Sem novidades que possam trazer fôlego ao mercado, as boas perspectivas para a nova safra dos Estados Unidos e ainda favorável quadro climático seguem como principal fator de pressão para as cotações. E essa é a tendência, segundo explicam analistas, por pelo menos um intervalo de 4 a 5 semanas.
Esse recuo dos preços poderia se agravar ao passso em que a colheita avança no Meio-Oeste americano e a entrada efetiva de produto dessa nova temporada se aproxima. De acordo com o operador de mercado da NewAgro Commodities Gean Kuhn, estima-se que 2% da área cultivada com a oleaginosa já tenha sido colhida.
Para Brandalizze, esse mercado deve permanecer frágil e pressionado pelo menos até que cerca de 80 a 90% da área de soja norte-americana já estejam colhidos, ou seja, até o final de outubro, caso tudo continue ocorrendo normalmente em solo americano.
Ainda segundo Brandalizze, consultor de mercado da Brandalizze Consulting, essa deve ser uma tendência para os preços, já que o mercado mantém suas atenções voltadas para as informações de oferta, mesmo com boas notícias chegando do lado da demanda.
"Agora, esse é um mercado frágil e que ainda olha muito para a situação de clima, e como para os próximos 5 a 7 dias não são esperados problemas climáticos, o mercado continua pressionado, mesmo tendo demanda", diz.
Nesta sexta-feira, o USDA anunciou a quarta venda de soja da semana para a China, nesse caso com um volume de 1,236 milhão de toneladas com entrega na temporada 2014/15.
Na última segunda-feira (15), os chineses compraram 118 mil, 620 mil na quarta e 110 mil ontem. De acordo com os últimos números do USDA, a nação asiática já adquiriu da nova safra norte-americana até agora 13,82 milhões de toneladas, contra 15,03 milhões do mesmo período da temporada anterior.
Demanda
Ainda de acordo com Carlos Cogo, a demanda continua sendo observada como um fator que pode equilibrar os preços e trazer melhores níveis mais adiante, dado seu crescimento e força que vêm sendo observados. Já foram vendidas da nova safra dos EUA mais de 25 milhões de toneladas de soja, enquanto que, no mesmo período do ano anterior, esse número não chegava a 23 milhões.
"Ou seja, o preço baixo atraiu compradores e isso vai ser um pilar para formar um piso para o preço. A medida em que tivermos uma grande safra na América do Sul e os compradores tiverem uma soja brasileira ou argentina, isso pode pressionar os preços no longo prazo", diz o consultor.
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