O mercado recebeu ainda, nesta quarta-feira, o números do esmagamento de soja nos EUA em março e os dados ficaram acima das expectativas dos traders.
Enquanto os traders apostavam em algo próximo de 4,23 milhões de toneladas, o total foi de 4,431 milhões de toneladas de soja processadas no mês passado. O número é maior do que o de fevereiro - de 4 milhões de toneladas - e supera também o registrado no mesmo mês de 2014, de 4,187 milhões. No acumulado da temporada 2014/15, o total de soja já processado pelos EUA é de 28,763 milhões de toneladas, contra 28,398 milhões no mesmo intervalo da temporada anterior.
Apesar de os números indicarem um maior consumo da soja em grão no país, os preços do farelo de soja nos EUA estão pressionados, tanto em Chicago quanto no mercado frente a um excesso de oferta, como explica o analista de mercado Eduardo Vanin.
"Os números do NOPA deveriam ter sido uma notícia positiva para a soja, porém, o escoamento do farelo está comprometido e, nesse momento, os preços na Argentina e no Brasil ainda estão mais baratos", diz o analista. "E isso ajudou o mercado a perder força nesta quarta. As cotações da soja fecharam em alta, porém, longe das máximas", completa.
Vanin afirma ainda que no quadro da demanda pelo subproduto também não há mudanças fortes o bastante para provocar uma alteração no cenário. "Para exportação, a demanda agora é menor, seguindo a sazonalidade. E internamente, o consumo nos EUA segue o padrão histórico". Além disso, há ainda a situação do agravamento da gripe aviária se espalhando por alguns estados produtores, provocando a necessidade de abates sanitários e isso poderia reduzir ainda mais o consumo nos EUA.
Paralelamente, o mercado internacional de grãos ainda observa o início da nova safra norte-americana e o comportamento climático no país para definir uma nova e atualizada configuração para os preços. Por hora, ainda de acordo com os analistas, as previsões não indicam condições climáticas que pudessem trazer alguma preocupação excessiva para o plantio nesse momento.
Entretanto, muitos falam sobre a maior e crescente probabilidade da ocorrência de um El Niño no hemisfério Norte, o que poderia trazer mais chuvas para os EUA caso se confirme. Porém, como explicou o agrometeorologista da Somar, Marco Antônio dos Santos, trata-se, por enquanto, de um "falso El Niño" que, ao mesmo tem em que pode trazer condições favoráveis à produção, não garante ainda o potencial produtivo das lavouras e recorde de safra por lá.
Para Vanin, os preços em Chicago podem registrar melhores patamares entre meados de maio e início de junho, com o mercado atento à essa especulação climática nos Estados Unidos, criando, possivelmente, novas boas oportunidades de comercialização para o produtor brasileiro.
No Brasil
No Brasil, as cotações registraram um dia de estabilidade, com alguma tentativa de avanço ao longo do dia, mesmo diante da volatilidade do dólar e do fechamento negativo da moeda. Os prêmios nos portos brasileiros seguem positivos e subindo e as altas em Chicago favoreceram as cotações, segundo explicaram analistas.
Assim, em Rio Grande, por exemplo, a soja para maio/15 fechou com R$ 69,00 por saca e o produto disponível em R$ 68,00, estáveis. Em Paranaguá, queda de 0,30%. Em Santos, o valor da oleaginosa subiu 0,44% para R$ 69,00 por saca.
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