O dólar fechou em alta em relação ao real nesta quinta-feira, 16, após a decisão unânime do Comitê de Política Monetária (Copom), anunciada na quarta-feira, 15, de elevar a Selic em 0,50 ponto porcentual, para 10,50% ao ano.
O dólar à vista no balcão subiu 0,30%, cotado a R$ 2,3630. Por volta das 16h30, o giro era próximo de US$ 1,222 bilhão, segundo dados da clearing de câmbio da BM&FBovespa. No mercado futuro, o dólar para fevereiro avançava 0,06%, a R$ 2,3720. O volume de negociação era próximo de US$ 14,21 bilhões.
A elevação da taxa de juros em 0,50 ponto porcentual provocou, inicialmente, queda do dólar ante o real. No entanto, o dólar inverteu a direção e passou a subir já na primeira parte da sessão, seguindo o avanço da moeda dos EUA no exterior e uma releitura da decisão do Copom. Alguns analistas apontaram que o aumento da Selic pode pressionar ainda mais a atividade econômica, prejudicando as contas públicas, elevando assim a possibilidade de o Brasil ter seu rating rebaixado.
O anúncio do comitê surpreendeu parte do mercado e provocou ajustes de posições e nas projeções dos investidores, que passaram a contar com elevações nas reuniões de fevereiro e abril. A decisão também fez com que os investidores ficassem divididos para o próximo encontro, entre uma alta de 0,50 pp e de 0,25 pp no mês que vem.
Um levantamento-relâmpago do serviço especializado do Broadcast, serviço em tempo real da Agência Estado, realizado nesta quinta-feira, mostrou que ainda há divisões nas projeções também entre os economistas. A pesquisa indicou, no entanto, que a maioria de 29 instituições consultadas acredita que o último aumento de juro do atual ciclo de alta ocorrerá em fevereiro, na intensidade de 0,25 pp.
Os ganhos do dólar em relação ao real no mercado de balcão foram mantidos mesmo após a moeda dos EUA ter perdido força lá fora, depois de dados mostrarem que os preços ao consumidor estão contidos nos EUA. Segundo o Departamento do Trabalho norte-americano, o índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) subiu 0,3% em dezembro ante novembro, em termos sazonalmente ajustados. O resultado confirmou a previsão dos economistas.
Nem mesmo os leilões do BC mudaram a pressão de alta. Na primeira operação, realizada entre 9h30 e 9h40, o BC vendeu o lote integral de 4 mil swap cambial (198,3 milhões) para 2 vencimentos, Na segunda operação, a autoridade monetária rolou todos os 25 mil contratos de swap cambial ofertados.
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