Após as fortes altas registradas na sessão de ontem, os futuros da soja negociados na Bolsa de Chicago ainda operam em território positivo na sessão desta terça-feira (15). Por volta das 11h (horário de Brasília), os principais contratos da oleaginosa operavam com alta de mais de 8 pontos. Mais cedo, os preços chegaram até mesmo a transitar pelo lado negativo da tabela, exibindo uma leve realização de lucros que não se manteve.
Para o analista de mercado da FCStone, Glauco Monte, o foco do mercado ainda é a situação apertada entre estoque e demanda nos EUA. Nesta segunda-feira (14), a Nopa (Associação Norte-Americana dos Processadores de Óleos Vegetais dos EUA) divulgou o relatório indicando que o ritmo do esmagamento da soja norte-americana permanece forte e, ainda na segunda, o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) anunciou a venda de 120 mil toneladas de soja para a China, confirmando a demanda ainda aquecida.
“Qualquer notícia de demanda irá impactar fortemente no mercado, uma vez que a safra dos EUA é pequena, apesar de ser maior do que o esperado pelo mercado”, afirma o consultor.
Por outro lado, há uma necessidade de que a demanda nos EUA seja racionada, neste caso através dos preços, para que a produção consiga abastecer o mercado, conforme explica Monte. Em decorrência desse cenário, a tendência é que o mercado fique com preços mais firmes durante toda essa semana.
Para o analista da New Edge, Daniel D’Ávilla, as cotações devem continuar sustentadas até a entrada da safra sulamericana. “Vamos observar como essa soja vai chegar ao mercado, temos problemas logísticos no Brasil e também problemas climáticos na Argentina, e o mercado observa isso também”, explica D’Ávilla.
Ainda na visão do analista, o grande problema para safra brasileira serão os problemas logísticos que podem prejudicar o escoamento da produção. No entanto, quando o Brasil embarcar a safra os preços da soja tendem a ceder.
“A disponibilidade e o fácil acesso do grão pode contribuir para um recuo nos preços, caso contrário, continuamos com o mercado pressionado. E então, a China voltará para o mercado norte-americano comprando, o que pode colaborar para a elevação nos preços em Chicago”, disse o analista.
Além disso, os expressivos ganhos registrados nesta segunda foram uma reação retardada do mercado já que os mercados asiáticos e europeus estavam fechados durante a divulgação do relatório, como explica Pedro Dejneka, analista da PHDerivativos. "Muita gente que não participou na sexta-feira entrou no mercado nesta segunda. A não ser que tenhamos problemas climáticos na América do Sul ou que a demanda continue aquecida pela soja dos Estados Unidos, acredito que a soja estacione por aqui ou no máximo abaixo dos US$ 14,30 por agora. A alta é mais baseada em 'risk on' do que em fundamentos. É especulativa e, na minha opinião, não deverá se manter", disse.
Fonte: Notícias Agrícolas // Fernanda Custódio
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