O dólar avançava pela quinta sessão consecutiva em relação ao real nesta quarta-feira (27), acompanhando a pressão cambial no exterior diante da percepção cada vez mais consolidada de que o Federal Reserve (banco central dos EUA) elevará os juros ainda neste ano.
Às 15h03, a moeda norte-americana avançava 0,41%, a R$ 3,1630 na venda, após acumular alta de quase 5% nas últimas quatro sessões. Veja cotação. Na máxima do dia, a moeda chegou a R$ 3,18, maior cotação em quase dois meses.
A alta da moeda norte-americana era mais intensa no mercado brasileiro, em meio a persistentes preocupações com o futuro do ajuste fiscal no país.
Investidores vinham demonstrando dúvidas sobre a perspectiva de que os juros comecem a subir nos Estados Unidos neste ano, mas números fortes sobre a atividade e a inflação, além de declarações da chair do Fed, Janet Yellen, praticamente eliminaram as incertezas sobre esse cenário.
"Talvez junho esteja descartado, mas acredito que o mercado está mais e mais confortável com a ideia de que os juros vão subir ainda neste ano", afirmou o estrategista Neil Mellor, do Bank of New York Mellon.
Nesse contexto, o dólar avançava 0,35% sobre uma cesta de divisas, dando continuidade ao avanço das últimas sessões.
No Brasil, pesavam ainda preocupações com a possibilidade de mais entraves ao reequilíbrio das contas públicas, em meio a conversas no mercado sobre desavenças dentro do governo em torno do assunto e à resistência no Congresso.
O operador Luciano Copi, da corretora Correparti, afirmou em nota a clientes que o governo se encontra "entre a cruz e a espada" e ressaltou que, mesmo após a aprovação da Medida Provisória 664 no Congresso na véspera, "muita água vai passar ainda por baixo dessa ponte".
E a perspectiva é que a alta do dólar continue. O banco JPMorgan, por exemplo, estima que o valor justo do real seja de R$ 3,26 por dólar e, por isso, recomenda que investidores apostem na alta da divisa norte-americana até que retorne a níveis entre R$ 3,20 e R$ 3,30.
Mais cedo, o Banco Central brasileiro deu continuidade à rolagem dos swaps cambiais que vencem em junho, com oferta de até 8,1 mil contratos.
Na véspera, a moeda norte-americana avançou 1,68%, a R$ 3,1500 na venda. Foi o maior valor desde o dia 1º de abril, quando o dólar terminou o dia cotado a R$ 3,1725. Na semana e no mês, há alta acumulada de 1,77% e 4,54%, respectivamente. No ano, a valorização é de 18,48%.
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