O mercado internacional de grãos registra mais uma sessão de volatilidade na Bolsa de Chicago. Os futuros da soja que chegaram a operar do lado positivo da tabela, ao longo das negociações recuaram e trabalham com pequenas quedas, próximos da estabilidade. Por volta das 14h01 (horário de Brasília) os principais vencimentos trabalhavam com pouco mais de 2,25 de baixa.
Segundo o operador de mesa da Terra Investimentos, Bruno Perottoni, sem grandes novidades no mercado, a tendência é que as cotações operem com volatilidade nos próximos dias, entre US$ 14 e US$ 14,80/bushel, seguindo a demanda chinesa.
Além disso, o foco do mercado internacional de grãos ainda observa o clima na Argentina. As chuvas no final de semana foram esparsas, o que segundo analistas, poderia aliviar a situação das lavouras. O operador destaca que o mês de fevereiro é fundamental para o desenvolvimento das plantações, uma vez que a soja entra na fase de enchimento de grãos. E nesse período foram registradas precipitações em várias regiões produtoras no país.
“A safra sulamericana vai caminhando para uma safra cheia, mas teremos alguns ajustes finos nos números. A produção brasileira deve alcançar 84 milhões de toneladas e na Argentina a safra deve somar 52 milhões de toneladas”, acredita Perottoni.
Por outro lado, a Bolsa de Cereais de Rosário na Argentina projetou na tarde de ontem (25), que a produção da oleaginosa no país vizinho deverá somar 48 milhões de toneladas na safra 2012/13. O número representa uma redução em comparação com as primeiras projeções, que indicavam uma safra de 54 milhões de toneladas.
Outro fator que também tem exercido influência nas cotações futuras em Chicago são os problemas logísticos no Brasil, que podem atrasar a entrada efetiva da produção no mercado. Na semana passada, os trabalhadores dos portos brasileiros entraram em greve contra a Medida Provisória 595, que prevê modificações nas atividades do setor.
Entretanto, após as negociações com o Governo, as manifestações foram suspensas até o dia 15 de março, enquanto as partes envolvidas tentam entrar em um acordo. Segundo o operador, há cerca de 200 navios parados nos portos esperando para embarcar soja.
Analistas sinalizam que a possibilidade de uma greve poderia comprometer o abastecimento da China, principal comprador mundial de soja, e direcionar a demanda para os EUA que tem os estoques do grão ajustados.
Milho – O mercado do cereal opera com pequenos ganhos, próximos da estabilidade nesta terça-feira (26) em Chicago. Segundo o operador de mesa, o foco dos investidores é a soja o que deixa o mercado mais morno.
Do mesmo modo, no mercado interno as negociações seguem em ritmo lento. “Com a logística ineficiente não conseguimos nem exportar soja, quanto mais milho. Então, o mercado segue olhando a definição da safrinha”, diz Perottoni.