Nesta segunda-feira (17), a soja despencou no mercado internacional e fechou no limite de baixa na Bolsa de Chicago, com os principais vencimentos registrando um recuo de 70 pontos. Um conjunto de fatores negativos conferiram esse fechamento ao mercado que, de acordo com o analista de mercado Vinícius Ito, da Jeffrey's Corretora, teria sido um pouco "exagerado".
De acordo com Ito, o mercado refletiu boatos de que conforme a colheita da soja avança nos Estados Unidos, taxas melhores de produtividade estariam sendo reportadas, o que poderia resultar em uma oferta melhor do que o esperado. Além disso, houve informações de que o governo da China poderia liberar mais regularmente soja de seus estoques para leilões - um volume de aproximadamente 2 milhões de toneladas - o que também teria causado uma pressão vendedora por parte dos fundos. Tal notícia fez com que os preços da oleaginosa cedessem também na Bolsa de Dalian, na China.
Completando este cenário baixista, nos vencimentos mais longos foram retirados os prêmios de clima depois de algumas chuvas que chegaram a regiões produtoras do Brasil, como o Mato Grosso e diante de boas expectativas para as condições climáticas no início do plantio no país.
A baixa registrada, portanto, teria sido uma correção técnica, segundo explicou o analista. Depois de fortes altas, quando o mercado atingiu seu recorde de preços nas últimas duas semanas, as notícias baixistas desta segunda-feira estimularam uma forte realização de lucros, inclusive com o acionamento de stops de venda (ordens de venda automáticas), fazendo o mercado despencar na CBOT.
Entretanto, Ito disse ainda que tal movimento é pontual e no médio e longo prazo a tendência para os preços ainda é positivo. Isso acontece pois o mercado ainda tem a tarefa de racionar a demanda em função de uma oferta bastante ajustada. Segundo o analista, os EUA produzirão nesta safra apenas 83% do total da demanda de 2011.
Por outro lado, o operador de mercado Liones Severo, afirma que os preços entraram agora em uma natural tendência de queda. Isso acontece em função da pressão sazonal da colheita da safra norte-americana e de os preços já terem registrado suas máximas no ano. "É muito difícil que o mercado repita os altos preços já vistos, as maiores altas já estão no mercado", explicou Severo.
Para o operador, até a segunda quinzena de outubro as cotações deverão continuar devolvendo parte dos ganhos expressivos acumulados até o momento. O que poderia provocar uma nova onda de altas no mercado seriam um "fato inusitado", como explicou Severo, forte o bastante para estimular os preços.
Fonte: Notícias Agrícolas // Carla Mendes
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