O mercado internacional da soja segue trabalhando em alta na Bolsa de Chicago na sessão desta sexta-feira (26). Depois de subir mais de 20 pontos nos principais vencimentos e o contrato novembro/15 bater na máxima, até o momento, de US$ 9,96 por bushel, as cotações registravam ganhos mais moderados. Por volta de 12h20 (horário de Brasília), os principais vencimentos subiam entre 7,25 e 9,25 pontos.
Entre os principais fatores que mantêm o mercado sustentado estão as adversidades climáticas - que não se restringem somente aos Estados Unidos - a demanda mundial forte e o reposicionamento dos fundos de investimentos, segundo explica Liones Severo.
Para o consultor de mercado do SIM Consult, os preços passam por uma correção depois das baixas recentes e buscam esse reajuste à realidade de um consumo - principalmente de proteína animal em países emergentes e, paralelamente, encontra sustentação nos problemas de clima que comprometem a produção de grãos em regiões importantes.
"Temos um situação muito delicada no mundo em relação ao clima. Nos EUA há esse problema (do excesso de chuvas no Meio-Oeste) que é grave, porque há áreas onde o trigo ainda nem foi colhido para que se plante a soja, as janelas de plantio já estão vencendo e devemos ter uma redução significativa na área", diz. "E tem também o clima na Europa, que está extremamente desfavorável. Há uma seca forte na França, Espanha e Alemanha, afetando a produção de milho e trigo, e não região do Mar Negro (...) Assim como o Canadá, que tem prejuízo em todas as culturas", completa.
Nas novas previsões climáticas, as fortes chuvas continuam presentes e devem seguir atingindo os estados do Meio-Oeste americano e as regiões mais afetadas, segundo informações do site internacional Farm Futures, deverão ser o centro e o leste do Corn Belt. O mapa a seguir, do NOAA - o serviço oficial de clima do governo americano - mostra que as precipitações nas próximas 24 horas devem atingir de 12,7 a 50,8 mm.
EUA 2015/16 - Chuvas nas próximas 24h - Fonte: NOAA
Dessa forma, continua a ansiedade dos mercados na espera pelos novos boletins que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) divulga no final deste mês, principalmente aquele que trará os dados da área de plantio da safra 2015/16. De acordo com os últimos números do órgão, na última segunda-feira (22), ainda havia cerca de 10% da área para ser semeada com soja e as condições climáticas ainda não se mostravam favoráveis para o desenvolvimento dos trabalhos de campo.
E pelos próximos períodos - de 6 a 10 e de 8 a 14 dias - os demais mapas do NOAA seguem indicando chuvas acima da média para as principais regiões produtoras.
Paralelamente, o mercado reflete ainda o reposicionamento dos fundos, como explica Liones Severo, com recompras de posições. "Chicago está subindo porque venderam uma safra grande e, naturalmente têm que comprar de volta com os estoques que eles venderam e que não existiam e não existirão. Então, quando se diz que são os fundos que estão comprando é porque eles venderam estoques a mais e que não tinha", diz.
Ainda segundo o consultor, fazia oito anos que os fundos não entravam comprados no mercado, estavam sempre vendidos, e isso refletiu imediatamente no andamento dos preços.
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