O dólar começou os negócios desta quinta-feira (8) operando em alta, mas virou logo no início dos negócios.
Às 9h50, a moeda norte-americana era vendida a R$ 3,8748, em queda de 0,06%.
O mercado deve ter um dia tenso nesta quinta, refletindo o aumento das tensões políticas depois que o Tribunal de Contas da União (TCU) rejeitou, na véspera, as contas do governo da presidente Dilma Rousseff de 2014.
Contas do governo
"A decisão do TCU complica as coisas, mas não é garantia de que um pedido de impeachment vai ser acatado", disse à Reuters o chefe da mesa de juros da corretora Icap, Arlindo Sá, referindo-se à possibilidade de abertura de processo de impedimento da presidente Dilma Rousseff.
O parecer do TCU será enviado nesta quinta-feira ao Congresso Nacional, que tem a responsabilidade para aprovar ou não as contas do Executivo. A rejeição das contas pelo Legislativo pode dar força a um processo de impeachment contra a presidente por crime de responsabilidade fiscal.
A incerteza política vem pressionando os juros e o câmbio intensamente nas últimas semanas. Agentes financeiros temem que a instabilidade provocada pelo eventual afastamento de Dilma assuste investidores estrangeiros e dificulte ainda mais a recuperação da economia brasileira.
Por isso, operadores acreditam que, embora a decisão do TCU fosse amplamente esperada, a reação imediata do mercado deve ser negativa. "Vamos sofrer. A interpretação de que a incerteza política está no preço não tem sido respeitada", disse o operador da corretora de um banco nacional.
Mas operadores não acreditam que a notícia deve levar o dólar a retomar a disparada que mostrou no fim do mês passado, quando encostou em R$ 4,25 no intradia e atingiu as máximas históricas.
"Ainda tem muita água até que o impeachment seja uma certeza. Não é (a decisão do TCU) que vai fazer o mercado virar a chave e entrar em desespero", disse à Reuters o superintendente de derivativos de uma gestora de recursos nacional.
Véspera
Na quarta-feira, o dólar voltou a fechar em alta depois de três dias seguidos de queda, mas se manteve abaixo dos R$ 3,90. Investidores voltaram a comprar a moeda após três dias de queda firme, nervosos com as perspectivas políticas depois que o Congresso encerrou a sessão sem votar os vetos presidenciais com impacto sobre as contas públicas.
A moeda terminou o dia em alta de 0,88%, a R$ 3,8711. De acordo com a Reuters, na mínima do dia, o dólar chegou a R$ 3,7952, menor patamar intradia desde 9 de setembro (R$ 3,7671).
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