mercado de renda fixa, os dados positivos do
Cadastro Geral de Empregados e Empregados (Caged), divulgados à tarde pelo
Ministério do Trabalho e Emprego, trouxeram um viés de alta para as taxas dos
contratos futuros de juros. A geração de 123.446 novos postos de trabalho em
fevereiro no Brasil superou a previsão do mercado, que esperava resultado
próximo de 100 mil novos postos de trabalho com carteira assinada.
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