Sexta-feira atípica para o mercado internacional da soja na Bolsa de Chicago. Os futuros da oleaginosa fecharam a semana com quase 30 pontos de alta nos principais vencimentos, com ganhos beirando os 40 pontos ao longo do pregão regular. "Foi um dia de vale tudo no mercado", disse Pedro Dejneka, analista de mercado da PHDerivativos, direto de Chicago.
O dia foi de um compra intensa de boatos, com preços batendo níveis técnicos e um número recorde de especuladores comprados em contratos de soja - 210 mil contratos.
Entre as muitas informações que circularam por Chicago nesta sexta-feira, de acordo com o analista, a que mais estimulou esse explosivo avanço dos preços foi a de que o Brasil deixaria o mercado exportador de soja em função da quebra da safra 2011/12 ocasionada pela seca provocada pelo La Niña.
Segundo ele, o boato "seria de fato um absurdo" e não se sabe a procedência do mesmo. No entanto, pegou o mercado, que já vinha nervoso e ansioso com tanta volatilidade, de surpresa. Há dias os traders vinham se deparando com a ausência de novidades que pudessem movimentar o mercado, e com isso, estavam "agindo mais com a emoção do que com a razão, querendo boatos para se apegar", disse Dejneka.
Ainda segundo o analista, a compra e venda de boatos está bastante intensa e pode se estender por mais algumas sessões, uma vez que os negociadores não devem se focar apenas nos fundamentos. Isso se dá em função do enorme capital especulativo que está no mercado atualmente.
"Eventualmente os fundamentos e os preços se alinharão. Essa alta não é justificável para o curto prazo se formos nos basear em fundamentos somente, mas isso não interessa agora. Agora é ficar de olho no movimento dos especuladores", diz Dejneka.
Confirmando o que vem sendo dito por outros analistas, a tendência de alta para o mercado futuro da soja em Chicago continua no longo prazo. No entanto, correções de preços e realizações de lucros podem ser vistas na próxima semana, haja visto que os preços vem alcançando valorizações bastante intensas, ao menos nos contratos mais curtos, como o maio e o julho/12.
FONTE: Pedro Dejneka - Mercado de Grãos
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