SÃO PAULO (Reuters) - O dólar avançava mais de 1 por cento ante o real e anulava a queda dos últimos três dias, acompanhando a recuperação da moeda norte-americana no exterior após o recuo da sessão passada e refletindo as renovadas preocupações com a crise local na base governista, com o novo ingrediente da saída de Cid Gomes do Ministério da Educação.
Às 10h23, a moeda norte-americana avançava 1,07 por cento, a 3,2484 reais na venda, depois de recuar pelo terceiro dia seguido na véspera reagindo ao tom de cautela adotado pelo Federal Reserve em seu comunicado de política monetária.
"O rali de moedas emergentes após a conclusão da reunião do Fed de ontem se provou pouco duradouro", escreveram analistas da Capital Economics em nota a clientes.
O euro caía quase 2 por cento contra o dólar nesta sessão, após mostrar na véspera o maior avanço desde março de 2009. O movimento da sessão passada aconteceu após o Fed reduzir suas projeções de crescimento, inflação e juros, alimentando apostas de que os juros norte-americanos continuarão quase zerados até o segundo semestre.
No quadro interno, os atritos entre o governo e seus aliados no Congresso continuavam deixando investidores apreensivos, uma vez que podem dificultar ainda mais o ajuste fiscal. Na véspera, Cid Gomes pediu demissão do cargo de ministro da Educação depois de uma sessão tumultuada na Câmara dos Deputados, para evitar que a já complicada relação do governo com a base aliada se tornasse ainda pior.
"O custo político de fazer o ajuste está cada vez mais alto e o mercado não gosta disso", disse o superintendente de câmbio da corretora Intercam, Jaime Ferreira.
Nesta manhã, a autoridade monetária deu continuidade às rações diárias vendendo a oferta total de até 2 mil swaps cambiais, que equivalem a 97,4 milhões de dólares. Foram vendidos 250 contratos para 1º de dezembro de 2015 e 1.750 para 1º de março de 2016.
O BC fará ainda mais um leilão de rolagem dos swaps que vencem em 1º de abril, que equivalem a 9,964 bilhões de dólares, com oferta de até 7,4 mil contratos. Até agora, a autoridade monetária rolou cerca de 46 por cento do lote total.
(Por Bruno Federowski)
Nenhum comentário:
Postar um comentário