Os fortes ganhos registrados na Bolsa de Chicago, segundo explicou o analistas, foram justificados, principalmente, pela questão de adversidades climáticas ainda comprometendo os trabalhos de campo nos Estados Unidos e no Brasil.
As chuvas excessivas impediram o avanço dos trabalhos de campo e, segundo dados do último reporte de acompanhamento de safras divulgado pelo USDA, até o último domingo (19), apenas 53% da área de soja no país já haviam sido colhidos. A média para esse período, porém, é de 66% e as expectativas do mercado variavam de 55 a 60%.
Esse atraso na colheita deverá acarretar, portanto, a chegada mais tardia dessa nova oferta ao mercado e isso estimula também, ainda segundo analistas ouvidos por agências internacionais, um movimento de compras, inclusive por parte dos fundos. Ao mesmo tempo, os produtores, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos, seguem relutantes em voltar às vendas. Assim, no mercado norte-americano, o volume de produto disponível fica ainda mais apertado e acaba incentivando os avanços dos preços.
No Brasil, as condições são adversas para o desenvolvimento do plantio da temporada 2014/15. Em muitas regiões, as últimas semanas foram de seca e os produtores paralisaram a semeadura da soja. Desde o último final de semana, porém, as precipitações parecem estar voltando às regiões produtoras, principalmente do Centro-Oeste do país.
Uma regularidade das chuvas, no entanto, deve ser observada somente no final desse mês, segundo meteorologistas, e permitir um avanço mais significativo dos trabalhos de campo.
"Agora, há uma certa acomodação e até uma inversão dos preços com notícias positivas, obviamente que elas podem ter vida curta porque estamos falando de variáveis climáticas e, na medida em que deslancha mais a colheita e essa é uma semana boa para a colheita, e no Brasil temos promessas de chuvas melhores (para o plantio) isso tudo pode manter o mercado ainda sobre pressão, devolvendo os ganhos", explica Motter.
As boas perspectivas sobre a demanda mundial também trouxeram um estímulo às cotações no mercado futuro norte-americano. Tanto consumidores quanto fundos especulativos foram às compras e complementaram o quadro positivo para as cotações nesta terça.
Os números trazidos pelo USDA nesta segunda-feira (20) mostraram que os embarques norte-americanos, no acumulado do ano, já somam mais de 5 milhões de toneladas das 46,270 milhões de toneladas estimadas para serem exportadas em toda a temporada 2014/15. No entanto, o volume de soja comprometido dessa nova safra dos EUA já supera as 29 milhões de toneladas, ou seja, mais de 60% do total projetado pelo departamento.
Segundo analistas internacionais ouvidos pela agência de notícias Bloomberg, esses preços mais baixos tornam-se mais atrativos para os compradores. "Nós temos visto bons volume de soja sendo embarcados nas últimas semanas. O mercado realmente quer essa soja e está brigando por ela", disse o editor sênior e analista de mercado do portal Farm Futures, Bryce Knorr.
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