Na manhã desta quinta-feira (21) as cotações futuras da soja operam do lado negativo da tabela na Bolsa de Chicago. A soja trabalha com volatilidade, com leves correções técnicas, após operar com altas expressivas nos últimos pregões. Por volta das 15h35 (horário de Brasília) os principais vencimentos da commodity trabalhavam com leves ganhos.
O analista de mercado da Cerealpar, Steve Cachia, explica que o mercado ainda tem algumas incertezas e diante do ajustado quadro de oferta e demanda norte-americana, a demanda permanece forte. A China voltou às compras no mercado internacional de grãos. Nos Estados Unidos, há rumores de que, somente nesta semana, cerca de 6 a 8 cargos de soja foram vendidos, mas as informações não foram oficialmente confirmados pelo USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos).
Além disso, o mercado de commodities agrícolas ainda observa o clima nas lavouras da América do Sul que foram prejudicadas pelas adversidades climáticas. Na Argentina, o volume de chuvas registrado no último final de semana não foi suficiente para amenizar as condições das plantações que sofrem com tempo seco e as temperaturas elevadas. E a expectativa é que a produção alcance 50 milhões de toneladas.
Por outro lado, no Brasil, o excesso de chuvas atrasa a colheita nas principais regiões produtora do país. E os problemas com a ineficiente logística que logísticos impedem que os produtos cheguem à velocidade necessária ao mercado.
Ainda de acordo com o analista as estimativas de safra recorde de milho nos EUA, e uma safra cheia na América do Sul, apesar dos problemas pontuais, a situação é incerta até que a colheita da produção norte-americana. “Vamos ter uma situação de oferta muito apertada e estoques baixos e com isso acreditamos que o mercado está se sustentando, mesmo com a entrada da safra sulamericana no mercado, que poderia pressionar sazonalmente os preços futuros”, afirma o analista.
Frente a esse cenário, Cachia destaca que os Estados Unidos podem não ter produto suficiente para atender a demanda tanto no mercado interno como externo ao mesmo tempo. “E o mercado vai colocar um processo de racionamento do produto através do aumento de preços. Até a definição 100% da safra norte-americana acredito que os compradores vão continuar sendo agressivos e terá momento em que o mercado irá reagir e talvez dando suporte aos preços no mercado interno de soja. No entanto, se o clima for favorável nos EUA sem dúvidas a tendência do mercado ficaria baixista”, afirma.
Milho – Os futuros do milho também trabalham em baixa nesta quinta-feira (21). Segundo o analista o mercado está um pouco decepcionado uma vez que as exportações do cereal norte-americano seguem em ritmo lento. Entretanto, é preciso ressaltar a quebra na produção dos EUA em função do clima seco.
“Mas, os preços não podem ceder demais, principalmente, se a soja voltar a subir nos próximos dias, vai ocorrer uma disputa nas áreas de plantio nos EUA. E caso as cotações do milho se distancie da oleaginosa corre o risco de perder área para a oleaginosa. E sabemos que os estoques de milho também são baixos, e a forte demanda que tem para etanol daí a necessidade de ter uma safra cheia, mas sem duvidas se o mercado ficar mais firme o milho deve seguir atrás”, relata Cachia.
Fonte: Notícias Agrícolas // Fernanda Custódio
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