Após as baixas registradas ontem, o mercado internacional de grãos parece tentar uma recuperação nesta terça-feira, operando com leves altas. Por volta das 15h20 (horário de Brasília), os futuros da soja subiam pouco de 5 pontos e o milho mais de 3 pontos. Já o milho operava com altas de dois dígitos, subindo mais de 12 pontos nos principais vencimentos.
Essa alta vista no mercado do trigo nos negócios de hoje reflete uma junção de adversidades climáticas pelo mundo. Há problemas climáticos na Rússia e na Ucrânia, dois importantes produtores mundiais, com o frio excessivo castigando as lavouras do grão nos dois países.
Como explicou o analista de mercado Daniel D'Ávilla, da New Edge Corretora, trata-se de uma "doença" chamada winter kill, em que o frio queima as plantas. "E isso dá suporte para o mercado", completa. De acordo com o analista, 15% da produção russa estaria comprometida, bem como 1/4 da produção ucraniana.
Além disso, nos Estados Unidos o tempo muito seco também compromete o bom desempenho das lavouras de trigo norte-americanas, mais um fator que acaba impulsionando o mercado.
O clima na América do Sul também continua no foco dos investidores. A seca segue prejudicando as lavouras do Sul do Brasil e de regiões da Argentina, o que dá suporte aos preços em Chicago, principalmente da soja e do milho. As chuvas que chegam em ambos os países não são suficientes para reverter parte das perdas, que já são bastante severas e irreversíveis.
Além disso, hoje foram reportadas informações de que o Japão comprou 330 mil toneladas de sorgo e milho da Argentina. Sinais de que a demanda pelo cereal está aquecida também contribuem para as altas, porém, ainda de acordo com D'Ávilla, as compras de grãos em outros países que não os Estados Unidos são "uma forma de tentar impedir uma alta dos preços na Bolsa de Chicago", fato que poderia limitar os ganhos na CBOT.
"Soja e milho estão mais baratos na América do Sul do que nos Estados Unidos, então é normal vermos um pouco mais de demanda do mundo pelos grãos do Brasil e da Argentina", Daniel D'Ávilla, analista de mercado da New Edge Corretora.
Fonte: Notícias Agrícolas // Carla Mendes
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