Produtores chineses de grãos devem colher uma safra volumosa pelo 11º ano consecutivo, mas a produção é grande demais até mesmo para a nação mais populosa do mundo. De acordo com estimativas da mídia estatal, o país vai colher neste ano 150 milhões de toneladas de grãos, que incluem três das culturas mais importantes na China: arroz, trigo e milho. O volume é o dobro do produzido no ano passado e contribui para um excesso de oferta que está pressionando os preços para baixo.
O excesso de grãos na China vem sendo comemorado, já que o país enfrentou forte escassez de alimentos e fome há apenas algumas décadas. Mas a China está pagando muito mais do que o necessário para alimentar seu povo e terá de vender esse excedente a preços baixos no mercado global, o que pode derrubar ainda mais os valores.
A situação expôs o oneroso e ineficiente programa de subsídios do governo chinês. O governo está tentando proteger a população rural e, ao mesmo tempo, reduzir a produção dessas commodities, para economizar dinheiro e diminuir o excesso.
É difícil descobrir o tamanho exato e os custos do programa de subsídios. Dados oficiais mostram que a China compra até um terço da produção de milho. A mídia estatal diz que o governo gastou US$ 36 bilhões em dois anos para comprar milho quando o preço de mercado ficou abaixo de um determinado piso.
Cerca de 70% do milho da China é usado em ração animal, resultado do aumento do consumo de carne no país. Isso é um problema particularmente incômodo para o país, já que a produção está aumentando também nos Estados Unidos e derrubando as cotações. Enquanto isso, os preços chineses permanecem elevados por conta dos subsídios.
Fonte: Rural Br
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